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𝘒𝘈𝘙𝘐𝘕𝘈

Estava com uma maldita dor de cabeça que me fez repensar em sair de casa naquele noite, portanto tomei um analgésico antes de sair e coloquei outro dentro da bolsa por via das dúvidas. Carol havia me chamado para marcar presença no pagode que já deveria tá rolando, de início eu pensei em negar, mas então me veio na mente que eu não tinha nada mais interessante para fazer naquela noite, a não ser ficar plantada no sofá assistindo a algum filme.

Eu não estava me sentindo bem, não estava no clima para sair de casa, mas me obriguei a ir, era uma forma de aproveitar os dias de folga que o universo me mandou. A escolha de roupa não foi tão boa assim, já que no momento em que me encontrava a caminho da quadra onde rolava o pagode, começou a chuviscar.

Meu vestido tinha mangas, oque amenizava um pouco do frio, mas era curto e não cobria minhas pernas, fora o tecido fino que não me prorpocinava nada de calor. Não tinha tempo para me arrepender da roupa e nem voltar para trocar, então segui em passos rápidos até a quadra, que por sorte não ficava muito longe da minha casa.

Desci o vestido quando vi uma turminha de homens parados sobre a entrada da quadra, e olhei para o chão, tentando evitar de olhar na direção de qualquer um deles.

Eu já sabia que iria receber olhares curiosos e escutar comentários engraçadinhos, mas não tinha muito oque fazer.

Apenas fingi que não estava vendo e me fiz de surda, passando pela roda de homens e ignorando quaisquer comentário idiota que eles disserá no momento em que passei.

Entrando na quadra, logo de cara já reparei que o clima tava bem caloroso no ambiente, tinha uma roda de mulheres quase na entrada sambando, e parecia estar competindo entre si para ver quem tinha mais gingado.

Era uma vibe leve, sem confusões, sem gritarias, uma coisa diferente dos bailes no morro, um lugar que eu passaria a noite inteira. Proucurei por Carol naquele lugar cheio e logo a achei, ela estava sinalizando com seu braço o lugar onde ela estava.

Não precisei de muito esforço para notar que ela estava acompanhada pelas mesmas pessoas que estiveram com a gente no pagode passado. Ana, seu namorado e seu cunhado.

― Ei ― os chamei, conforme me aproximava da mesa onde estavam.

― Ka, pensei que não fosse vim ― Carol me repreendeu com seu tom mais chateado, e em seguida empurrou sua cadeira para o lado, me dando mais espaço para me sentar na outra cadeira vazia.

― A Carol tava aqui tocando o pau em você, falando o quanto você enrola ela pra sair ― Ana dedurou a Carol com um sorriso sapeca, não parecia ser sua intenção causar uma discórdia entre a gente, estava mais como uma brincadeira.

― É mesmo? ― torci o nariz, lançando a Carol um olhar de quem estava horrorizada.

― Mas é claro, eu marquei com você oito horas e olha a hora que você me chega ― Carol murmurou novamente, tomando um gole da sua bebida como se estivesse tentando se controlar através dela.

― Boa noite meninos ― saudei, intercalando meu olhar nos dois irmãos, e já levando em consideração que eu havia acabado de me comunicar com Ana.

― Boa noite ― responderam em uníssono.

― Toma aqui ― Carol estendeu para mim uma Heineken em sua mão.

― Ué, cadê a música? ― questionei quando o som parou de repente e a gritaria das pessoas descontentes tomou conta da quadra.

Parece ter acontecido algum problema com as caixas de som, então os músicos e os caras que estavam tocando seus instrumentos, pararam por um segundo para poder averiguar oque tinha acontecido.

No morroOnde histórias criam vida. Descubra agora