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𝘒𝘈𝘙𝘐𝘕𝘈

O conjunto de dormir que Carol me emprestou caiu como uma luva, era um pouco apertado demais na bunda, mas nada que me impedisse de usar. Eu só conseguia pensar no tanto que aquele conjunto deveria incomoda-la, já que Carol tinha muito mais corpo do que eu. Assim que saí do banheiro, tive ainda mais certeza que o babydoll era bem curto, pois recebi o olhar curioso de Dom.

Talvez eu devesse redefinir, não era um olhar curioso e sim um olhar malicioso e puramente cheio de intenções. Ele estava sentado sobre o canto da cama, limpando o machucado em seu braço após colocar uma roupa limpa, mas parou no momento em que eu saí do banheiro.

Ele ficou de boca aberta, só prestando atenção na minha roupa conforme eu me aproximava da cama, de cabelo úmido e com uma roupa limpinha. Senti minhas bochechas queimarem ao receber aquele olhar malicioso dele sobre mim, parecia ser como um tiro.

Dom não sabia disfarçar ou pelo menos não fazia esforço para isso, continuou me olhando de cima a baixo sem dizer nada, e eu não quis virar de costas para não dá ainda mais ousadia.

― Deixa eu te ajudar ― me ofereci pra ajudá-lo, já que ele não parecia saber muito bem como conduzir sua mão esquerda para fazer o curativo.

Me aproximei do Dom sem segundas intenções, estava mesmo apenas querendo ajudá-lo, já que ele devia ter tido um dia ruim, e se iríamos passar a noite juntos, eu não iria ignorá-lo esse tempo todo.

― Tu gosta mesmo é de roupa curtinha ― ele me advertiu quando me aproximei, e continuou me encarando dos pés a cabeça e avaliando minha roupa.

Tecnicamente ele não podia me julgar, já que a roupa não era minha e eu havia pego com Carol.

― E você gosta de implicar com tudo
― murmurei, passando um pouco de álcool na região onde ele tinha sido atingido, não chegou a machucar muito, na verdade foi somente de raspão.

Dom não protestou quando passei o álcool no seu ombro e continou me encarando da forma mais desdenhosa possível.

― Tá pensando que eu esqueci da tua marra hoje mais cedo ― Dom agarrou meu braço, parecia ser uma espécie de aviso que ele não havia esquecido de hoje mais cedo.

Era incrível como ele tinha o dom de além de implicar com tudo, fazer parecer com que a gente tivesse algo para estar me cobrando satisfações, quando na verdade ele mesmo já tinha dito que o que tínhamos não era com compromisso.

― Oque? Eu não posso sair com minha amiga mais? ― questionei, soltando uma leve risada nasalada de tão inconformada que estava, em seguida dei uma pausa no seu curativo.

Eu não era a melhor pessoa para estar fazendo um curativo nele, afinal tinha nojo de sangue, mas como o machucado tinha sido leve, não tinha com oque me preocupar. Só que não podia fazer isso com Dom me perturbando.

― Eu tô ligado que tu brotou aqui pra me tirar do sério, sabia que eu ia tá aqui e veio logo com aquela roupinha de puta barata ― Dom aumentou o tom de voz, se apossando de um tom de voz sério com uma mistura de bravura.

Não pensei que ele fosse ficar tão irritado por eu ter aparecido ali de supresa, afinal isso não era nada demais.

― Nem tudo gira em torno de você, eu não sabia que estaria aqui ― resmunguei, mas continuei fazendo seu curativo para me entrerter com algo que não fosse sua expressão irritada bem a minha frente.

― Conta outra ― ele riu desacreditado.

― Você queria que eu ficasse em casa plantada enquanto você se divertia com aquela vagabunda da Camila? ― rebati irritada, colocando um adesivo em seu curativo na base do ódio, descontando toda minha raiva em seu machucado e em seguida veio sua reação. Dom gemeu ao sentir dor e se colocou de pé para continuarmos aquela conversa.

No morroOnde histórias criam vida. Descubra agora