💋Uma dose de Doçura💋

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Nos sentamos em volta da mesa de jantar, havia um bolo de carne muito bonito no centro da mesa, o arroz tradicional, purê de batata e legumes cozidos, acho que ser mãe traz para você muito mais conhecimentos.

- Jungkook era terrível, eu lembro quando estávamos em uma festa de fraternidade, ele bebeu tanto que pulou do segundo andar para a piscina, passou tão perto da morte. - Allie contava e eu me segurava para não rir, as histórias que os filhos escondem dos pais, os amigos contam.

- É difícil de imaginar Jungkook fazendo algo assim, deve ter sido uma época ótima. - Estávamos quase no fim do jantar, eu havia realmente gostado da comida e do clima que estava na mesa, sem brigas, só boas lembranças e carinho.

- Pois é, as responsabilidades transformaram ele, mas antigamente ele era a pessoa que sempre levava a gente para o mal caminho. - Charlie falava de forma animada e muito mais relaxada agora. O medo que senti dela me odiar já havia passado, eu gostei do lugar.

- Já que estão se divertindo tanto falando meus podres, eu vou buscar a sobremesa e mais vinho. - Jeon se levantou e eu observei o pequeno Austin comendo silenciosamente, ele parecia muito educado e fechado.

- Eu já visitei algumas festas de fraternidade, é uma loucura, mas eu não curto muito, gosto de lugares onde não tem pessoas rolando pelas escadas extremamente bêbadas. - Terminei minha taça de vinho e Jeon voltou com uma torta de morango, nos servimos com uma fatia e uma boa dose de vinho tinto.

- Tudo é uma boa ideia quando temos 19 anos, tudo é uma aventura e Allie, ela era a rainha da universidade, primeiro por estar na Princess, uma fraternidade bem concorrida, igual aquelas cenas de filmes, vibe meninas malvadas. - Foi a vez de Jungkook contar. - No caso ela era a rebelde, mas não abandonava uma boa roupa, era a melhor pessoa para beber cerveja de cabeça para baixo e uma ótima dupla no beer Pong. - Os dois pareciam ter lembranças para muitas vidas e isso não me incomodou, eu tinha minha alma gêmea em Seattle fazendo essas exatas coisas que eles estão contanto.

Depois da sobremesa ainda conversamos bastante, Austin havia subido para escovar os dentes e vestir o pijama, enquanto isso, nos sentamos do lado de fora em frente à praia, havia algo que parecia um sofá-cama estendido do lado de fora, muito confortável, ainda mais com a manta para se cobrir.

- Mamãe estou pronto. - O pequeno de cabelos castanhos claros falou na porta de casa, esperando.

- Pronto para quê? - pergunto sem entender, Jungkook já estava se levantando.

- Para dormir, ele está treinando a leitura, então quando vai dormir ele ler metade da história para a gente e depois a gente lê para ele. - Jeon respondeu. - Deixa que eu vou Allie. - Completou.

- Não, se estiver tudo bem, eu quero ir. Acho que seria legal passar mais um tempinho com ele. - Me ofereço, mas estava muito receoso, não tinha contato com crianças.

- Isso seria legal, Jungkook te trouxe aqui para isso. Relaxa, ele é uma criança supertranquila e vai gostar muito de você. - Charlie passou a mão em minhas costas me dando apoio, então eu me levantei e fui até o menino.

- Hoje eu vou ler para você. - Aviso, mas ele não pareceu se importar, apenas balançou a cabeça em afirmativo e entrou na casa a caminho de seu quarto. - Tem alguma história em mente? - indaguei assim que entramos no quarto, seu quarto era verde, havia alguns desenhos do Ben10 espalhados, tinha também o Shrek e monstros S.A. O menino mexeu em sua estante de livros e tirou de lá o livro da Rapunzel, eu fiquei surpreso, confesso, mas apenas deixei para lá e continuei.

Ele se deitou e eu o cobri, não tinha contato, mas sabia o que fazer, seguia apenas um instinto.

- Rapunzel, ninguém nunca contou essa história para mim. - Me sento no espaço vazio que ele deixou na cama para mim. - Você não fala muito né? Estou te incomodando aqui? Quer que eu chame outra pessoa? - ele era quieto até demais e isso me deixou preocupado.

- Não, eu gostei de você, parece um anjo. - falou. - Não sei bem como falar com as pessoas, aqui na cidade não tem muita gente diferente, todos me conhecem e os que não é porque são egoístas demais para se interessar. - explicou e eu concordei.

- Sim, algumas pessoas são assim, então vamos começar...

[...]

Eu terminei a história e o menino estava dormindo profundamente, suas bochechas tomaram um rosa bem delicado e eu fiquei olhando para ele durante um bom tempo, eu nunca me imaginei tendo um desses, sendo pai, mas esse menino me deu tanto conforto, ele é tão doce que cheguei a cogitar isso, parar de levar a minha condição como uma maldição e passar a acreditar que é um dom, um milagre.

Se Jungkook fosse o pai eu ficaria feliz, aliviado, se ele estivesse do meu lado eu não teria tanto medo. Depois que contei a ele sobre minha condição ele não pareceu incomodado, na verdade ficou feliz, não sei se essa é a palavra certa mas passamos um bom tempo com ele falando da possibilidade, como era confuso mas mágico e que era um milagre do corpo humano me dar esse presente ainda mais comigo sendo homossexual, pensar em uma pequena mistura de nós dois foi um dos passatempos favoritos de nossa viagem.

Quando desci as escadas eu ouvi sussurros, não estavam tão altos, mas a conversa parecia bem particular, ela carregava um peso que eu identifiquei de longe, lembrei quando Sean falou da Allie na festa, o fato de Jungkook tomar tanto cuidado com a mídia e ela morar em uma cidade tão escondida, alguma coisa deve ter acontecido e talvez fosse isso que eles estavam falando enquanto eu estava lá em cima, talvez estivessem pensando que eu ainda estava lá e por isso poderiam falar.

Minha vontade era de pressionar Jungkook sobre isso porque sei que ele está escondendo coisas de mim, mas eu também estou escondendo dele, então o senso me impede de falar alguma coisa, mas eu fiquei em choque quando assim que saí da casa eu ouvi um nome que tem me causado muita dor de cabeça.

- Quem é Oliver?

Contrato Visceral - JIKOOK - mpregOnde histórias criam vida. Descubra agora