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BELLA

Cabelinho me deixa em frente o portão de casa e entro confusão.

Porra!

Ele conseguiu me fazer sentir bem sem quase dizer nada, apenas com a sua companhia.

E quando ele me abraçou, parecia que eu tava sendo acolhida de uma maneira tão carinhosa.

Aquele cara que todos enchem a boca pra chamar de ogro, tentou ser carinhoso e cuidadoso comigo.

Só tem me deixado o fato de eu ficar tão confusa perto dele, e como se eu estivesse ligada no 320.

Sentindo cada toque de uma maneira intensa, cada olhar.....

Balanço a minha cabeça e repreendo o meus pensamentos.

Não é hora pra isso!

Subo a escada com a bolsa e quando chego no quarto jogo tudo na cama.

Não são muitas coisas, eu quase não tinha dinheiro naquela casa.

Na verdade mal tinha, juntava só os trocados das compras que sobravam.

Começo a dobrar as roupa e colocar na pequena instante que a Lua deixou aqui pra mim.

Como não é muita coisa, termino rápido.

Fico orgulhosa de ver tudo bunitinho.

Desço a escada da casa novamente e vou pra cozinha.

Preciso manter a minha mente ocupada, pra não ficar remoendo as coisas ruins.

Abro os armários e vejo que dá pra fazer um macarrão com salsicha.

Nada mais justo do que eu preparar a janta pra Luanda.

Coloco a água no fogão pra esquentar e salsicha no fogão.

Enquanto isso passo uma vassoura no chão da sala e bato as almofadas uma na outra.

Quando terminar volto pra cozinha e termino de preparar o macarrão com salsicha.

Quando tô quase acabando escuto a porta se abrir e a Luanda entra.

- Boa noite querida - ela diz rindo - Como foi lá?

Mantenho o sorriso no rosto não querendo demostrar fraqueza.

E nem quero falar de tudo que aconteceu essa tarde, muita informação pra pouco tempo.

- Foi de boa, consegui pegar minhas coisas - minto.

Não vou deixar a Luanda mais preocupada.

- Cheirinho bom - ela muda de assunto e põe a bolsa no sofá.

Lua me contou que trabalha na lojinha de roupa no asfalto, não é muito longe daqui.

- Fiz macarrão, imaginei que você estaria cansada.

- Não precisava poxa, você podia organizar suas coisas. - Lua diz.

- Já arrumei tudo, não vou ficar morando aqui sem fazer nada, vou me sentir um fardo! - digo e ela nega.

- Eu entendo a sua situação e não vou te julgar por isso - ela diz e pega um prato colocando o macarrão - Ia tomar um banho primeiro, mas o cheiro tá tão bom que vou comer.

Ela diz e fico rindo.

E engraçado ver a Luanda cuidando de mim, ela sempre foi a mais doida entre nós duas.

Agora está agindo como uma mãezona.

Tudo Por VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora