💋Uma dose de Vergonha💋

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Dois meses, quase uma estação inteira, dois meses que passei tentando lidar com os meus erros e seguir minha vida, nesse tempo eu decidi me ocupar, muitos universitários entram em empregos temporários e foi isso que fiz o resto do verão, usando o meu corpo como uma máquina em vários empregos, dessa vez, não porque eu precisava de dinheiro para os meus remédios, mas porque eu precisava estar com a minha cabeça cheia, eu vi isso como uma vantagem.

Quando às aulas voltaram, eu passei a dividir o meu tempo entre a faculdade e trabalhos de meio período, quanto menos tempo livre eu tivesse no meu dia, melhor seria ele, minha avó sempre dizia que cabeça vazia era oficina do diabo, então eu passei a deixar ela bem ocupada.

Eu estava lutando para um primeiro lugar em todas as matérias que eu estava, fazendo cursos complementares para ajudar nas minhas horas e mostrar a faculdade que eu merecia uma bolsa de estudos, eu não teria dinheiro para pagar os dois anos que faltam, então minha única chance era essa.

Eu havia feito amizades novas na faculdade, elas não chegam aos pés da minha melhor amiga/irmã/colega de apartamento, mas eles conseguem me distrair quando eu preciso e é bom conhecer novas pessoas, renovar os ares, se abrir para o mundo é um passo muito importante para a superação, para o autocuidado.

- Então tem certeza de que não quer fazer aquele curso complementar comigo? Sabe, tem gente muito gata lá. - Myle perguntou enquanto eu comia, ela estava insistindo para que eu fizesse um curso de marcenaria para que ficássemos vendo os homens músculos mexendo com madeira, só que ela se esqueceu que teríamos que mexer com madeira também.

- Não, eu sou mais do tipo que gosta de ficar atrás de uma mesa de escritório, assim que meu curso complementar de marketing digital acabar eu quero entrar no design gráfico, eu preciso de coisas que somam com minha formação, não com um que me ensina a como mexer em uma máquina extremamente perigosa que vai acabar arrancando meu dedo. - Joguei uma batata frita nela que agarrou e comeu.

- Você é um velho rabugento. - Reclamou e então eu senti um braço em meu ombro, era Percy, ele fazia a matéria de ética e política comigo.

- Ainda bem que achei vocês, eu estava pensando que não teria ninguém mais para mim roubar o almoço. - brincou tirando os braços do meu ombro e se afastando apenas para roubar minhas batatas.

- Eu nem senti sua falta, uma pena que não te vi chegar, se não estaria engolindo todo o meu almoço. - Empurrei ele de leve em uma brincadeira.

- Não vem com essa Jiminzinho, desde que nos conhecemos que eu vejo você colocar a comida e beliscar ela até desistir, eu não sei como consegue parar em pé. - Ele fala e eu reviro os olhos, estava certo, meu apetite não tem sido um dos melhores  ultimamente. - Gente vocês viram quem é o novo affair do Dylan Conner? Eu achei um gostoso, mas eu gosto do meu amorzinho solteiro para que eu possa sonhar com ele jogando uma flor para mim do palco. - Dylan Conner era um cantor de músicas românticas muito conhecido por pessoas da minha idade, aparentemente. Eu não acompanhava, mas Percy e Myle poderiam morrer por ele.

- E quem seria? Homem ou mulher. - Myle perguntou.

- Homem, gostoso, muito gostoso, como aqueles cantores de Kpop. - Revirei os olhos e ri vendo Myle arrancando o celular de Percy.

- É fofo, ele tem cara de mal, daqueles caras que soca nossa costela enquanto faz a gente desejar ter o pescoço quebrado como uma galinha. - Tirou seus óculos para ver mais e eu balancei a cabeça desacreditado. - Não é Jimin, veja só e me diga. - Me mostrou o celular, mas o sorriso que eu estava no rosto fechou na hora, algo que eu não podia disfarçar.

Então Jungkook estava saindo com um cantor? Tudo bem, terminamos há dois meses, ele tem que seguir a vida dele mesmo, mas, porra, precisa ser tão rápido?

- Esse cara? não tem cara disso, na verdade ele tem cara de ser muito amorzinho, tipo aqueles caras que pagam de machão na frente dos amigos e com a namorada canta a música da Barbie e faz skin care. - Me levanto empurrando minha comida para Percy e vendo ele comemorar. - Tenho que ir, me inscrevi para participar da palestra sobre startups, eu preciso de horas complementares. - Não esperei que eles falassem nada, segui em passos rápidos para fora do refeitório e em busca de um lugar que não estivesse ninguém, então decidi ser o primeiro da palestra, porque cabeça vazia é oficina do diabo.

[...]

- Eu quero agradecer a vocês por estarem nessa palestra, eu preparei muitas coisas para falar, mas então eu decidi que não tinha ninguém melhor para falar sobre iniciar uma empresa do zero e transformá-la em uma das maiores da América. Recebam o fundador e CEO da Dioses, Senhor Jeon. - Quando ela terminou de falar eu travei, meu dia já tinha sido estragado, mas eu estava tentando me ocupar, havia escolhido um lugar bom, bem nas primeiras fileiras para poder ver e ouvir a palestra e agora sinto que estou exposto demais, como se estivesse pelado na frente de Jungkook.

- Boa tarde, eu sou o Jungkook, eu criei a Dioses com uma amiga, e hoje eu vim contar a vocês como fiz isso, eu não nasci rico, me formei através de bolsas e tive que começar do zero, duas vezes, até ter toda essa rede agora. Uma coisa que eu posso dar de cara a vocês: é achar alguém que possam confiar, alguém que não te dê medo de colocar a mão no fogo por essa pessoa, porque se escolher errado, terá que recomeçar muitas vezes ou até mesmo fracassar de vez. Já conheci alguém que sei que posso confiar para tudo, mas já conheci muito mais gente que se mostraram serem péssimas pessoas e se sua empresa se basear em péssimos sentimentos, ela não vai durar...

Contrato Visceral - JIKOOK - mpregOnde histórias criam vida. Descubra agora