💋Uma Dose de Conhecimento💋

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Segurei aquele cartão em minhas mãos, sem ligar, por uns três dias, havia enterrado todo o meu conhecimento sobre administração e o resto com o meu passado, era doloroso lembrar, é como se eu tivesse tudo para estar mas ao mesmo tempo não ter nada, entretanto eu tinha a consciência de que isso poderia me deixar um pouco mais tranquilo quanto as contas do mês, eu ainda ria disso como se fosse uma piada, há dois anos eu nem sabia o que era contas a pagar e agora isso é motivo de muitas dores de cabeça e trabalhos extras.

A melhor parte de tudo isso é que mesmo lotado de trabalho que não aumente muito o meu conhecimento eu podia dizer que era bem independente e livre, sim, poderia sair na rua e fazer o que eu quiser que não seria julgado por ninguém e nem mesmo teria minha cara estampada nas revistas de fofoca.

Quando liguei para Tom Rivers, ele me atendeu na hora, e se pôs disposto a me encontrar qualquer dia da semana, naquele mês, durante 4 semanas eu tiraria minhas folgas e usaria esse tempo para Tom.

[...]

Na nossa primeira semana ele me levou a biblioteca da sua faculdade, era enorme, quase igual a minha antiga, tinha uma infinidade de livros, mas tinha específicos que eu queria que ele lesse.

- Kotler e Keller, se quer ser um bom entendedor de marketing, esses homens irão salvar sua vida ou seu semestre. - Olho as pessoas entrando e saindo, estavam alegres, algumas preocupadas e outras imersas nas palavras dos livros, eu esqueci como uma biblioteca é mágica, você está cercado de silêncio e conhecimento.

- Tudo bem, acho que ouvi falar alguma coisa sobre eles. - Olhava para o livro de muitos anos atrás. - Dizem que o marketing é algo que sempre precisa estar atualizado, isso... - Levantou o livro. - Me parece velho demais. - Completou e eu ri me sentando ao seu lado.

- Bom, precisamos do passado para entender o futuro, mesmo que o marketing esteja ligado às novidades você precisa das bases para que não se torne apenas uma ideia vazia sem fundamento. Não vai vender um carro só pedindo para que alguém compre. - Ele pareceu não entender o meu exemplo, então eu me ajeitei sentindo meu coração esquentar pelas coisas que eu estava pronto para falar. - Vamos pensar no ato de instigar o cliente a comprar seu produto e não só isso, se tornar um cliente fiel. - começo por ali e passeio pelas páginas do livro onde falava sobre marketing boca a boca. - Me diga, se tivesse que bater uma meta em um mercado, vender uma grande quantidade de leite, o que faria? - indago com um sorriso curioso.

- Certo, primeiro eu colocaria uma grande promoção, aqueles homens anunciando e montaria uma banquinha para falar sobre o meu produto. - Ele tinha um tom convencido no rosto como se tivesse desvendado todos os segredos do universo.

- Errado, primeiro pense nos 4 PS do marketing. Qual é o seu produto? O leite, qual a praça? O mercado, o preço? 2 dólares e pôr fim a promoção. - Respiro fundo. - Em um mercado a empresa paga para estar nos melhores lugares, como se estivesse pagando um camarote para seus produtos, o certo é deixá-los na altura dos olhos dos clientes e geralmente a esquerda, as pessoas sempre olham mais para a esquerda nos mercados. Agora seu produto está visível e em uma posição de privilégio, colocaremos algo para chamar atenção, cores, um anúncio dizendo o preço, como fará? - pergunto novamente e ele parece entender melhor.

- Bom vejo muitas placas em amarelo, então colocaria o preço em preto, um fundo amarelo e colocaria na fileira do produto. - Sorrio, ele estava entendendo, mesmo que lentamente.

- Mais ou menos isso, o fundo amarelo chamaria atenção, as cores afetam as emoções e o desejo de compras, a maioria das compras são por impulso; por isso, precisa ser bem trabalhado. Fundo amarelo, formas divertidas e o preço em vermelho, se o leite for 2 dólares, abaixe para 1,99, atrai o olhar e faz com que pareça bem mais barato do que é. Se o leite for bom e a promoção for boa a pessoa que comprou esse leite chegará para um amigo ou família e recomendará o mercado onde está esse leite. Aí terá o marketing boca a boca, ele é de graça à medida que você é eficiente em sua promoção. - Finalizo.

- Você é incrível, fala tudo com propriedade e alegria. - Olha para mim, seus olhos brilhavam feito glitter, estávamos perto, significativamente perto.

- Bom, digamos que eu goste muito disso. - Mantenho a resposta vaga para evitar muitas perguntas.

- Deveria estar aqui, fazer parte da faculdade, estão perdendo você e sua inteligência. - Ele mexeu sua mão que encostou levemente na minha, seu sorriso singelo me dava todos os sinais que precisava, ele queria muito me beijar.

- Minha inteligência não é para todos, gosto de guardá-la a sete chaves, assim posso rir de estudantes burros e arrogantes, igual ao seu amigo. - Brinco e mudo de assunto rápido. - Bom a nossa aula acabou, quero um tempo para me divertir um pouco hoje. - Sorrio e me levanto.

- Jimin... - me chamou quando eu já havia guardado minhas coisas e estava pronto para ir embora.

- Hum? - olho para ele atento a sua fala.

- Quando assumir o lugar do meu pai no futuro, farei de você um homem muito poderoso. - Ele era fofo, e ainda estava no armário, mas era um garoto bom, sabia que nesse mundo as coisas eram muito difíceis para pessoas como nós, espero que ele tenha mais sorte que eu.

- Se isso acontecer um dia, quero uma sala ótima e um salário incrível. - Uso do humor mais uma vez antes de bagunçar seus cabelos e sair. - Até mais Tom.

Quando cheguei em casa com a minha cabeça a mil, eu precisava apenas de um cobertor quentinho, uma série que me passasse muita força e um sorvete de morango, ou melhor, maracujá, amava maracujá.

O apartamento que dividia com Sara há dois anos era muito aconchegante, com o tempo eu pude ajudar a deixar do meu jeitinho. Somos grandes amigos, com ela, eu não me sentia tão sozinho, mesmo que ela estivesse sempre estudando ou em festas e baladas, quando eu precisava, um pote de sorvete e sua companhia era a combinação perfeita.

Contrato Visceral - JIKOOK - mpregOnde histórias criam vida. Descubra agora