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𝘒𝘈𝘙𝘐𝘕𝘈

Foi assim que eu me senti, humilhada, por estar passando por aquela situação tão constrangedora, por que por mais que não tivesse o dinheiro em mãos para pagar aquela dívida, eu iria pagar de uma forma limpa e não iria me submeter a coisas tão baixas.

― Você precisa do dinheiro e eu estou disposto a te ajudar ― Dom aumentou seu tom de voz, passando a soar mais sério dessa vez.

― Disposto a me ajudar? Você quer se aproveitar da minha situação ― gritei em resposta, estava nervosa.

Antes de chegar finalmente na porta, quando me virei para Dom o peguei secando minha bunda descaradamente, me provando ainda mais que aquela atuação toda era somente para me usar diante a meu momento de dificuldade.

― Eu vou pagar a dívida. ― garanti, sentindo minha garganta queimar ao usar um tom tão alto para dizer aquilo, e no momento em que me virei novamente para sair, percebi que a porta não abria.

Estava trancada.

― Você mesma me disse que não tem dinheiro, como vai conseguir me pagar essa dívida atá amanhã? ― Dom também falava em voz alta.

― Em que momento você fechou essa porta? ― dei um chute na porta, causando um barulho alto e que provavelmente seria escutado por outras pessoas.

Naquele momento não existia medo e nem nervosismo, eu era apenas uma garota furiosa tentando fugir das garras de um pervertido.

― Você tava nervosa demais pra perceber ― Dom balançou a chave pendurada em seu dedo com um sorriso vitorioso em seu rosto, ele com certeza estava se divertindo em me fazer de trouxa.

― Escuta aqui, se você acha que vai conseguir me comprar com sua proposta, não vai, e nem que você me mande o Whisky mais caro do planeta terra vai conseguir me ter ― joguei algumas verdade na sua cara, voltando a me aproximar da mesa, porém dessa vez traçando o caminho até sua cadeira.

Não sei da onde arrumei coragem para dizer aquilo, mas a fúria faz com que a pessoa se revele.

― Mas quem falou em comprar? Eu estou apenas te propondo uma solução para os seus problemas ― Dom ironizou, ao mesmo tempo que varria meu corpo lentamente somente para me provocar. Era como se ele estivesse avisando: Eu quero te usar, e depois te descartar como faço com todas.

E isso tudo em cima de uma dívida.

― A não ser que você queria ver seu irmão morto ― disse ele, na tentativa de me desestabilizar, e realmente conseguiu.

Quando Dom tocou no meu irmão, ele tocou em mim, me tranquilizei e pensei mais no assunto.

― Você não vai mata-ló ― disse em voz baixa, na tentativa de me enganar.

Mas eu no fundo sabia que aquilo era uma mentira, se eu não quitasse com a dívida logo, Dom fazeria questão de pertubar minha vida e a do meu irmão, somente para provar que ele tinha o controle da situação.

― Oque te faz pensar que não vou? ― Dom se colocou de pé de repente, tragando mais uma vez seu baseado e soprando a fumaça na minha cara só de pirraça. Seu tom saiu mais descontraído, ele não parecia chateado por estar sendo contrariado, oque era estranho. Esse era o dono do morro qual todos falavam?

― Por que eu estou te pedindo, eu vou pagar a dívida e você sabe disso tanto quanto eu ― me atrevi a olhar no seus olhos, que esbajavam convencimento naquele instante.

Dom rolava seus olhos por todo meu rosto, a procura de algo em específico que eu ainda não sabia oque era. Mas também não pretendia ficar muito tempo para descobrir.

No morroOnde histórias criam vida. Descubra agora