💋Uma dose de Choque💋

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Eu permaneci quieto, mas não havia nada que eu pudesse fazer para ao menos reverter esse pensamento, porque quando ele viu Austin chamando a Charlie de mãe, parte dele já reconheceu o próprio filho, além disso havia uma semelhança, era meio difícil de negar e dessa vez ele não poderia colocar a culpa em Jungkook.

- E o que você vai fazer com essa informação? Porque cá entre nós você não começou muito bem. Deixou uma mulher e uma criança assustados, nos primeiros dias deles na cidade, então hoje você sequer vai chegar perto dele. - me mantive no lugar, rígido, mesmo notando o quão abalado Oliver ficou com a informação.

- Ela escondeu essa informação de mim esse tempo todo? Isso não é justo, eu tinha o direito de saber, ele tem o direito de saber quem é o pai dele. Isso, isso foi ideia do seu namoradinho né? Foi ele que colocou isso na cabeça dela. - Oliver parecia já ter bebido algumas antes de vir, na verdade acho que nunca o conheci sem ter bebido nada.

- Quer mesmo discutir esse assunto Oliver? Quando eu conheci a Charlie, ela estava escondida em uma cidadezinha onde não tinha amigos e nem mesmo podia realizar o trabalho dela por completo. Esse tempo todo ela escolheu se isolar do mundo para não ter contato com você, para que o filho dela não tenha contato com você. Acha que o que ela fez não tem motivo algum? Que uma criança mudaria todas as suas merdas? - solto a maçaneta da porta devagar ao ver que Jungkook havia desistido.

- Eu sou o pai dele, esse tempo todo eu a procurei, e perdi cada momento da vida dele. - me afastei da porta.

- Isso é tudo culpa sua Oliver, você foi um péssimo companheiro, desconfiou dela, a tratou como um lixo, agrediu o melhor amigo dela devido a um ciúme obsessivo, desculpa Oliver, mas eu como pai, faria o mesmo se soubesse que eu teria um filho com você. Você é um ser humano horrível, é manipulador, mimado, agressivo e arrogante. Não é um bom exemplo de ser humano para ninguém, nem mesmo para uma criança. Está sempre rodeado de mulheres, bebidas e pessoas que não prestam, a sua cabeça só tem raiva e vingança. - Chego uns metros perto dele. - Austin não é assim, ele é doce, criativo, engraçado, educado, gentil e tímido, ele não é capaz de machucar nem uma mosca, imagina ter que presenciar e ter contato com um pai tipo você? Você destruiria tudo que é de admirável na personalidade dele. É por isso que não posso deixar você entrar, nem para ter contato com ele e nem com a Charlie, porque ela teve que lidar com todas essas informações e uma maternidade, sozinha, porque quem dizia que a amava não era capaz nem de fazê-la se sentir segura em seu lar. Agora ela está livre e os dois estão felizes desse jeito, não pode estragar isso. - Cruzei meus braços e vi ele puxar os cabelos e chorar feito um bebê, eu não sabia que Oliver poderia chorar, mas não movi um músculo para acalmá-lo.

- Eu preciso falar com ela, acho que devo isso. - Estava frágil como um gatinho, acho que só faltava um choque de realidade.

- O máximo que eu posso fazer por você é ver se ela quer ter essa conversa, mas se a resposta for não, você tem que me prometer que vai embora e não vai tentar contato novamente. Caso tente, eu vou garantir e fazer o que Jungkook não teve coragem quanto teve chance. - Eu me via em deja vu, ele parecia desesperado da mesma forma como Jungkook pareceu desesperado no hospital, eu sentia a mesma energia. Os dois não eram tão diferentes como faziam parecer.

Ele concordou e se sentou nas escadas a espera de uma resposta, eu voltei para a porta e dessa vez não segurei na maçaneta para travar e sim para abrir e entrar. Quando entrei, Jungkook estava com os cabelos bagunçado andando de um lado para o outro, Charlie estava sentada no sofá com o rosto molhado e uma caneca de chá em mãos, todos estavam tensos.

- Você é doido? Que porra você estava na cabeça, ele poderia ter tem batido. - Falou Jungkook assim que deu conta de que eu havia entrado.

- Eu trabalhei para ele, por meses, você acha que eu não sei onde eu estou pisando? Além disso eu não sou o príncipe que precisa ser salvo, então se acalme, nem sempre você é a solução. - Profiro e vou até Charlie e me sento ao seu lado. - Ele sabe de tudo, do Austin. Não está com raiva de você, não depois dos motivos que joguei em sua cara. Allie, ele quer conversar com você e se você tiver bem com isso, eu posso ficar com você para nada acontecer. Posso te garantir que ele não vai fazer nada, ele está em desvantagem, mas acho que é a única chance de consertar tudo e pôr um fim nesse seu sofrimento. - Acaricio suas costas.

- Eu vou, se for comigo eu vou. - Mesmo nervosa e abalada, ela estava se mantendo forte com uma decisão confiante. - Pelo Austin, eu preciso trazer a liberdade para o meu filho. - Se levantou, no rosto das pessoas era possível ver o ar de julgamento e medo, mas eu fui com ela, voltei a fechar a porta e vi quando ela se sentou no mesmo degrau, mas em uma distância segura dele.

- O que você quer? - ela perguntou, o tom frio, mas com desvios de emoções deixava claro quanto ela estava tentando se manter forte.

- Eu quero falar sobre o nosso filho...

- Não é uma boa ideia, você é o causador de muitos traumas, ela não se sente segura com você. Acho melhor ir embora. - Profiro, checando para ver se ninguém estava tentando sair, as janelas tinham cortinas e vidros fume, mas eu sabia que tinha gente ali olhando o show do Oliver.

- Por favor, eu só quero que ela me ouça. - Ele então ajoelhou aos meus pés, implorando por isso, por uma conversa.

Contrato Visceral - JIKOOK - mpregOnde histórias criam vida. Descubra agora