Será mesmo que o amor suporta tudo?
― Não somos capazes de amar alguém verdadeiramente, quando esse alguém brinca com nosso coração.
Em uma favela onde a troca de tiros é constante e a criminalidade predomina mais do que a paz, não há lugar para con...
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𝘒𝘈𝘙𝘐𝘕𝘈
Quando chegamos ao hospital tivemos a certeza de que a situação estava mesmo crítica, Ana nos informou que Thales não estava acordado, na verdade chegou no hospital já meio abatido e depois disso ficou inconsciente até o momento.
Oque era um péssimo sinal, aparentemente ele estava sendo mantido apenas pelos aparelhos.
― Os médicos disseram que ele está muito debilitado, o veneno tomou conta da corrente sanguínea e dos órgãos ― Ana comentou chorosa, se mantendo firme enquanto nos falava aquilo mas seus olhos e rosto todo vermelho entregava que estava chorando.
Ela estava com o cabelo preso em um coque mal feito somente para segurar as pontas, com a mesma roupa de ontem e o rosto inchado, provavelmente de tanto chorar.
Era terrível vê-la naquela situação e não poder fazer absolutamente nada, não tínhamos certeza de nada naquele momento. Thales poderia melhorar ou então piorar, isso era algo que não estava sobre nosso controle.
― Amiga, agora a gente tem que manter a calma e pedir pra Deus pra o Thales ficar bem ― Carol tentou amenizar a dor e agonia da Ana, mas no momento em que duas mãos tocaram o ombro da garota ela desabou em choro, como se precisa-se de um colo para chorar.
Estávamos em um corredor extenso e que estava praticamente vazio, apenas com alguns pacientes á espera, e naquele momento Ana não importava se estava ou não no meio do caminho, ali mesmo ela parou e caiu no choro, com Carol ao seu lado que lhe deu todo suporte.
Carol abraçou Ana com firmeza para garantir que ela fosse se sentir acolhida, e como eu sabia que as duas iriam ficar naquela posição por muito tempo, decidi que talvez eu devesse amparar o Diego, que estava em pé ao lado da sala do irmão olhando para o nada.
Acho que naquele momento deveriam estar se passando inúmeras coisas em sua mente, nem mesmo notou nossa presença no corredor quando chegamos. Continuou encarando o vento com as mãos no bolso e sem dizer uma mínima palavra.
― Como você está? ― me aproximei suficiente dele para poder entrar em seu campo de visão, e abracei a mim mesma quando senti o vento forte do ar condicionado tomar conta do meu corpo.
O hospital tinha uma grande estrutura, sabia identificar que era mesmo um bom hospital somente por uma primeira impressão, certeza que era hospitais de bacanas, de gente fina e rica, mas se Carol decidiu que esse seria um bom hospital para cuidar do Thales. Quem sou eu para dizer ao contrário.
― Ele vai ficar bem, ele é forte ― Diego disse aquelas palavras de afirmação para tentar colocar em sua cabeça que nada de ruim iria acontecer e no mesmo instante que as palavras saíram de sua boca, sua cabeça se virou para o lado, assim podendo ter a visão do vidro do quarto onde estava seu irmão.
