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Bella

Marquei de me encontrar com a Vitória na lanchonete que tem aqui perto.

Vou indo até a direção da pracinha e no caminho cumprimento algumas pessoas.

Nesse meio tempo percebi que faço amizades rápido, um amor de pessoa.

- Demorou - Vitória resmunga e coloca o celular na mesa.

- Você que é apressa demais - digo rindo e ela revira os olhos.

- Como tá sendo o trabalho? - ela pergunta empolgada.

- Eu tô amando! Sério trabalhar com aquelas crianças tá sendo a diversão do meu dia - digo animada.

- Só você mesma pra aguentar aquilo, eu já teria matado pelo menos umas duas - ela diz com uma expressão engraçada no rosto.

Solto uma risada e me levanto chamando ela pra tomar um açaí.

Peço dois açaí e faço o pagamento.

Quando a gente termina de por tudo, sentamos de novo.

- Queria falar com você sobre uma coisa da escola - digo e Vitória põe uma colher de açaí na boca - Mal tem material pras crianças, sem falar das condições da cadeira, do ventilador - digo desanimada.

- O governo não tem cobrindo os gastos? - balanço a cabeça negando. - Mas o cabelinho também dá um certo valor como auxílio.

Ela diz e me surpreendo.

Disso a Aline não falou.

Acho engraçado que na hora de humilhar e falar mal de traficante muitos abrem a boca rápido.

Agora pra elogiar uma atitude deles, ninguém faz.

Não defendendo os traficantes, só uma pequena opinião.

- Não sabia dessa parte do seu irmão, mas acho que a escola precisa de uma assistência a mais, trabalho lá apenas a uma semana, é as condições do lugar está horrível.

- Fala com o meu irmão - ela diz e nego.

- Não acho que o cabelinho vai fazer algo se eu falar, mas se você....- digo com um sorriso no rosto.

- Eu gostaria muito de ajudar, juro! Mas cabelinho tá com a cara virada pra mim - ela revira os olhos - Ele ficou sabendo que matei aula pra ficar com um garoto, me xingou pra cacete - ela diz rindo.

- Você ainda tá nesse pé de guerra com ele? - pergunto e ela da de ombros.

- Bella, você tem que falar com ele sobre! O cabelinho vai te ouvir, acho que ele te escutaria mais do que a mim.

Mordo o lábio e arqueio a sombrancelha.

- A mim? Não acho que seja uma boa ideia, seu irmão tem um pavio meio curto, sem falar que fazem semanas que não troco uma palavra com ele - digo e ela ri.

- Fui proibida de contar, mas como não sou baú pra guardar segredo - ela diz e da de ombros - Quem conseguiu o trabalho pra você lá foi o cabelinho, não eu! - ela diz e fico sem entender - Por algum motivo ele pediu pra mim não contar, não sei o que você tem, mas meu irmão vai está disposto a te ajudar no que for, ele faz isso por poucas pessoas.

- Ele que ficar comigo só pode - digo rindo sem acreditar.

- Na boa Bella, sei que ele quer! Meu irmão não é nenhum santo, mas ele não te quer pelos motivos que você pensa. Se ele quisesse só te pegar e largar de mão, ele já teria feito isso. Cabelinho não mede esforços pra ser babaca - ela revira os olhos - Então aproveite disso e abuse dele - ela diz rindo.

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