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𝘋𝘖𝘔

Precisava daquela sexta pra relaxar, tirar um tempo de descanso e voltar com tudo para minhas revoada, tinha ficado tão fissurado em me preparar para uma futura invasão que tava até esquecendo de curtir. Na semana pós invasao não consegui colar em nenhuma revoada, não tava com cabeça pra isso.

A festinha que teve na quinta na casa do Dom não contava, já que não tinha sido uma revoada e tava mais pra uma reunião que acabou virando putaria. Eu, ele e outros manos tava tratando de assuntos da favela e acabou rendendo depois que tudo acabou.

Mas foi caso rápido, comi uma puta e voltei pra casa, não podia ser considerado como diversão, e enfim tinha chegado o dia do baile, o dia que eu tava contando os dias pra chegar, já atualizei logo meu corte na sexta pra chegar no baile daquele jeito, trajado de lascote e na régua. Era de lei né pai.

A intenção nem era ir acompanhado, não queria levar Karina por que ia brecar meus esquemas no role. Já tinha marcado de fuder a Camila hoje na minha mente e sabia que ia trombar ela no baile.

Fora que deveria ter outras diversas bebezinhas filé no camarote pra mim pegar, e com Karina do meu lado ia brecar completamente. Mas não tive outra opção, quando vi ela com aquela cara de cachorro abandonado me perguntando se eu ia para o baile, eu sabia que teríamos uma discussão se me recusasse a levar ela.

Pra causar menores conflitos decidi que talvez não fosse uma péssima idéia assim levar ela comigo, certeza que ia brecar meus lance com as outras mina mas também era o momento perfeito para todos saberem que agora ela era minha fiel, não que já não soubessem.

Metade do morro sabia que Karina agora era minha mulher era só a chance de oficializar isso.

A garota também tava me dando gelo, certeza que era por que eu bati logo o martelo e disse que não queria que ela trabalhasse. Pra que?

Tem tudo oque quer, se quiser ir no salão eu banco, quer comprar roupa eu banco, tudo que ela quiser ela sabe que vai ter ao meu lado, por que comigo é assim, sem frescura, não tem necessidade de mulher minha tá atrás de trabalho, mulher minha tinha ficar em casa me esperando.

E oque mais tinha deixado Karina pistola era fato de que eu não tinha tempo pra ficar tomando café com ela durante a tarde, eu tinha mais oque fazer. E não tava comendo puta, assumo que fui no bordel algumas vezes na semana pra me saciar, até por que eu sou homem e a carne é fraca. Não vou abandonar minha vida de solteiro pra ficar com uma mulher só.

Mas a maior parte da minha semana eu passei no meu escritório, tava acompanhando de perto os assuntos pendentes, como o plano de colocar um infiltrado no CVV, a tentativa de tentar trazer um polícia corrupto pro nosso lado, assim a gente consegue mais vantagens e saber tudo que se passa do outro lado do jogo.

E tava acompanhando também o lance de levantar uma base forte com meus homens, acompanhando os treinamentos e incentivando os menor a exercer as atividades pra ficar preparado para uma outra possível invasão.

― Não saí de perto de mim ― puxei Karina pela cintura quando vi que ela já tava preparada pra partir na frente com Carol quando chegamos no baile.

Estacionei minha evoque na lateral da quadra onde achei vaga de sobra e caminhei de mãos dadas com Karina até a entrada da quadra, Carol tomou a liberdade de caminhar na frente e de alguma forma as pessoas sabiam quem ela era e sabia que tava comigo, então abriam caminho para ela passar sem hesitação.

Algumas pessoas me cumprimentaram ao passar por mim e outras se permitiram apenas em me observar com o olhar de admiração, muitos ali queriam ser igual eu, muitos invejosos mas também muitos admiradores. E se tinha uma coisa que eu gostava era da atenção toda em mim.

No morroOnde histórias criam vida. Descubra agora