O silêncio da sala naquela situação me deixou um pouco nervoso, além disso o senhor Roberts se divertia com o meu desafio, ele parecia ser um homem que gostava de desafios de inteligência.
- Desculpe, não posso fazer isso, não cabe a mim. Entretanto posso deixá-lo fazer a prova se assim insiste. - Deu de ombros, decerto ele estava mesmo curioso para saber se toda a minha confiança era válida mesmo.
- Eu não costumo fazer isso, não sou adepta, todavia, seu histórico é bem impressionante, acredito que uma história positiva ajudaria a faculdade. Vamos ver como se sai e então pensarei nesse assunto. - disse a reitora colocando os braços para trás em uma posição de poder.
- Certo, mas sua média não será a mesma dos outros alunos, quero algo a partir de 8,5 ou nada feito. - Adicionou e eu concordei segurando a alça da minha bolsa e seguindo para um lugar vazio. - Ei, não, quero que fique longe dos alunos para evitar cola. - Ditou e eu apenas concordei, descendo as escadas indo até a sua mesa e pegando suas coisas entregando para o mesmo logo em seguida.
- Como quiser. - Sorrio sem mostrar os dentes me sentindo aquelas filhinhas de papai que adora desafiar, era divertido. Me sento na cadeira com olhares em cima de mim, não estava me incomodando, aprendi a filtrar isso. - Certo, podem começar, vocês têm uma hora e meia. - Iniciou a prova.
Primeiro de tudo havia três folhas em minha frente, cerca de 40 questões, dei uma breve olhada e tinha um monte de questão discursiva, talvez um pouco mais da metade, não me assustou, mas me deixou tenso porque eu não sabia se ele queria do livro ou explicado com minhas palavras.
Respirei fundo e comecei com a objetiva, havia questões sobre fontes, tipografia no geral, cores, como elas afetam as pessoas, canais de comunicação, tipos de marketing, excesso de coisas que se você não entendesse provavelmente não conseguiria gravar.
Eu acreditava que estava indo bem, não estudei, não para isso, mas ler é um hábito que adquiri quando tinha 4 anos, nunca passou um dia em que eu não li pelo menos um capítulo. No relógio em meu pulso marcou a primeira hora de prova, algumas pessoas já haviam feito e entregado e com isso sempre bate aquela insegurança, mesmo que você saiba, quando você pensa que estava mais fácil para alguém do que para você e que às vezes seu raciocínio está errado e em vez de ter todos impressionados com sua inteligência vai ter pessoas rindo de você, as coisas parecem mudar. Isso é uma armadilha do corpo humano, se sabotar, me fazer perder tempo pensando demais em uma coisa que eu sei, tentando me fazer duvidar da minha certeza.
Uma grande luta que terminou faltando um minuto para o fim do tempo de prova, eu havia respondido tudo, algumas com a minha forma de explicar, outras com a explicação exata retirada de um dos livros que li, não estava mais tão confiante quando os papéis saíram de minha mão e foram parar na mão de um professor que parecia estar esperando o tempo certo para rir de mim.
- Quando terei uma resposta? - indaguei guardando minhas canetas em meu estojo.
- Se tirar a nota que combinamos eu e a reitora conversaremos e então ela mandará um E-mail, até lá, acho que não tem mais o que fazer aqui. — Finalizou a conversa, e então eu me contive em fazer mais perguntas ou pedir que ele fosse o mais rápido possível em me dar a resposta porque mesmo parecendo perfeito eu ainda tinha minha grande aminimiga, ansiedade.
Quando sai da faculdade a chuva ainda estava presente, porém mais fraca, eu ainda tinha tempo para fazer outras coisas então procurei por algum lugar que eu pudesse resolver a situação da minha carteira de motorista.
Bom, eu já estava com o carro, e tinha um instrutor disponível, expliquei a atendente que eu tinha uma carteira de motorista do meu país, até mostrei a ela, as coisas pareciam estar fluindo muito bem para mim porque eu tomei todos os cuidados que eu lembrava para dirigir e ao final do dia, após esperar algumas pessoas na minha frente eu consegui minha habilitação.
Eu tinha grandes motivos para comemorar, mas mesmo que estivesse tudo dando certo na minha vida algo dentro de mim não estava certo, eu poderia citar um monte de coisa óbvia que não está certa, mas uma é recente, queria vê-lo novamente.
Oliver me deu toda uma vida nova para que eu consiga impressionar Jeon, entretanto ainda não me deu o principal, o homem. Vi ele um dia, não peguei seu telefone, até porque mesmo que ele tenha mostrado uma certa preocupação em me levar em casa, ele não parecia disposto a se abrir para mim — um estranho —sobre a sua sexualidade.
Analisando toda a situação e as conversas que tive com os dois membros da mesma família, sua mãe pode não saber, ou ela consegue esconder muito bem o segredo do filho, entretanto se ele não tiver contado a ela por medo estava perdendo tempo, a mulher pareceu muito aberta e solidária a minha situação, deixou claro que se um dos filhos dela tivesse que lidar com isso não seria ela que iria complicar as coisas.
No fundo eu tinha um pouco de inveja de Jeon Jungkook, Eliza era uma mulher incrível, tinha uma doçura que lembrava a minha mãe antigamente, parecia ter vindo de um passado humilde, mas que o excesso de dinheiro não a mudou, diferente da minha mãe, essa sim se perdeu devido a todo o dinheiro, fama e status que Ryan Park lhe deu, um grande de um filho da puta.
Ryan Park, meu pai, eu acho que eu não tenho um xingamento perfeito para descrever o quanto eu odeio esse homem, acho que ainda não inventaram uma palavra que o descrevesse tão bem, contudo, não falarei sobre ele agora, Ryan tem o costume de minar não só meus pensamentos como minha alegria mesmo a oito mil quilômetros de distância.
Ou seja, assunto para outro dia.
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Contrato Visceral - JIKOOK - mpreg
FanfictionNo dicionário o significado de recomeçar é começar novamente depois de uma interrupção, foi isso que aconteceu com Jimin quando teve que tomar a maior decisão de sua vida, ficar e se sentir preso em um palácio confortável pelo resto da vida ou ir e...