𝘒𝘈𝘙𝘐𝘕𝘈A manhã passou lentamente, horas que mais pareciam dias, o calor insuportável que fazia dentro daquele cômodo, que poderíamos chamar de cela por ser extremamente fechada e sem meio de saída, acabou me deixando ainda mais fraca.
O calor intenso misturado com a fome, por que não se importaram de nos trazer comida ou ao menos água para nos saciar, era a combinação perfeita para nos fazer passar mal.
A única certeza de que eu tinha, era de que estávamos abandonadas em um local minusculo no meio do nada e debaixo do sol, e ninguém parecia se importar com nosso estado, apenas nos abandonaram para morrer.
― Merda, até quando eles vão deixar a gente aqui? ― Camila resmungou sentada próxima a porta, ela estava naquela posição fazia pouco mais de uma hora, esperando que alguém atendesse aos seus berros.
Em algum momento ela desistiu de ficar gritando pois percebeu que não adiatanria de nada, até parecia que tinham nos abandonado naquela casa e ido embora.
Eu e Carol estávamos sentadas uma em cada lado da janela, onde tinha pequenas brechas que nos prorpocionavam uma mísera ventilação, mesmo sendo pouco era alguma coisa.
Era bem pouco e não adiantava muito, já que estávamos transbordando suor pelo corpo todo. Eu mesmo tirei a camiseta que usava e fiquei usando sutiã com o short, mas minha camiseta estava no ombro pois a colocaria assim que os homens aparecessem.
― Você ainda não entendeu que só vão nos soltar quando tiver uma reposta do Dom? ― Carol advertiu a Camila por ser tão burro e não usar o cérebro para pensar. Acho que seu cérebro só funcionava quando o assunto era correr atrás do Dom.
― Já era pra isso ter acontecido ― Camila murmurou outra vez, só que agora sua voz saiu embargada e ela abaixou a cabeça como se estivesse tentando descansar.
Entre nós dois ela era a que estava mais abatida, eu avisei que ficar gritando feito uma louca iria acabar com toda sua energia e ela não escutou, agora estava transpirando suor loucamente e ofegante. E mesmo a odiando suficiente para não me importar com ela, eu tinha preocupação com o bebê.
Se Camila ficasse mais tempo sofrendo aquela pressão psicológica e mantida em cárcere sem se alimentar, aquele bebê não sobreviveria.
― Você não escutou? O Dom está preso, o que quer dizer que o morro tá sem comando ― Carol rebateu a indagação de Camila, falando grosso e sendo bem rude em responder.
Ela parecia ser a única que acreditava que Dom havia sido preso e seu irmão estava ferido, eu ainda não tinha cem por cento de certeza disso.
― Talvez o Deco assuma por enquanto ― comentei na esperança de que aquilo acontecesse, economizando gastar força para conversar, pois minha garganta já estava seca de tanta sede.
Em qualquer outro dia eu suportaria mais tempo sem comida e água, mas os últimos dias no errejota tinham8 sido de grande calor e ninguém estava suportando.
― Se o Deco tivesse assumido o comando, já teríamos qualquer notícia ― Carol também me repreendeu por pensar de forma positiva quando tudo indicada que estávamos na merda.
Ela me encarou por longos segundos com uma expressão cabisbaixa de quem não sabia mais o que fazer, ela não queria acreditar que seu irmão estava correndo risco de vida e de que o Dom havia sido pego, mas era isso que as informações estavam nos levando a acreditar.
Se Dom estivesse bem, em segurança e sobre comando do morro ele já teria dado algum sinal de vida, talvez mandando alguém para tentar nos capturar, mas isso não aconteceu. Já se passava de duas da tarde e nada de virem nos buscar, ou então verem como estávamos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
No morro
FanfictionSerá mesmo que o amor suporta tudo? ― Não somos capazes de amar alguém verdadeiramente, quando esse alguém brinca com nosso coração. Em uma favela onde a troca de tiros é constante e a criminalidade predomina mais do que a paz, não há lugar para con...