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𝘒𝘈𝘙𝘐𝘕𝘈

Não consegui tirar da minha mente a conversa que tive mais cedo com o Dom, a possível chance dele ser realmente o pai do bebê da Camila, se é que ela estava mesmo grávida, estava começando a me deixar perturbada.

Oque mais tinha no morro era garotas inventando supostas gravidez para tentar segurar homem, e eu não deveria confiar cegamente nela sabendo que ela era louca pelo Dom. Mas e se Camila não estivesse mentindo?

E essa terrível dúvida só iria sumir da minha mente quando eu tivesse com o teste de DNA em mãos para garantir que ele não era mesmo o pai dessa criança. E em meio a tantas dúvidas, passei a tarde toda deitada assistindo uma série, ou melhor, tentando me distrair com uma série enquanto minha cabeça estava longe.

Era difícil assumir para mim mesma que o cara com quem eu estava me envolvendo, não tinha somente a mim. Era óbvio que esse lance com Camila não iria terminar, ele tinha inúmeras garotas a dispor dele naquele bendito bordel, e é claro que não iria se comprometer apenas comigo.

― Karina ― escutei uma voz grave me chamando bem distante, então acordei do transe em que estava e virei meu pescoço para vê-lo.

Sabia que era Dom, ele apareceu no quarto de repente e veio a caminho da cama como se eu tivesse o chamado. O quarto poderia ser dele, a cama também, mas eu não o queria ali comigo naquele momento, ainda estava tentando assimilar aquela notícia.

― Se arruma que nós vai sair ― ele deu a ordem com autoridade, ao mesmo tempo que pulou na cama para ficar próximo a mim.

O encarei com seriedade, pensando se valeria mesmo a pena bater o pé e decidir que não era uma boa hora para sairmos. Mas aí eu me lembro que eu não tenho poder de decisão.

― Para onde? ― perguntei com indiferença, tanto faz pra onde ele queria me levar se de qualquer forma eu teria que ir.

Manti meu foco na televisão na tentativa de ignora-ló.

― Aniversário de um parceiro meu, tu vai comigo ― falou, aproximando-se das minhas pernas e as tocando como se quisesse alguma coisa.

Sabe quando uma criança fica beirando a mãe na tentativa de pedir alguma coisa? Era exatamente isso que ele estava fazendo.

― Eu não conheço seus parceiro, exceto o Deco e o Arana ― comentei como quem não quer nada, talvez ele relevasse aquela ideia maluca de tentar me levar para todos os cantos que ele ia.

Não estava afim naquela noite.

― Mas tu é minha fiel pô, tem que ser presença ― ele me deu uma leve bronca, não chegou a ser exatamente uma sermão, não quando sua boca estava traçando um caminho de beijos em minha perna.

Assisti Dom puxar minha perna e depositar um beijo suave, parecia ser uma espécie de massagem com seus lábios que foi subindo. E em algum momento ele abandonou minha perna e veio rastejando até em cima de mim, acordei do transe quando me dei conta que Dom estava prestes a me atacar e me afastei antes que ele me beijasse.

Não era que eu não queria, só estava pensativa demais com aquela história do Dom ser pai, ao ponto de não conseguir pensar em nada mais.

― Dom, saí de cima de mim ― pedi com gentileza, não queria soar grosseira por que não era minha intenção.

Se Camila já estava grávida antes de se quer eu e o Dom sonharmos em nos conhecer, ele não tinha culpa, não é mesmo? Mas por algum motivo minha mente me obrigou a acreditar que sim.

― Vai me deixar na seca mermo? Faz dias que a gente não transa ― Dom resmungou no momento em que eu consegui escapar dos seus braços enormes e me coloquei sentada na cama.

No morroOnde histórias criam vida. Descubra agora