Com a minha vida entrando nos trilhos eu pude finalmente voltar a encontrar a felicidade que estava presa dentro de mim, eu gostava dessa mistura de liberdade e riqueza, está certo, eu não tinha um dinheiro no bolso, mas morava no Four Seasons, tinha uma linda visão da janela do meu apartamento, um carro, e roupas que se eu vendesse já dava para pagar mais de um ano do meu aluguel.
Uma semana após a prova tinha se passado, nesse meio tempo sem fazer nada eu matei dois livros, bebi muito Gatorade de mix de frutas, coloquei a minha beleza em dia, além das séries. A vida de madame que eu sempre nasci para ter.
"Quando eu vou ver o gatinho no armário de novo"
Mandei mensagem a Oliver já que ele não havia me procurado depois do dia em que mostrei a ele que sou muito eficiente no que me proponho a fazer, principalmente quando isso envolve uma vida boa e dinheiro na conta.
"Já está com saudades? Devo me preocupar?"
Respondeu cerca de cinco minutos depois.
"Estou me sentindo muito à vontade em minha nova vida, mas sinto que não estamos avançando com essa demora"
"Você é muito impaciente. Onde passará o Natal?"
"Um bom filme natalino, com a cama que eu tenho atualmente e muito doce me parece uma boa forma, por que? vai me dar um presente?"
"Bom, já que seu Natal será tão deprimente assim, eu vou compensar com um ano novo de arrasar. O que acha do Space Needle?"
"Desde quando as pessoas passam ano novo no Space Neddle?"
"Todo ano a festa é organizada, não só do lado de fora, o interior fica reservado para o ano novo de grandes empresas por causa da vista, para a sua sorte este ano está reservado em nome da marca Dioses. Acho que por enquanto falarei só isso, até mais, pequeno Park"
O Space Neddle, fazia quase três anos que eu morava em Seattle, que eu passei o ano novo me embriagando e vendo os fogos, pelo menos um pouco já que as ruas ficam cheias. Antes de brigar com o meu pai eu não havia sequer vindo a Seattle, e depois que passei a morar aqui, eu visitei muito menos os melhores locais para turistas, logo, fica na cara que eu nunca entrei no ponto turístico mais famoso da cidade, e agora terei a chance não só de entrar no meio do ano novo como também encontrarei o senhor Jeon, eu gosto disso, vai ser interessante e eu estou definitivamente ansioso.
O Natal era daqui a alguns dias, por isso a faculdade estava fechada para as férias de inverno, voltaria apenas na primeira semana de janeiro, onde com sorte eu terei uma matéria a menos para me preocupar.
[...]
Quando o Natal finalmente chegou eu quis fazer um pouco diferente do que eu fazia antes, comprei uma pequena árvore de mentira e a decorei, dessa vez sozinho. A última vez que fiz isso foi um ano antes de eu me assumir, minha vó estava presente, as duas, e elas tornavam tudo mais familiar me deixando animado como uma criança por apenas colocar objetos em uma árvore de Natal.
Eu me lembro até hoje quando tinha seis anos e meu pai cismou que deveríamos introduzir na nossa cultura coreana o Natal ocidental, na Coreia o Natal é chamado de Gidoktansinil e não tínhamos o costume de decorar as fachadas das casas e nem mesmo comer peru, além disso os presentes eram em dinheiro, um pouco diferente do que é aqui, entretanto ele tinha uma família feliz e queria introduzir uma tradição, algo só nosso.
Lembro quando ele levou eu e minha irmã para irmos em busca da estrela mais brilhante, e eu poderia escolher apenas um objeto que significasse algo para mim, minha irmã escolheu um papai Noel que estava rodeado de bolsas de dinheiro, eu escolhi um objeto que mostrava pai e filho, o pai segurava o filho no colo como se estivesse ajudando-o a colocar a estrela na árvore. Naquele Natal nós decoramos a fachada, e toda a família participou da montagem da árvore além de escolhermos presentes significativos um para o outro, não dinheiro, apenas algo que nos fazia lembrar de cada membro da família, a comida era uma grande mistura entre o Peru com purê de batata do ocidente e o kimchi com bulgogi do oriente.
Quando cheguei aqui eu me impedi de me deixar ser tocado pelo Natal, eu tinha muitas lembranças que queria manter apagadas, mas nesse Natal eu não pensei assim, diferente dos natais anteriores com minha família dessa vez eu estava colocando a estrela sozinho, fazendo um jantar apenas para mim e me presenteando com algo significativo, em troca do filme natalino eu escolhi algo que me lembrasse mais a minha família.
Eu e meu pai, costumávamos assistir lutas até tarde e ele sempre apostava comigo quem iria ganhar, minha mãe fazia uma pipoca doce mas me impedia de tomar refrigerante junto, nesses momentos em família ela fazia uma roupa de lutador para mim, algo que ela desenhou e costurou para que eu conseguisse ganhar do meu pai, foi isso que assisti no Natal, não, lágrimas não foram derramadas apesar de quererem muito, a saudade era grande mas a decepção era maior, a raiva, passava de todos os limites.
Não costumava ser uma pessoa que me sentia muito sozinha, Sara sempre cuidou para que eu soubesse que não estava sozinho, entretanto às vezes é necessário sentir isso uma vez na vida para lembrar o que realmente é importante, no final, sempre será apenas você, então não adiantava eu me rodear de pessoas nessa data que se tornou tão triste na intenção de não me sentir sozinho, eu precisava me quebrar para que eu pudesse recomeçar, terminar mais um ano mostrando que posso ser forte e independente e que não preciso deles apesar de querer voltar para a época em que o poder da mídia ainda não havia os pegado.
Eu mudaria, as mudanças esse ano provou que o início do próximo ano estava próximo e eu teria a chance de ser uma pessoa completamente diferente no próximo Natal, e eu não ia me decepcionar.
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Contrato Visceral - JIKOOK - mpreg
FanficNo dicionário o significado de recomeçar é começar novamente depois de uma interrupção, foi isso que aconteceu com Jimin quando teve que tomar a maior decisão de sua vida, ficar e se sentir preso em um palácio confortável pelo resto da vida ou ir e...