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KARINA

Acordei com uma puta dor de cabeça, que me fez ter vontade de voltar a dormir, e eu sabia bem que era a ressaca batendo na porta, tudo culpa da minha falta de experiência com bebidas, e com três copos de whisky eu já estava louca. Meu deus, quem fica embriagada com três copos?

Abri meus olhos lentamente, por que de alguma forma até mesmo a escuridão do quarto estava me dando dor de cabeça. Não precisei de muito esforço para identificar que não estava no meu quarto, os lençóis fofinhos da cama não eram os meus, o cheiro de lavanda na fronha não era familiar, e o fedor de maconha impregnado no quarto de longe era algo que estava no meu quarto.

Levantei minha cabeça com cuidado sentindo meu cabelo cair sobre meus olhos e avaliei melhor aquele quarto na escuridão. Era o quarto do Dom.

Puta merda.

Me joguei novamente na cama com vergonha de mim mesma, por ter ido parar justamente onde eu estava evitando parar. Eu não sabia quando e nem como cheguei ali naquela cama, afinal tudo que eu me lembrava era de ter sido abordada por um moleque desconhecido no meio da festa alegando me conhecer.

O nome do rapaz era Aranha, ou talvez Arame, não me lembro perfeitamente seu nome, mas lembro bem da sua feição, um rapaz que eu já tinha visto aqui pelo morro, por coincidência ao lado de Dom.

Ele me arrastou da festa com o papo de que o Dom havia mandado ele me buscar, no começo eu tentei resistir e até bati o pé dizendo que não iria obedecer as ordens do Dom.

Mas eu estava bêbada e em algum momento acabei cedendo e fui parar no carro daquele estranho. Agora não me pergunte por que caralhos eu me enfiei dentro do carro de uma pessoa que nem conhecia. Eu fiz isso e sem nenhum peso na consciência, afinal a bebida estava falando por mim.

Respirei fundo sentindo meu estômago embrulhar de fome ou talvez com vontade de vomitar e me obriguei a sentar na cama. Se eu fosse ágil e me levantasse dali com pressa, talvez pudesse ir embora sem que Dom percebesse que eu estive se quer ali.

O diabo é sujo meus amigos, muito sujo, no momento em que estava pensando em me levantar, a porta a frente da cama se abriu e o Dom passou por ela, usando apenas uma toalha na cintura enquanto outra secava seu cabelo. Perdi até o fôlego quando vi aquele homem esbelto e alto bem a minha frente, usando apenas uma toalha branca e apertada que delineava bem o seu pacote.

Lambi os lábios em um gesto automático quando me dei conta de que seu membro parecia bem apertado contra o tecido grosso da toalha, e um volume estranho. Ok, talvez ele estivesse duro naquele momento, mas não me importava.

― Me leva embora ― agi no impulso e me coloquei de pé rapidamente, e logo em seguida minha cabeça rodopiou e um dor imensa me atingiu. Talvez levantar tão bruscamente não fosse uma boa ideia.

Coloquei a mão sobre a cabeça e me obriguei a fechar os olhos, tentando ignorar a ressaca do caralho que eu mesmo procurei. Quando abri meus olhos dei de cara com o retardado do Dom me encarando como um maníaco.

― Bom dia, bela adormecida ― Dom sorriu, me mostrou seus dentes branquiços e por um segundo eu esqueci que tinha dor de cabeça. Quando seus olhos recairam sobre meu corpo, fazendo uma varredura minuciosa, me permiti descer o olhar para ver o que tanto o agradava, foi então que percebi que estava usando apenas calcinha e sutiã.

No morroOnde histórias criam vida. Descubra agora