💋Uma dose de Segundo Encontro💋

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Fevereiro, fevereiro em Seattle poderia ser um pouco sem graça, as chuvas mal dão trégua, a neve, que é um caso raro acaba por deixar muita gente irritada e o frio, ah, o frio ele não passa nunca. O começo de um semestre é tão corrido quanto o final, e quando se é um calouro as coisas parecem piores, afinal não sei os truques ainda e mesmo que eu leia muito eu meio que esqueci como se estuda.

Uma das minhas partes favoritas eram os resumos, assim poderia ler, mas eu odiava ter que fazer trabalhos, principalmente trabalhos em grupo onde eu tenho que ficar rodeado de jovens que não fazem a mínima ideia do que estão vivendo. Quando se perde algo que ama muito você passa a dar valor e é isso que eu estou fazendo dessa vez, pode durar apenas um ano e isso acabar comigo novamente, mas eu quero fazer certo, quero poder aproveitar cada dia, mesmo que toda Seattle esteja chovendo e o mundo esteja desabando, eu ainda aproveitaria.

Fazia um tempo que eu não via Jungkook pessoalmente, conversávamos muito pelo celular, às vezes ele me ligava em seu tempo livre quando tinha certeza de que não era o meu horário de estudar, conversávamos sobre coisas aleatórias que aconteciam no dia, e na maioria das vezes finalizávamos o dia com uma videochamada onde contávamos o motivo de tudo está corrido e cansativo e no final, quem dormisse primeiro perdia.

Jeon era a pessoa que era possível entender sem que ele falasse, a pessoa onde o silêncio não é desconfortável, ele me parece muito mais jovem do que eu, sempre com vontade de viver a vida e estar por dentro de tudo, pelo menos comigo ele era assim. Houve uma vez quem que ele estava almoçando no escritório e conversando comigo e então no meio da nossa conversa alguém entrou e bom, a pessoa tomou um bom esporro, seu tom de voz ficou até mais grosso, era o Jeon Jungkook que conheci primeiro.

- Ei, um mês sem nos vermos, já riscou meu nome da sua lista de conquistas? - eu havia acabado de sair da faculdade, era por volta das 16:30, ele sabia alguns horários meus então me ligou.

- Nunca, por incrível que pareça o seu nome está invicto, apesar de você sempre fugir de mim. - Brinco fechando o guarda-chuva e entrando no carro o mais rápido que consegui, liguei o aquecedor e tentei me acomodar ali um pouco.

- Oh me desculpe a ausência, estamos preparando a coleção de primavera, estou tentando entrar para o ramo das joias e acessórios, mas o que eu quero fazer é trabalhoso e demanda tempo, além disso, tem toda a situação da expansão. Quero que a Dioses seja reconhecida por todo o mundo. - Era notável o amor e cuidado que ele tinha por seu trabalho, um negócio que começou de forma simples e sem muita esperança e que agora é tão rica e consolidada.

- Será que pode tirar um tempo para mim hoje? - mal noto o biquinho que fiz após falar isso.

- Eu poderia dizer não, mas eu tenho certeza de que você fez um dos biquinhos fofos que vive fazendo quando nos falamos. Que tal um jantar? Posso passar para te buscar as 20:00. - respondeu prontamente e eu sorri me sentindo mais quente, e eu não acho que seja pelo aquecedor.

- As oito? Parece bom, mas ao invés de me levar em restaurantes onde você vai gastar muito mais dinheiro comigo, quero que venha à minha casa, farei o jantar. - Eu nunca sequer cozinhei para alguém sem ser Sara, ele deve estar muito mais acostumado com coisas chiques.

- Não sabia que era um chef de cozinha, mas me diga uma coisa, não serei eu a comida né? Ou você? - sua pergunta bem sugestiva me fez soltar um suspiro alto.

- Não estava pensando nisso, mas já que lembrou, talvez eu seja a sobremesa, se quiser, caso não queira terá um sorvete de maracujá esperando no congelador. - Respondi ligando o carro pronto para sair e ir ao mercado.

- Tudo bem, nosso segundo, ou terceiro encontro, será em sua casa daqui a algumas horas. - Eu conseguia imaginar o sorriso bobo dele do outro lado da linha, o que me fazia sorrir também.

- Sim, vou dirigir agora, então termine todo o trabalho acumulado antes das 20 e esteja bem pronto. - Vou saindo com o carro devagar. - Até mais meu bem. - Desligo a chamada e foco na estrada para ir a caminho do mercado, não sabia o que fazer, mas de qualquer forma eu sei que não estávamos na fase de falarmos mal um do outro.

[...]

Eu rodei o mercado durante muito tempo até decidir que faria algo que não tinha como errar, algo que me traria muita confiança, foi difícil achar alguns ingredientes, mas quando achei tudo que consegui me lembrar eu corri para casa na intenção de ter tempo para preparar tudo, arrumar a casa e garantir que estivesse muito bem aos seus olhos.

Quando o horário chegou, tudo estava pronto, eu nunca pensei que poderia ser uma pessoa multi tarefas, mas eu consegui, a comida estava pronta, havia uma pizza no forno caso tudo desse errado e a casa estava cheirando a brincos-de-princesa, a minha flor preferida.

Optei por não vestir algo muito detalhado, mesmo que só veja Jungkook de terno e gravata era um jantar em casa e eu gostava muito de camisas de bandas e calças jeans.

O cheiro da comida exalava pelo apartamento todo, me trazia muitas lembranças de casa, eu poderia me sentar e divagar durante horas, não cozinhava muito aqui e na Coreia eu mal entrava na cozinha, entretanto eu tenho que agradecer muito pela época de culinária da minha mãe, ou então eu teria que sobreviver de coisas enlatadas ou pré-prontas.

Como eu disse, era muito fácil divagar com toda a mistura de aromas conhecidos por mim, tanto que perdi a hora e só fui acordar de meus pensamentos quando bateram na porta, batidas fortes e confiantes, batidas que me deixaram nervoso.

Contrato Visceral - JIKOOK - mpregOnde histórias criam vida. Descubra agora