Contrato Visceral - JIKOOK - mpreg

💋Uma dose no Primeiro dia💋

Não conseguia descrever o quanto estava com saudades de casa, eu amava aquele lugar, amava as lojas de conveniência que tinha tudo que era mais gostoso e rápido ali, amava a calmaria das ruas as três da manhã, era o meu horário favorito porque não tinha jornalistas nem fotógrafos por perto. Eu amava a Coreia, a ilha de jeju, Busan, Busan era a minha cidade preferida, morei lá na infância antes de tudo desandar e meu pai ficar ainda mais rico e famoso do que era e então nos obrigar a vim para a capital.

A verdade era que minha vó materna morava lá, em uma casa pequena, mas confortável, casa essa que ela nunca abriu mão, e se ela ainda estiver viva, tenho certeza de que a encontraria lá. Minha avó paterna nos deixou anos antes da minha fuga, era a típica vó rica que sempre dava dinheiro escondido, fazia os melhores doces, contava as histórias mais otimistas e dava abraços gostosos, já a minha vó materna era aventureira, e tradicional, tudo que ela comia tinha que ser receita asiática, ela conhecia toda a história da Coreia e eu aprendi muito com ela, porque era histórias assim que ela me botava para dormir.

- Então eu fico me perguntando, deveríamos visitar a sua família? - Jungkook estava levemente estranho, o seu humor parecia ácido demais e ele estava usando mais a ironia nesses últimos tempos do que em toda a sua vida.

- Não vamos visitar ninguém, se quiser ir eu não o acompanharei. Primeiro que eu não queria nem ser reconhecido aqui, não queria que ninguém soubesse que voltei, mas isso já aconteceu, agora eu preciso ficar pianinho. - Ele estava em seu quarto e  me deitei ao seu lado.

- Você sabe que estamos no mundo dos negócios, encontrá-los será inevitável. - Se encostou na parede.

- Tudo bem, vou ter você do meu lado, isso já vai ajudar e muito. - O beijei.

- Nós precisamos trabalhar, organizar as coisas, ter um cronograma, minha secretária só chega semana que vem com a Charlie. Acho que deveríamos adiantar as coisas. - Separou o beijo.

- Charlie vai sair do esconderijo? Isso é incrível. - Sorrio animado.

- Ela ouviu o que você falou, vai preparar o primeiro desfile com o nome dela, vamos coordenar tudo como deveria ser. - me sentei na cama pensando um pouco.

- Isso é bom, eu já sei o que podemos fazer em uma semana, eu sei que você quer trabalhar, mas o quanto você acha que eu estou por dentro disso tudo? Eu posso dar uma olhada nos arquivos, mas isso não demanda muito tempo. Olha, eu posso te levar nos meus lugares favoritos em Seul, posso te mostrar as maravilhas da Coreia, não todas, mas sei que você vai gostar. - Fico em pé animado.

- Podemos tirar um tempo para isso, o que você ama mais aqui? - Cruzou os braços.

- Lojas de conveniência, são incríveis e são diferentes das lojinhas dos Estados Unidos. - Eu respondi, mas suas sobrancelhas arqueadas me mostravam que isso não era muito do interesse dele, então eu apenas dei de ombros. - Bom, vou deixar você descansar e arrumar as minhas malas. - A suíte era composta por dois quartos, os dois havia banheiros, escritório e uma sala, era luxuoso e espaçoso.

O primeiro dia sempre foi o dia de descanso, tendo que lidar com o Jetlag e tudo mais, então quando passei no quarto de Jungkook assim que terminei de desfazer minhas malas, vi ele dormindo abraçado a um travesseiro, ele parecia exausto. Vendo aquela cena, eu apenas deixei um selar em seus cabelos e o cobri saindo do quarto e decidindo sair um pouco. Ainda estava cansado, mas não conseguiria dormir, meus nervos estavam a flor da pele e nada como uma caminhada para acalmar as coisas.

Seul estava 16 horas na frente, então explica muito o fato de eu não querer dormir mesmo que a viagem tenha sido longa e a noite fresca esteja me abraçando, ainda era dia em Seattle e depois de três anos lá, a gente passa a se acostumar.

Eu passei a uma loja de conveniência e estava me sentindo um ator de drama, peguei o lámen, um suco e preparei tudo ali mesmo, eu gostava dessa praticidade, gostava de como a cidade passava a calmaria mesmo sendo um caos, eu adorava Seul, adorava morar aqui também, durante um tempo eu me via imaginando toda a minha vida naquele lugar, conhecer uma pessoa legal e juntos construímos uma poupança para viagens por todo o mundo.

Infelizmente esse sonho morreu, eu não sei se conseguiria ter a mesma relação que eu tinha antigamente, essa cidade me traz tantas lembranças boas, mas muitas ruins e isso me pega muito mais, às vezes eu só queria que como nos contos de fada tudo fosse resolvido.

- Eu me perguntei se deveria ligar, provavelmente isso vai acabar com os meus créditos. - Sara falava do outro lado da linha. - Mas como você é meu melhor amigo e está em um lugar desconfortável, eu queria saber como você está. - Eu sorri compreensivo.

- Eu definitivamente não estava preparado para voltar, eu saí do avião e me senti sufocado, aterrorizado, todas as possíveis possibilidades me deixavam triste ou em alerta, mas estou feliz por estar aqui com Jungkook, ele está bem tenso com a inauguração e os negócios que precisa organizar antes dela e eu me sinto meio perdido porque minha estada aqui foi organizada de última hora e eu não estou por dentro dos assuntos desde o começo. - Atualizei ela sobre a situação.

- Eu imagino, mas você consegue, não há nada que você não consiga fazer quando se propõe. - respondeu e eu ri, ela tinha um jeito de aumentar minha confiança, mas eu sabia que não era tão verdade assim.

- Estou com medo Sara, se eu não estou pronto nem para voltar ao meu país, imagina dar de cara com a minha família? Eu ainda tenho que tomar remédios para a ansiedade, esse assunto ainda me abala demais, eu sei que isso é inevitável, mas estou com medo. - Era a única que sabia de tudo, a única que eu não precisava entrar em detalhes e contar, mas ela ainda estava tão longe e o telefone não ajudava muito.

- Por mim você aproveitava que está aí e acabava com eles, se vingava de tudo que fizeram, mas como sei que você é um coração mole, então só te desejo sorte e muita força. Tenho que ir ou vou ficar sem crédito. Te amo amigo. - Não esperou que eu respondesse, ela entendeu que eu estava pensativo demais para isso