💋Uma dose de Sangiovese💋

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Diferente do que eu esperava Jungkook não estava com o tradicional terno chique de alfaiataria, dessa vez ele usava uma calça jeans clara e uma blusa branca, havia uma correntinha de prata, e o tênis branco que combinava com absolutamente tudo.

- Eu tenho que confessar, imaginei que viria de terno e gravata. - Brinco e abro um grande sorriso para ele.

- Achei que você merecia algo melhor do que apenas uma roupa de trabalho e um cara com aparência de cansado, sai mais cedo hoje para estar aqui com muita energia e cheiroso. - Colocou a mão no bolso tentando esconder o sorriso levemente tímido. - Além disso eu tive tempo para comprar isso. - Estendeu uma garrafa de vinho tinto de 500 dólares.

- Um Sangiovese Toscana 2006 - pego a garrafa que estava em uma temperatura perfeita. - Entre. - Saio da porta para que ele pudesse entrar. - Eu poderia lhe oferecer uma cerveja de supermercado, mas isso é muito melhor. — Sorrio, mas antes que eu pudesse sair para guardar o vinho eu sinto sua mão segurar o meu pulso e me puxar para si.

- Sei que não tenho sido uma boa companhia com tanto trabalho, mas será que se eu pedir desculpas eu ganho um beijo? Trouxe até um vinho romântico, direto da Toscana. - Fez um biquinho que o deixava ainda mais irresistível.

- Ei, eu não estou bravo com você, na verdade admiro todo o seu foco e trabalho. - Passo meus braços por seu pescoço e ele descansa suas mãos em minha cintura. - E não é como se você tivesse me abandonado, conversamos quase todos os dias. - Fico na ponta do pé apenas para igualar nossa altura e me aproximo de seus lábios. - Aliais, com ou sem desculpas você vai ganhar um beijo. - Sussurro contra os seus lábios e tomo eles para mim.

Seu beijo não estava eufórico, não era um beijo daqueles cheios de paixão, mas era um beijo delicado, com mãos delicadas que passeava por minhas costas, mas respeitosamente nunca chegavam até a minha bunda. Não foi um toque longo, fui obrigado a separar pois não queria que a comida esfriasse e o vinho esquentasse.

- Eu não sabia o que fazer, não sei do que gosta, então pensei em fazer algo que não faço há muito tempo e me faz lembrar de casa. Eu espero que goste de um pouco de pimenta e de comida coreana - coloco o vinho em cima da minha mesa de centro. — Na Coreia costumamos sentar no chão em cima de almofadas, isso que faremos hoje, caso não goste ou esteja ruim, eu já deixei uma pizza de prontidão no forno. - Eu estava nervoso, falava tão rápido que não sei se ele conseguiu entender, minhas mãos suavam e eu não sabia o que dizer ou fazer.

- Relaxa, está nervoso demais para um simples jantar, eu não tenho lembranças de comida do meu país, mas ficarei feliz em experimentar, adoro coisas apimentadas, vai ser uma experiência e tanto e fico feliz de tê-la com você. - Deixou um breve selinho em meus lábios. - Então, em que posso ajudar? - colocou as mãos na cintura esperando ordens.

- Pode me ajudar a trazer os pratos para cá, eu fiz um uma porção de cada, na Coreia costumamos ter uma mesa cheia de variedades e muito, muito arroz. - Vou para a cozinha onde pego uma travessa pequena e entrego para ele e em seguida eu pego uma para levar também.

[...]

Não tem nada melhor do que conhecer uma pessoa enquanto estão comendo, o vinho era uma delícia e deixava o meu paladar mais doce, eu pagaria 500 dólares para bebê-lo.

- Então, estamos na fase de fazermos perguntas superficiais ou já passamos disso? - iniciei o assunto após alguns minutos em silêncio.

- Acho que nunca chegamos nessa fase, desde que te conheci nossas conversas tende a ser importantes e às vezes até profundas. - respondeu após comer meu tteokbokki - o que quer perguntar meu anjo? Essa cara de quem quer falar alguma coisa é nova. - Apontou e eu peguei seu guardanapo e me debrucei na mesa para limpar o canto sujo de sua boca.

- Notei que você não é assumido nas mídias. Isso é devido à sua família? Ou você ainda tem dúvidas, porque se tiver eu... - foi sua vez de tocar em meus lábios, mas diferente de mim, foi para me parar.

- Minha mãe sabe, minha família no caso, ela sempre foi muito aberta quanto a isso e me apoiou bastante, e eu não tenho dúvidas da minha homossexualidade. - Me perdi um pouco na seriedade da conversa quando observei os seus lábios sendo beijados pelo vinho.

- Então por que tem medo? - eu já havia mostrado interesse demais para parar, não podia recuar.

- Disse a palavra certa, medo, fui muito bem recebido pela minha família e amigos, mas você sabe o quanto a mídia é dolorosa, brutal e mesmo que hoje em dia eu esteja fazendo várias campanhas inclusivas eu ainda me vejo paralisado quando penso nisso. Não consigo descrever o porquê, não de uma forma que entenda, mas se isso for um problema para você eu... - antes de terminar a frase eu balancei os braços para que ele não continuasse.

- Não, me incomodaria se estivesse fazendo isso pela fama que tem estando solteiro e sendo taxado de "hétero", mas se isso envolve seu pessoal, eu fico feliz de estar ao seu lado e ajudá-lo no que precisar para que se livre desse medo. - Sorrio compreensivo para ele e olho para a mesa com as travessas vazias. - Bom, eu irei levar isso para a pia. - Pego o máximo que consegui carregar em duas mãos e vou levando até a cozinha.

Talvez Oliver esteja enganado, ou Jungkook que esteja me enganando, eu não sei por que me interessei em me aprofundar em algo que deveria ser só um trabalho, mas não posso negar a verdade que senti em Jungkook, a sensação ruim do medo me tocou e seu leve desespero de tentar explicar de uma forma que eu possa entender, eu estou dividido sobre o que pensar, mas sei que agora eu não posso parar ou voltar.

Contrato Visceral - JIKOOK - mpregOnde histórias criam vida. Descubra agora