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𝘋𝘖𝘔

Encarei a garota parada sobre o bar e esperei que recebesse o Whisky que eu tinha mandado, foi uma forma que encontrei de tentar avisa-lá que estava de olho nela, que queria sua atenção. Dando a ela um Whisky caro como aquele, eu iria deixar claro minhas intenções, talvez atrai-lá até mim.

E a atitude parece ter surtido efeito, a esperança surgiu em mim quando a garota levantou sua cabeça e trouxe seus olhos ao meu encontro. De lá debaixo ela me encarou com atenção e um olhar sério, sem reação, parecia não ter entendido meu recado.

Não estava disposto a ter quer explicar oque realmente queria com ela, aquela atitude falava por si só. Eu mandava algo de valor para alguma garota quando a queria e recebia algo em troca, era simples e sempre funcionava.

Mas tudo parece ter fugido do meu controle quando vi a morena entregando o Royal Salute de volta para o barman, depois levantou novamente sua cabeça e forçou um sorriso. Era uma mensagem clara de que não queria.

― É, parece que ela não caiu no teu papinho ― Deco sussurrou de uma forma provocativa, assistindo a garota da mesma forma que eu assistia a alguns minutos. ― Não acredito que ela negou uma garrafa de Royal ― disse ele, soltando uma gargalhada de quem havia gostado de me assistir sendo negado.

Naquele momento eu não sabia se descia e ia até a garota questionar o por que de ter negado o meu presente ou se a esquecia de vez, estava nítido que suas intenções não eram as mesmas que as minhas.

Encarei a forma como ela marchou de volta para suas amigas no meio daquela multidão que havia se formado no baile, fazendo com que o vestido que usava naquela noite, dançasse a cada passo que ela dava.

Era uma peça ousada, tão curta que parecia que a qualquer momento iria deixa-lá nua, e pensando bem, não era uma idéia muito ruim.

Karina estava mais bonita do que quando eu a vi pela primeira vez, seu cabelo liso e negro parecia mais liso naquela noite, escorrido pelo seu corpo e arriscando bater na bunda.

Era um cabelo grande, e que só me levava a pensar em uma coisa. Eu com certeza adoraria enrolar aquela cabeleira negra em minha mão e puxar enquanto a comia por trás.

― Ela só pode tá brincando ― ri, desacreditado com oque acabei de assistir, e irritado por ter sido rejeitado por ela.

Ninguém negava um Whisky caro como aquele, não se a garota fosse tão interesseira e quisesse uma noite comigo. E por mais que a atitude da garota fosse de se impressionar, por outro lado eu queria que ela fosse apenas mais uma piranha caindo no meu joguinho. Seria mais fácil ter ela na minha cama.

― Eu já disse que a garota não é tão fácil assim ― Deco me repreendeu mais uma vez, pela forma seca que as palavras foram lançadas, parecia que o cara tava tentando me fazer desistir. ― Olha o tanto de puta aqui chefe, e tu tá atrás de uma boceta que sabe que não vai ter ― me repreendeu, abrindo seus braços para representar o quanto aquele camarote estava cheio de mulheres.

E realmente estava, na maioria era mulheres comprometidas e fiéis dos meus parceiros, mas tinha mais puta do que eu fosse capaz de contar no meu dedo, prontas para me satisfazer a qualquer momento. Mas só de pensar que eu tinha acabado de ser rejeitado, meu ego ferido estava me obrigando a insistir naquela garota.

― Ela pode não ser fácil, mas eu vou conseguir pegar ― disse com total convicção, acompanhando cada passo que a morena dava até chegar nas amigas. ― Bota fé? ― indaguei.

― Vai lá então, pica de mel ― Deco duvidou de mim, soltando uma risada alta e de quem não confiava que eu fosse capaz de cumprir com a promessa.

Acontece que eu odiava ser testado, odiava ser rejeitado, odiava qualquer coisa que envolvia ferir meu ego, então naquele momento passou a ser uma questão de honra.

No morroOnde histórias criam vida. Descubra agora