𝘒𝘈𝘙𝘐𝘕𝘈
Tava tão cansada que acabei pegando no sono novamente quando cheguei em casa, Gustavo não estava, oque transmitiu uma paz imensurável dentro de casa. Não queria que tivéssemos outra discussão como a de ontem, onde ele praticamente me humilhou sendo que eu fiz de tudo apenas para ajuda-ló.
Mas por outro lado, eu estava preocupada com ele afinal tínhamos acabado de sair de uma invasão e eu não sabia do seu paradeiro. E se ele estivesse correndo perigo?
Independente do que estivesse acontecendo, ele não atendia minhas ligações e nem respondia minhas mensagens, então eu não podia fazer muita coisa por ele. Tudo que consegui fazer ao chegar em casa foi deitar e descansar.
E foi uma péssima idéia, em um calor de trinta graus na favela, não tinha nem ao menos um ventilador quem dirá um ar condicionado pra me refrescar. Acordei como? O puro suor.
Fui direto pro banheiro assim que levantei, tomei meu banho geladinho, não que eu tivesse opção ne, o registro queimou e eu não sabia oque era água quente a muito tempo, mas também não fazia diferença com o calor extraordinário que fazia ultimamente. Aproveitei pra lavar meu cabelo que tinha secado sem pentear, e acabou virando uma bagunça que só.
Desembaracei meu cabelo e coloquei uma roupinha mais leve pra ficar dentro de casa, até por que teria que providenciar meu almoço e depois partir pra limpeza. A casa tava maior sujeira, Gustavo não me ajudava com os afazeres de casa e acabava acumulando quando eu não fazia.
Isso que era foda, além de ter que me virar nos trinta nos empregos que eu tinha, ainda tinha que da conta de casa. Que vida tirana.
Era meio dia e eu tava morta de fome, as torradas que comi pela manhã não abasteceu meu estômago o suficiente, e eu não teria tempo de fazer algo muito elaborado. Então empanei alguns pedaços de frango e fritei pra comer com arroz e salada. Não tinha outra coisa pra fazer mesmo.
Tava terminando de almoçar quando escutei uma batida forte na minha porta, de início pensei que fosse meu irmão, mas ele não bateria na porta então descartei essa hipótese. Tive que engolir minha comida no ódio pra ir abrir a porta, e fiquei ainda mais emburrada quando vi que era Carol.
Não tinha outra hora para ela me aparecer?
― Tava dormindo? ― Carol indagou com um olhar de julgamento, talvez pela minha cara ainda estar amassada e inchada de tanto dormir, eu estar com toalha na cabeça e com uma roupa esbagaçada.
― Tava almoçando ― bocejei, fechando a porta após ela entrar com total liberdade na minha casa.
― Sol tá desgraçado hoje, tá pedindo uma prainha ― Carol murmurou, deixando sua linda bolsa rosa sobre meu sofá e em seguida se sentando.
Ela tava com uma roupinha bem arrumada, um vestidinho ciganinha branco, uma sandália papete e seu cabelo cacheado bem definido. Não tinha dúvidas de que Carol tinha se arrumado apenas para passear pelo morro, afinal ela era exibida.
― Praia? Você devia estar trabalhando ― brinquei, me sentando na ponta do sofá e ficando de frente para minha amiga.
Sabia que ela não estava trabalhando por que a chefe não abriu a loja, mas fora isso, era a semana toda no trampo, não tínhamos tempo nem pra pegar uma prainha, quer dizer, ela né já que perdi meu emprego.
―Tô fudida amiga, Solange me mandou uma mensagem nestante dizendo que precisamos conversar ― Carol resmungou com um tom nada contente e fez uma careta preocupada, pelo visto era um péssimo sinal.
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No morro
FanfictionSerá mesmo que o amor suporta tudo? ― Não somos capazes de amar alguém verdadeiramente, quando esse alguém brinca com nosso coração. Em uma favela onde a troca de tiros é constante e a criminalidade predomina mais do que a paz, não há lugar para con...