A decisão de me entregar para Jungkook não foi uma decisão tomada pela razão, foi o coração o culpado, um coração cheio de cicatrizes, mas que mesmo assim encontrou alguém que poderia o amar do jeito que é. Eu tinha dois meses até a minha vida mudar por completo, e eu não queria ficar sozinho, já havia conseguido mostrar a todos que eu conseguia dar conta de tudo sozinho, mas eu não quero, não mais, não quando posso dividir minha vida com Jungkook.
Quando vim para Seattle na primeira vez eu não imaginava o que aconteceria comigo, a força que eu teria que ter e a coragem que eu teria que criar, eu não estava pensando em viver um romance de filme de comédia romântica, queria mostrar minha independência, provar do gosto da liberdade e ser amigo da libertinagem, mas quando eu encontrei Jungkook, foi o início de um plano fracassado. Tive três meses para compreender e me curar, somos humanos e estamos sujeitos a errar, e quando saímos daquele restaurante de mãos dadas foi quando decidimos que a parte ruim, a parte que magoou os dois, seria apagada da história, assim poderia contar ao nosso filho que permanecemos juntos mesmo após errarmos um com o outro.
Acreditar no amor nunca pareceu ser meu forte, mas quando eu comecei a sonhar com vários eventos como esse em minha vida tudo ficou mais colorido, quando se vive uma vida onde não almeja o amor ou ser amado por alguém as coisas ficam tristes e sem graça, eu não precisava que Jungkook me amasse, porque eu já havia sentido o amor de alguém muito antes dele, minha amiga, e eu a amo também, como a irmã que eu não tive. Graças a ela os dias tristes viravam dias divertidos, dias chuvosos e tediosos eram os melhores dias para uma festa do pijama e ver filmes com caras gostosos e quentes, ter o amor de alguém, seja amigo ou namorado é importante, eu tenho dos dois.
Jungkook é um cara incrível, meio babaca às vezes, mas nada que o torne insuportável, de qualquer forma ele sempre foi um bom companheiro, principalmente nos primeiros meses do nosso relacionamento, aquele era o Jungkook de verdade, as versões seguidas eram falsas, quebradas e amarguradas por dentro, uma versão que ele havia esquecido porque além de machucar quem ama acaba machucando a si, um reflexo do que queriam que ele fosse.
[...]
No mês seguinte estava tudo pronto para o parto, minha barriga parecia que iria explodir, eu nunca tive muito corpo, então era uma sensação nova. As noites onde eu acordava sendo chutado se tornou muito frequente, tão frequente que passei a acordar com um péssimo humor todos os dias, eu acho que eu poderia matar Jeon Jungkook se o visse todos os dias. Era fofo como ele estava tentando fortalecer nosso laço, como estava mais próximo, cafés da manhã, presentes para a sementinha e para mim, além de me colocar em home office para que ele pudesse me ajudar.
Com todos os acompanhamentos médicos, o doutor Shan que estava cuidando do meu caso recomendou caminhadas, exercícios leves e momentos calmos, isso tudo para simplesmente amenizar o meu mau-humor porque ele estava preocupado com a minha pressão, desde a última vez que aconteceu, mesmo que pareça ser um caso único poderia nos pegar de surpresa. Então em um belo sábado Jungkook me levou até o lago Washington, era bom olhar toda aquela água, fazia isso com Sara e sempre ajudava.
Estávamos em Madrona, perto do Parque, eu não tinha muito contato com aquela área apesar de estar significativamente perto, era um ótimo bairro, seguro e tinha boas escolas por perto, além de estar perto de Sara, da faculdade e um pouquinho mais longe do trabalho, mas não tinha problema.
- Eu te contei que procurei casa por aqui? Algumas eram tão grandes e lindas que pareciam casas dignas de jogador de futebol, eu sequer entrei com a corretora para ver, se eu me apaixonasse eu não conseguiria pagar nem que eu vendesse todos os órgãos do meu corpo. - brinquei, eu não estava me ligando muito em onde estávamos andando apenas conhecendo o lugar e julgando a casa dos outros.
- Não achou nenhuma dentro do seu orçamento? - perguntou enquanto ajeitava o óculos escuros no rosto, ainda estávamos no meio da tarde.
- Achei, mas não era o meu estilo, parecia casas onde um casal de idosos morou até morrer, eu não sou tão fã de casas assim, eu queria algo aconchegante e até moderno, que fosse seguro para uma criança e que tivesse espaço para mais. - Respondi.
- Quer ter mais filhos? - olhou para mim assustado.
- Não, eu não sei, nem tive esse para saber, além de tudo, eu nunca pensei que seria pai em toda minha vida, mas eu estou dizendo que tivesse quarto suficiente para o nosso bebê e para o Austin, dois meninos correndo para cima e para baixo. - Respondo e começo a reconhecer a rua em que entramos. - Eu encontrei algo como eu queria aqui, mas estava o dobro do meu orçamento e eu não consegui um empréstimo, mas ela era perfeita. - Digo.
- Eu me ofereci para te dar, mas você não quis, meu dinheiro também será seu quando nos casarmos, e será do nosso bebê também. Além disso, sabe o sexo? - indagou.
- Eu não serei sustentado por mais ninguém além de mim, e ele ainda não quis mostrar as partes íntimas, sempre tem um contratempo que nos impede, mas eu não preciso disso, eu tive sonhos com ele, eu sinto o meu menininho aqui, mas ainda não tenho um nome então até eu ter será chamado de sementinha. - Acariciou minha barriga com delicadeza, recebendo um chute até suave em troca.
- Já que estamos aqui, você não quer me mostrar ela? A casa que você tanto sonhou? - colocou as mãos no bolso e parou de andar olhando em volta.
Estávamos tão perto que eu poderia vê-la a alguns metros, eu já havia mostrado a ele em foto, mas quando chegamos perto dela havia muito mais mágica do que a foto.
- Ela não é linda? Feita de madeira e o que achei mais incrível é que na frente ela parede ser uma simples casa como todas as outras, mas do outro lado ela passa todo o ar moderno que eu queria. - Coloco a mão nos bolsos do meu macacão jeans, essa peça de roupa se tornou uma das minhas favoritas, quentes, confortáveis e o melhor de tudo, ajustável.
- Realmente, seria legal vê-la por dentro. - A placa indicava que ela já havia sido vendida e no fundo isso doeu meu coração porque eu já havia imaginado as crianças correndo para todo o lado.
- É, mas já foi comprada, então é melhor irmos antes que os novos donos chamem a polícia. - Dei dois tapas em seu ombro.
- Vamos perguntar se eles se importam, eu aposto que não. - Antes que eu pudesse reclamar, ele já havia ido até a porta, batendo, não havia mais volta além de pagar um grande mico. Para a nossa sorte não parecia ter ninguém em casa.
- Não tem ninguém, vamos Jeon, vamos embora. - Peço já extremamente ansioso.
- Isso é uma coisa boa, então, não devem ter feito a mudança ainda. - Girou a maçaneta e a porta se abriu. Jungkook entrou rapidamente e eu não tinha o que falar para tirá-lo dali.
- Vamos ser presos, entrar em uma propriedade que não é nossa é crime, eu não quero ir para a prisão, sabe o que eles vão fazer comigo? Eu não posso deixar meu bebê ser criado pela Sara. - Faltava eu me ajoelhar e implorar, mas se eu conseguisse eu realmente faria.
- E quem disse que o dono não está? - ele olha em volta e depois vira para mim. - Estou olhando para ele. - Sorriu e estendeu a chave para mim, naquele momento o meu mundo parou, eu não sabia o que fazer ou como reagir, na minha cabeça Jungkook estava louco e iríamos ser presos a qualquer momento, ou ele também havia ficado louco e foi contra minha ordem de não me dar uma casa, de qualquer forma eu o mataria.
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Contrato Visceral - JIKOOK - mpreg
FanficNo dicionário o significado de recomeçar é começar novamente depois de uma interrupção, foi isso que aconteceu com Jimin quando teve que tomar a maior decisão de sua vida, ficar e se sentir preso em um palácio confortável pelo resto da vida ou ir e...