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𝘒𝘈𝘙𝘐𝘕𝘈

Acordei sentindo minha cabeça doer, ao nível de eu pensar que iria explodir, e a claridade do quarto estava piorando tudo, porém a luz de led que iluminava o quarto era vermelha, então automaticamente já soube onde eu havia passado a noite.

Me encolhi na cama sem me lembrar de muita coisa, somente de ter tomado aquele maldito copo de Whisky e depois ter capotado, eu não sabia bem oque havia acontecido no tempo em que fiquei desacordada. Mas para ter parado no bordel, coisa boa não era.

Avaliando melhor aquele quarto, eu tinha certeza de que era o quarto em que estive com Dom as duas vezes que nos encontramos. Então não deveria me preocupar de ter passado a noite com um estranho.

Chequei se estava com roupa, aquilo iria dizer muito sobre oque ocorreu ou deixou de ocorrer enquanto eu estive dopada, mas por sorte eu estava bem vestida, e só a minha calcinha que parecia ter desaparecido.

Levantei ainda meio zonza, tentando conciliar meus passos com a vontade louca que eu estava de fazer vômito, era um enjoo chato, ainda por cima com minha cabeça estava doendo.

Andei lentamente até a porta do quarto, talvez tivesse alguém lá fora que pudesse me ajudar, como a Sara, mas ao tentar abrir a porta descobri que eu estava presa, literalmente presa.

― Era só oque me faltava ― puxei a maçaneta com toda força do mundo, achando que iria abrir, mas pelo que me parecia, a porta estava trancada na chave, consequentemente me deixando presa dentro do quarto.

Eu não sabia se tinha uma chave reserva dentro do quarto, e se tivesse eu não gastaria tempo a procurando, preferi optar pelos gritos.

― Alguém me ajuda ― berrei conforme ia batendo na porta, e quem visse de fora provavelmente acharia que eu estava sendo assassinada ― Alguém? ― gritei, na esperança de que alguma alma piedosa atendesse ao meu chamado desesperado.

Por sorte não precisei gritar por muito tempo, escutei uma voz familiar por de trás da porta.

― Karina, se acalma ― Sara pediu do outro lado, mesmo que não estivesse a vendo, eu sabia que era ela. ― O Dom não está aqui e só ele tem a chave ― me informou com seu tom de voz bem tranquilo, por que não era ela quem estava presa dentro do quarto de um bordel.

― Francamente, tinha que ser esse imbecil ― murmurei, falando aquilo em voz baixa, por que por algum motivo eu achava que Sara poderia contar para ele.

― Ele está vindo ― anunciou, antes de me abandonar dentro daquele quarto sem dar mais sinal de vida.

Já não me bastava estar mal, com a sensação de que um caminhão havia passado por cima de mim, agora eu também estava presa, a espera do mandante de uma favela vim me soltar. Oque será que se passou na cabeça dele ao me prender no quarto?

Sentei na beira da cama e esperei ansiosamente, pelo que me pareceu ser uns dez minutos, os dez minutos mais longos da minha vida. Quando escutei o barulho da chave abrindo a porta, pulei da cama em ansiedade e caminhei em direção a porta.

― Até que fim ― murmurei quando a porta foi aberta, e por ela o Dom passou.

Naquela manhã ele estava sem camiseta, uma bermuda branca e um fuzil em volta do seu corpo, olhando sua vestimenta ele parecia ser alguém pobre e que não tinha dinheiro, mas era totalmente ao contrário, eu acho que ele só gostava de se vestir como um mendigo.

No morroOnde histórias criam vida. Descubra agora