Será mesmo que o amor suporta tudo?
― Não somos capazes de amar alguém verdadeiramente, quando esse alguém brinca com nosso coração.
Em uma favela onde a troca de tiros é constante e a criminalidade predomina mais do que a paz, não há lugar para con...
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50 𝘤𝘰𝘮𝘦𝘯𝘵𝘢𝘳𝘪𝘰𝘴 𝘦 𝘦𝘶 𝘴𝘰𝘭𝘵𝘰 𝘮𝘢𝘪𝘴 𝘶𝘮 𝘤𝘢𝘱𝘪𝘵𝘶𝘭𝘰 𝘩𝘰𝘫𝘦
𝘒𝘈𝘙𝘐𝘕𝘈
Pensa no desespero quando saí do banheiro e vi que Dom ainda estava no quarto, só que dessa vez ele estava tomado banho. Não era de se surpreender, demorei quase uma hora dentro do banheiro. Metade do tempo eu passei pensando em formas de fugir dele e a outra metade eu estava tomado meu banho mesmo.
Acho que foi isso que o fez tomar banho em outro banheiro que não fosse o do nosso quarto.
― Ainda está aí? ― perguntei como quem não quer nada e evitando de olhar na cara dele pra não ficar mais nervosa, Dom era persistente e não iria desistir até conseguir oque queria.
E no momento eu não estaria dando o que ele queria.
― Tava só esperando você pra avisar que tô indo ― ele comentou todo cabisbaixo, ou pelo menos estava fingindo muito bem que estava triste com minha rejeição, e enquanto me falava aquilo ele estava ajeitando o fuzil na bandoleira.
O que significava que ele já estava indo invadir o morro rival, e naquele momento eu travei completamente, o estudei dos pés a cabeça só para ter certeza. Coringa estava mesmo vestido como se fosse a batalha, com um colete a prova de bala, bandoleira e um fuzil. Então ele não havia desistido dessa idéia maluca.
― Você vai mesmo? ― respirei fundo, não queria deixá-lo ir por que tinha medo de que algo de ruim acontecesse com ele. As chances dele voltar bem eram menores do que ao contrário.
― O combinado era qual? Se você me desse o cu, eu ficaria em casa por você ― ele fez aquele comentário sem o menor pudor ou vergonha na cara, só que não estava brincando nem nada do tipo, ele tava mesmo falando sério, e ficou completamente bravo por eu não ter dado a ele oque ele queria.
Gente, que vergonha.
― Sério, você não quer falar mais alto que quer comer meu cu? ― o repreendi no momento em que ele disse aquilo e fui a caminho da porta fechar, já que estava entreaberta, era tudo medo de alguém conseguir escutar aquela conversa descabida.
Aproveitei para tirar a toalha do meu cabelo e o deixar secar naturalmente.
― Vontade que eu tenho é de encher sua cara de tiro, fica me negando a porra de uma transa ― ele murmurou, assumindo o papel do velho Dom que não tinha filtros, e estava se contendo para não perder a paciência.
Mas na verdade acho que nem paciência ele tinha mais.
― Você tem várias putas a sua disposição, é só acionar alguma delas ― ri forçado, tentando esconder o ciúmes que surgia em mim toda vez que eu tocava naquele assunto, por que era realmente verdade.
