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𝘒𝘈𝘙𝘐𝘕𝘈

Como de costume, naquele dia acordei um pouco mais tarde para poder suprir o poço de sono que ainda estava dentro de mim, dormir uma da manhã e acordar as sete era para poucos, mas conforme o tempo foi passando eu fui me acostumando e hoje em dia não vinha sendo tão difícil assim ter apenas seis horas de descanso.

Precisava estar no trabalho as oito da manhã, então meus afazeres no período da manhã eram bem curtos e exigiam rapidez, tomei meu banho em questão de dez minutos e me arrumei, após ficar pronta tomei meu café em modo turbo e montei um lanche para comer durante o dia.

Normalmente eu levava almoço de casa para me poupar tempo e não precisar vim em casa almoçar, mas naquele dia eu havia deixado o almoço de lado e resolvi comprar alguma coisa no restaurante que tinha ao lado do meu trabalho. E o lanche, era para o caso de eu sentir fome durante minha jornada de trabalho, oque sempre acontecia.

Faltando quinze minutos para dar oito da manhã, tranquei a casa e deixei a chave no esconderijo, pensando no meu irmão, ele ainda não havia chegado do baile de ontem a noite, e embora eu quisesse me preocupar com esse sumiço, eu sabia que ele provavelmente prolongou a pernoitada e havia esquecido de voltar pra casa, ou então dormiu na Alana.

De qualquer forma, essa não seria a primeira vez que ele havia sumido, outro dia mesmo ele desapareceu depois de ir ao baile e voltou no outro dia no horário de almoço, com uma ressaca desgraçada e que o fez capotar durante o dia inteiro.

Por isso eu nem perdia mais o meu tempo me preocupando com aquele traste, uma hora ele aparece.

― Bom dia, Carol ― encontrei a garota na calçada da loja, sentada sobre um pequeno assento de concreto e mechendo em seu celular, mas assim que escutou minha voz a garota levantou sua cabeça para falar comigo.

― Bom dia amiga ― saudou com a voz sonolenta e em seguida veio um bocejo cheio de preguiça, pela sua cara dava para notar que ela não estava muito animada para aquele dia de trabalho.

Carol era minha amiga de trabalho, embora tenhamos nos conhecido a pouco tempo e o trabalho tenha nos unidos, viramos amigas também fora do expediente. Ela era uma garota espontânea e divertida, eu gostava de ter sua amizade.

― Ainda não abriram a loja? ― perguntei desacreditada, assistindo o portão de ferro trancado.

Faltava menos de cinco minutos para dar oito horas, mas como de costume, chegávamos um pouco mais cedo para organizar a loja, abrir tudo direitinho para receber os clientes, mas quem ficará responsável por abrir a loja não era as atendentes, e sim a gerente, que também é filha da dona.

― Como sempre, atrasada ― Carol revirou os olhos de uma forma agressiva, mantendo aquele olhar enojado de quem nem queria estar ali.

Ela poderia não ter citado nomes, mas eu sabia que a pessoa a quem ela se referia era a Raquel, a insuportável e metida filha da dona da loja e também gerente. A garota tinha o rei na barriga só por que tinha um cargo importante na loja e não fazia nada mais além de abrir a loja e ficar sentada recebendo o pagamento.

Mas ser gerente era de longe oque nos incomodava, eu tava pouco me importando se ela era dona da loja, oque fazia Raquel ter uma fama de insuportável era sua maneira fria e amarga de tratar as pessoas.

Ela sempre chegava de cara fechada e nunca falava direito com as pessoas, como se ser dona do estabelecimento lhe desse o direito de tratar todo mundo como seus serviçais.

Carol trabalhava na loja a mais tempo do que eu, então foi ela quem me fez pegar um leve ranço da Raquel, e eu nem sei como explicar como a Carol ainda trabalhava ali, a garota tinha um gênio forte e não aguentava provocações, outro dia ela quase chamou a gerente de vagabunda em voz alta.

No morroOnde histórias criam vida. Descubra agora