Olhei para a caixa que estava em minha mão, quando ganhei ela da minha vó eu nem mesmo me dei conta do que tinha, além de uma conta bem recheada no banco, havia também a escritura da casa, papéis de um testamento feito a anos atrás. Eu não sei como seguiria ao saber que não estou mais em um mundo onde ela vive, as coisas nunca mais vão ser as mesmas.
Eu tive tempo o suficiente para pensar, para tentar dar um rumo a minha vida porque eu não queria que o meu bebê nascesse no meio de um furacão, ou que fosse extremamente difícil cuidar dele porque eu não sabia o que iria fazer do meu futuro. Eu precisava seguir em frente, mas sabia que tinha amarras que eu deveria soltar, eu não conseguia, não de forma fácil e do jeito amoroso que minha vó sempre falou que eu tinha.
Definitivamente eu estava meio cansado das pessoas me verem como a pessoa frágil, ingênua e manipulável, eu não poderia ser assim se eu tivesse que proteger uma criança desse mundo cruel, principalmente do mundo a qual eu vivo, e eu preciso dar a ela um conforto, uma estabilidade. Eu não dormi com a minha cabeça trabalhando feito máquinas de fábricas, eu queria muito parar de ficar nas sombras, eu queria muito que o mundo fosse apresentado a verdade, principalmente um país que eu amo tanto.
Assim que amanheceu eu também amanheci com uma energia fora do comum, eu peguei meu celular e fiz algumas ligações, a parte boa de ser alguém em um país é que você ainda tem contatos, influências. Após minhas ligações eu apenas aguardei. Chequei de minuto em minuto as notícias e principalmente o momento das ações despencando, de uma forma nunca vista antes.
Eu estava com um sorriso vitorioso nos lábios, seria só o começo da minha liberdade, esse seria o meu último e verdadeiro grito de independência.
[...]
- Travis, oi tudo bem? Desculpa não ter voltado, eu queria saber como estão as coisas. - Liguei para a secretária de Jungkook, mas ela parecia estar falando em mil telefones diferentes.
- Um caos, precisamos de você, mas ficamos sabendo de sua vó. Meus pêsames. - Ela falava rápido.
- Tudo bem, você parece agitada, aconteceu alguma coisa? - perguntei em um tom preocupado.
- A mídia, está caindo em cima da gente, as ações estão caindo junto e eu não sei o que fazer. Já ouvir três copos quebrando no escritório. - Ela proferia e eu ouvia passos pesados e rápidos.
- Eu vou tentar ajudar, me passe os números dos acionistas, talvez se eu os acalmar as coisas melhorem, apesar de eu não saber muito o ocorrido. - Tentei me mostrar o mais solidário possível.
- Vou enviar para você, qualquer ajuda é bem-vinda. Você pode realmente resolver isso, acho que só você. - Ela sussurrou a última parte antes de desligar. Com os números que ela me passou, eu liguei para cada acionista, conversei com eles de forma direta e rápida. Em pouquíssimo tempo a Dioses passou por duas polêmicas, as chances de tudo desandar era muito grande e nenhum deles queria estar em um barco prestes a afundar.
Eu achei que seria mais difícil, até me questionei se isso seria uma boa ideia mesmo, mas me proíbi de sentir remorso, exclui qualquer culpa que eu pudesse sentir. Não pegaria leve com ninguém, mas também não seria injusto, eu seria maldoso, na medida certa que o ser humano deveria ser para não ser passado para trás.
A primeira parte da minha vingança foi o seguinte: eu liguei para uns contatos da mídia coreana, alguns sites ali, jornais aqui. Coloquei em auge uma fofoca que não poderia ser ignorada, "Park Ryan prometeu vantagens nos negócios de Jeon Jungkook se o mesmo ficasse com seu filho Park Jimin, assim os dois teriam controle de duas empresas multimilionárias", tendo em vista o vexame que passei na noite de ano novo eu tenho certeza de que não teria muitos questionamos, eu passei uma mentira muito da bem-feita, apesar de que eu não tinha muita certeza do que poderia ser mentira ou verdade.
Meu pai, um homem que achava que poderia ter o mundo em mãos, que seria invencível, ele estava se candidatando para presidente, presidente em um país onde ele nem nasceu, onde ele apenas usa e engana.
Não é isso que eu quero ser ligado, eu já tinha um jeito de mostrar a fraude que ele era. Com a notícia, as ações de Jungkook caíram tão rápido que poderia deixar qualquer um desesperado e como eu disse antes, nenhum acionista quer ser ligado a uma esquema desses e principalmente perder dinheiro em uma empresa que estava prestes a falir.
Não havia terminado a minha faculdade de publicidade, mas eu sei muito bem como convencer as pessoas, o comportamento de possíveis vendedores e compradores, do mesmo jeito que eu posso salvar um negócio, eu também posso destruí-lo.
Ofereci a alguns dos acionistas um dinheiro acima do preço das ações, para que eles me vendessem em segredo. O meu objetivo não era ter mais ações que o Jungkook e assim tomar algo que ele lutou para ter, eu não sou tão mal assim, na verdade eu nem sou mal. Minha intenção era ter um nível bom para ter um trabalho fixo, um lugar para estagiar e assim ganhar dinheiro o suficiente com a fama da Dioses, eu seria uma parte ir fixa da empresa.
Sei que devem estar se perguntando, "se a Dioses está tão mal das pernas então não vai adiantar", mas aí que está a questão, eu sou o único que posso negar isso, sou eu que estou sendo prejudicado, é meu nome que está saindo em todos os jornais como otário, se meu pai negar ninguém vai acreditar e muito menos Jungkook porque vão pensar que estão em conluio. Dessa vez eu me meti em um problema que eu posso sair, e eu vou sair em grande estilo.
De preferência nadando em dinheiro, lágrimas e banhado a glitter.
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Contrato Visceral - JIKOOK - mpreg
FanfictionNo dicionário o significado de recomeçar é começar novamente depois de uma interrupção, foi isso que aconteceu com Jimin quando teve que tomar a maior decisão de sua vida, ficar e se sentir preso em um palácio confortável pelo resto da vida ou ir e...