036.

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𝘒𝘈𝘙𝘐𝘕𝘈

No sábado eu acordei mais cedo do que o previsto pra dar uma geral na casa e ir no mercadinho da esquina comprar algumas coisas que estavam faltando. Por algum motivo que Gustavo não me contou, ele acabou saindo do seu emprego de ajudante de pedreiro, mas o dinheiro acabou vindo em maior quantidade do que no último mês.

Eu sabia que tinha algo de errado nisso e mais certeza ainda eu tinha de que tinha algo a ver com o crime, afinal não tinha cabimento Gustavo ter recebido dinheiro assim do dia para noite. Eu não questionei, fiquei receosa de coloca-ló contra a parede sobre algo que eu não tinha prioridade. No fim das contas tanto ele quanto eu estava mentindo e escondendo coisas um do outro.

Mas eu precisava dar um jeito de tirar ele da jogada sem que ele soubesse que eu tinha uma relação com o Dom, só não sabia como.

Assim que comprei oque faltava voltei pra casa para preparar o almoço, e não vi nada fora do comum ao encontrar a casa vazia, Gustavo tinha saído enquanto eu estava na rua, e eu nem sabia pra onde.

Aproveitei também para tomar a pílula do dia seguinte logo pela manhã, fiz questão de ir na farmácia primeiro assim que abriu, afinal quem tem cu tem medo, e eu não queria engravidar.

Fiz o almoço imaginando que Gustavo chegaria para almoçar, mas no fim das contas eu almocei sozinha.

Quando estava lavando a louça do almoço recebi uma ligação e tive que parar para atender meu telefone.

― Oi? ― atendi com desdém por que já tinha visto o número da Carol na tela e voltei para a pia para finalizar com o resto de louça.

― Tá em casa gata? ― questionou com uma voz animada.

― Estou ― respondi desconfiada, já estava me preparando para receber algum convite da sua parte.

Naquela hora Carol deveria estar saindo do seu expediente na loja, que funcionava até o meio dia aos sábados, então por esse motivo deduzi que fosse me chamar para algum encontro.

― Topa açaí agora? Tô aqui na pracinha te esperando ― perguntou com uma voz de desdém, parecia não ter muita fé de que eu fosse aceitar o seu convite, mas eu não tinha nada pra fazer mesmo.

― Vou só terminar de lavar uns pratinhos aqui e desço ― avisei, agilizando os últimos copos que restavam para poder ir.

― Te espero no açaí da praça ― disse, terminando a chamada logo em seguida.

Como não restava mais pratos e muita coisa para fazer na cozinha, fui só trocar de roupa por que já estava de banho tomado, mas foi coisa rápida em menos de três minutos.

Não ia perder meu tempo me arrumando pra ir na pracinha do morro, só fiz o básico que foi colocar uma roupa melhorzinha pra sair na rua e prendi meu cabelo.

Peguei também uns trocados que me restaram no mês, coisa de vinte conto e parti pra praça. Como Gustavo não estava em casa, deixei a chave onde era de costume ficar e caminhei até a pracinha a pé mesmo, era jogo rápido, mais ou menos uns cinco minutinhos andando.

Logo assim que pisei na rua agradeci mentalmente por ter colocado uma blusinha mais leve, pois estava fazendo muito calor, era impressionante como o errejota mudava o clima tão de repente.

No morroOnde histórias criam vida. Descubra agora