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Bella

Acordo assutada com o meu celular tocando e me levanto rápido.

Olho ao meu redor lembrando que dormi nos braços do cabelinho.

- Merda Isabella! - me repreendo por isso.

Procuro meu celular pelo quarto e acho o mesmo embolado nos lençóis.

Vejo várias mensagens da Luanda desesperada.

Esqueci! Eu não avisei ela.

Já levanto estressada e vou até o banheiro do corredor, jogo uma água no rosto e saio de mesmo.

Paro no início da escada e fico pensando se é uma boa descer agora.

Dá última vez que dormir nessa casa, recebi um bom dia diferente.

Olho a hora em meu celular e percebo que não dá pra enrolar mais, daqui a pouco tenho que me arrumar pra ir na escolinha.

E com a confusão toda de ontem não consegui falar com o cabelinho sobre.

Respiro fundo e desço a escada encontrando a Vitória e o Cabelinho no sofá.

- O que tá acontecendo aqui? - ela pergunta confusa e olha pra mim.

Percebo o sinal que o cabelinho me manda  e invento alguma coisa.

- ué óbvio! - do de ombros.

- Tu dormiu com o meu irmão? - ela diz rindo.

- Ninguém resisti a pegada do pai pô -  Cabelinho diz e sou obrigada a ri.

- Tô indo nessa, preciso trabalhar - passo por eles dão um tcahuzinho.

- Oh maluca, pera aí pô - Cabelinho diz e me acompanha até a porta.

Ele fecha a porta e cruza os braços se apoiando na parede.

- O bagulho de ontem deixa só entre nós pô!

- Não vou abrir minha boca, mas acho que você tem que se tratar, dá um tempo com as drogas! Conselho de amiga - digo e sorrio pra ele.

Cabelinho coça a nuca.

- Valeu aí por ontem - ele diz do jeitinho dele e eu sorrio. - E pô tu veio me procurar porque queria algo, manda o papo.

- Mais tarde a gente conversa tá? Tô atrasada pro trabalho, meu número tá no seu celular, me chama lá - me despeço do mesmo que faz só um joinha pra mim.

Sei que ontem ele tava em um momento frágil e só não queria ficar sozinho, não posso por expectativa em cima de nada quando o assunto é cabelinho.

Ele tava drogado, mal deve lembrar das coisas.

Achei um milagre ele me agradecer, pensei que ia me ignorar como sempre faz.

Vamos ver até quando esse bom humor dele vai durar.

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