Contrato Visceral - JIKOOK - mpreg

💋Uma dose de perdões💋

Eu acordei com as luzes brancas acabando com a minha vista, eu não sabia onde estava porque eu só lembrava de ver Jungkook e de estar ao lado de fora de casa, agora eu estou em um lugar desconhecido. Olho em minha volta tentando ver os elementos, o bip soando pelo quarto deixou claro que estava em um hospital, foi quando eu lembrei, e me desesperei. Meu coração acelerou em um nível que o bip ficou cada vez mais rápido e não estava ajudando.

A porta foi escancarada pelas enfermeiras que vieram até mim para checar se eu estava bem.

- O quê? O bebê, o bebê, me diz que a sementinha está bem. - Pergunto desesperado, eu nem conseguia falar uma frase completa.

- Se acalme, chamaremos a doutora, ela vai ficar feliz que acordou. - Uma delas falou comigo, uma voz doce que conseguiu me acalmar, suas mãos acariciavam minhas costas como se estivesse me induzindo a respirar. Não demorou muito para doutora aparecer, e eu fiquei aliviado ao reconhecê-la, a mesma médica que descobriu sobre minha condição.

- Jimin, achei que nunca mais veria você. - Ela estava sorrindo e sorrisos são sinônimos de notícias boas né? Ou então ela pode estar fazendo terreno para una notícia ruim. Meus pensamentos voltaram a me deixar nervoso e o bip aumentou. - Ei ei, calma, está tudo bem, o bebê está bem, foi só um susto, uma queda de pressão, isso é preocupante de acordo com suas condições e principalmente por isso não ser tão comum, mas agora está se tornando cada vez mais conhecido e já conseguimos ter uma ideia de tudo e dos cuidados. - Meus batimentos começaram a normalizar.

- Não tem nada de errado? - indaguei.

- Não, não sei se sua pressão baixa é de agora pelo estresse ou será um problema recorrente, mas recomendarei vitaminas, assim vamos fortalecer esse bebê ainda mais. Fiquei sabendo que não está mais morando no país, deseja ter o bebê aqui? - indagou, eu ainda não tinha pensado nisso.

- Eu não sei, acho que a melhor opção é eu voltar para Seattle. - Respondi.

- Certo, tudo bem. Então passarei as vitaminas aqui e recomendarei a você um médico que conhece pessoas com sua condição, assim pode ter um cuidado mais específico, e ele vai acompanhar seu bebê e você. - Colocou a mão em meu ombro me dando forças. - Vou manter você por algumas horas e monitorar sua pressão, se tudo tiver bem até o fim do meu plantão eu posso liberar você. - Era um alívio ter ela ali, porque ela não me faria perguntas ou não iria me tratar como um rato de laboratório, ela sabia de tudo e era a melhor.

Depois que ela saiu, eu ouvi duas batidas na porta e quando abriu vi Jungkook ali, ele estava com o rosto molhado e olhos vermelhos como se estivesse chorando. Não tive tempo de perguntar o porquê, já que ele correu até mim e apertou meu corpo ao redor de seus braços.

- Me desculpa, céus, eu achei que havia perdido você, vocês dois. - Seu choro estava molhando meu ombro. - Foi a cena mais assustadora da minha vida. - Ele soluçava.

- Tudo bem, Jungkook, já passou, foi apenas um susto. - Tentei me afastar e ele se soltou olhando em meus olhos, seus olhos estavam brilhantes pelas lágrimas.

- Eu sei que quando eu estava com raiva de você eu disse que odiaria ser pai de um filho seu, mas... - engoliu o choro. - Acho que é a única coisa que eu quero na vida. Fui o cara mais idiota do mundo, fui covarde, você estava certo, muito certo. Não foi isso que minha mãe me ensinou, foi exatamente o que meu pai tentou me transformar. - Secou o rosto e abaixou a cabeça.

- Acho que já passou, deixa isso para lá. - Eu não sei se queria conversar sobre isso, eu não queria mais emoções.

- Não, eu sei que são quase nulas as chances de sermos um casal novamente, mas eu quero deixar tudo em panos limpos para que esse bebê venha selando a paz. Sei que vai demorar para me perdoar por completo, eu fui insensível e egoísta, não quero essa versão de mim, eu quero uma nova versão, quero uma nova versão que possa fazer o bem as pessoas ao meu redor ao invés de machucar, eu desejo muito ser o pai dessa criança. - Olhou em meus olhos.

- Não é como se tivesse escolha né. - Ri soprado.

- Não, você tem. Passei a vida toda me perguntando se seria como o meu pai foi, se um dia eu poderia ser um bom pai, mas acho que tentar é pior quando você já está decretando a falha. Eu estou pronto para ser o melhor pai do mundo. Austin me mostrou que eu posso sim ter êxito nessa função, mas sei que amar a distância pode ser mais fácil, mas eu quero estar perto, quero estar presente em cada momento. Entretanto você tem a escolha, tanto de ficar comigo quanto de me deixar ter participação na vida dessa criança. O que você decidir eu vou respeitar. Não quero mais machucar ninguém. - Respirei fundo porque era um momento difícil para mim, eu estava sensível, porra, era um caldeirão de hormônios, eu estava me segurando para não chorar como um bebê.

- Podemos ser bons pais, a sementinha merece chegar em um mundo onde ela tem dois pais que a amam e não um. Não seria justo com ela. Então se quiser, podemos conviver, por ela. - Deixei claro, não tinha a intenção de voltar, o amor estava ali e eu não sei se um dia vai embora, mas não podia me deixar levar apenas pelas minhas emoções instáveis.

Agora eu tinha objetivos talvez até um pouco egoísta, queria ter uma vida antes do bebê chegar, queria poder me sentir um ser humano depois que ele nascesse, ter uma vida sólida. Não poderia depender de Jungkook.

Minha vó falou que essa era a minha chance de ser melhor do que meus pais foram comigo, e que mesmo assustado com o tempo eu saberia o tanto que significaria para mim, e agora eu sei do que ela estava falando porque tudo que eu faço é pensando em um bebê, um bebê do tamanho de um limão.

Minha sementinha.