083.

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𝘒𝘈𝘙𝘐𝘕𝘈

8 horas antes.

Minha ficha ainda não havia caído, mesmo depois de Camila ter saído por aquela porta eu ainda encarava o teste incrédula e sem acreditar que aquele bebê era mesmo do Dom. Não se passou na minha cabeça que ela poderia ter subornado alguém para mentir naquele exame ou algo do tipo, afinal dela eu deveria esperar tudo.

Eu acreditei cegamente naquela informação e fiquei de queixo caído, a sensação era de que eu tinha sido traída, apunhalada pelas costas. Mas por que eu sentia isso se ela estava grávida do Dom a mais tempo do que estávamos juntos?

― Essa vaca, veio aqui só pra esfregar na sua cara que ta grávida do Dom ― Carol ficou encarando a porta de entrada mesmo depois de Camila ter ido, ela fez uma expressão emburrada de quem não havia gostado da visita.

Carol era minha amiga e fazeria de tudo para tentar me deixar menos mal, inclusive ofender aquela garota que havia acabado de sair mesmo ela não tendo culpa alguma. Ela era só mais uma vítima na história como eu, enganada pelo Dom.

― Eu seria errada em ficar com ódio da Camila, ela não tem culpa nenhuma nessa história e quem me deve satisfações é o Dom ― murmurei, sentindo um aperto no meu peito por me abrir na frente da minha amiga sobre aquilo.

Que Dom não era fiel já não era mais segredo mas não deixava de ser vergonhoso confessar para Carol que tinha certa insegurança com o Dom. Acho que seria impossível confiar nele algum dia.

― Você acredita nela? Acredita mesmo que esse bebê seja dele? ― Carol me encarou com um olhar enojado, me julgando na cara dura por acreditar que esse bebê era mesmo do Dom.

Mas o que eu podia fazer?

― Do que adianta eu duvidar? Cabe ao Dom decidir se acredita ou não ― dei de ombros, me sentindo confusa sobre aquela pergunta mas sem vontade de responder.

Eu não tinha poder de decisão naquela história, não cabia a mim me meter na história dos dois. Se aquele bebê fosse mesmo dele os dois teriam que assumir a responsabilidade e eu não ficaria ali para presenciar isso.

Saí do transe quando escutei um barulho forte, semelhante ao ferro do portão batendo de maneira bruta, meus olhos rolaram na direção da porta com medo dela ser arrombada ou algo do tipo. Não sabia o que estava se passando lá fora, talvez fosse apenas a Camila com sua birra distribuindo todo seu ódio na porta.

Mas o barulho de tiros em seguida eliminou completamente essa chance, alguém estava tentando invadir a casa e não era Camila. Meu primeiro instinto foi me abaixar, poderia ter ido atrás de me defender, em busca de uma arma talvez já que aquela casa era enfeitada de armas, mas não consegui pensar rápido.

Fiz apenas me jogar no chão com medo de algum daqueles tiros atingir a casa e me ferir. Carol talvez agiu da mesma forma como um reflexo, se jogou no chão e abaixou a cabeça para se manter segura. Estávamos às duas nos chão ao lado do sofá esperando que aqueles tiros cessasem mas isso não aconteceu.

Minha dúvida era se estávamos em perigo ou se os dois seguranças que Dom mandou colocar na entrada estava dando conta do recado. E logo minha dúvida foi respondida quando a porta principal que dava acesso a sala foi arrombada com um tiro na fechadura.

Meu coração quase parou de bater quando escurei aquele tiro tão perto de mim, quase me deixando surda e meu corpo paralisou no chão. Não sei por que motivo fiz isso, mas no calor da emoção acabei levantando a cabeça na esperança de ser salva por algum daqueles caras que estavam lá fora.

― Abaixa, Karina ― Carol me advertiu quando viu meu pescoço esticando para enxergar além do sofá.

Imagina meu desespero quando vi três homens vestidos de preto, com toucas para dificultar os reconhecimentos e armados até os dentes. Acho que a casa estava sendo invadidas por ladrões.

No morroOnde histórias criam vida. Descubra agora