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𝘒𝘈𝘙𝘐𝘕𝘈

Eu queria acreditar que Gustavo não estava metido com nada, mas a prova estava bem na minha frente, gramas de cocaína e maconha empacotadas dentro da sua gaveta. Eu nunca havia sido capaz de achar aquelas coisas, justamente pelo fato de Gustavo odiar o fato de eu estar entrando em seu quarto, ele simplesmente odiava quando eu mechia em suas coisas.

Mas como aquelas coisas estavam bem debaixo do meu nariz e eu nunca percebi? Eu desconfiava que ele estava usando algumas coisas, sempre chegava diferente dos bailes, mas não achei que estivesse estocando dentro da nossa casa.

― Isso não deve ser dele, impossível ― ri fraco, encarando aquelas drogas e sentindo a preocupação bater com força naquele momento.

Será que o sumiço de Gustavo estava ligado com aquela nova informarão?

― Pelo visto a garota ainda não sabe que o irmão virou maconheiro  ― o rapaz que estava revistando o quarto, comentou com uma leve risada no final, senti como se ele estivesse zombando de mim por estar tão desinformada.

― Teu irmão tá metido com coisa pesada ― Deco, parou diante do quarto e me encarou seriamente. ― Tu não sabia né? ― ergueu a sobrancelha em confusão.

― Meu irmão não virou maconheiro, disso eu tenho certeza ― bati o pé com total convicção, estava em um processo de negação, onde mesmo tendo as provas bem na minha cara, eu seria incapaz de acreditar.

― Onde é que ele tá? ― Deco engrossou mais sua voz, de uma hora para outra parece ter perdido sua paciência.

― Eu não sei ― comentei mais assustada do que em qualquer outro momento.

― Eu acho melhor teu irmão pagar logo a dívida que ele tem na casa, antes que o chefe decida mandar ele pra vala ― Deco aconselhou, mas na verdade soou mais como uma ameaça, e manteu aquela expressão séria.

Fiquei quieta, eu não estava entendendo mais nada que estava acontecendo, quem dirá saber como reagir.

― Vambora, pega as grama da droga
― Deco deu a ordem, passando por mim que estava parada diante ao batente da porta.

O outro rapaz que estava revistando o quarto, parou com sua tarefa e pegou as gramas de drogas que ele havia encontrado, saindo do quarto com elas em suas mãos e deixando o quarto totalmente revirado.

Fiquei no corredor encarando os homens se afastando e aos poucos saindo da minha casa, sem nem ao menos uma explicação decente ou um pedido de desculpa.

Quem é que invade a casa dos outros dessa maneira?

Quando voltei para minha sala já não tinha mais ninguém, só restava a bagunça que haviam deixado e a porta escancarada, de dentro mesmo eu conseguia ver alguns vizinhos curiosos tentando bisbilhotar oque havia acontecido, então a primeira coisa que eu fiz foi correr para fechar a porta, que nem se quer tinha mais uma tranca decente por conta do arrombamento.

― Onde você está Gustavo? ― perguntei em voz alta, encarando a bagunça na minha casa enquanto pensava na merda que Gustavo provavelmente aprontou.

Eu queria muito acreditar que ele não era um maconheiro, afinal era impossível, como o meu irmão tinha drogas estocadas dentro de casa e eu nunca percebi? Não, se ele estivesse mesmo envolvido com alguma coisa eu notaria, eu com certeza perceberia.

Encarando aquela bagunça que eu teria que arrumar, soltei um suspiro pesado e me aproximei do sofá, precisava me sentar para raciocinar aquela situação ou iria cair dura.

Era até engraçado, nem dentro da minha própria casa eu tinha um minuto de descanso.

Quando me joguei no sofá escutei meu celular tocando dentro da bolsa, o tirei de lá dentro na esperança de que fosse Gustavo, mas era apenas a Alana.

No morroOnde histórias criam vida. Descubra agora