Contrato Visceral - JIKOOK - mpreg

💋Uma dose de Segredos💋

As Ilhas Cayman são três ilhas caribenhas – Grand Cayman, Cayman Brac e Little Cayman – que esbanjam belezas naturais: praias perfeitas, mar azul-turquesa, cidades limpas e uma rica fauna fazem destas ilhas um paraíso a todos os amantes da natureza.

Pelo menos era isso que dizia a revista que estava na sala da nossa nova casa, durante nossa estadia. Estávamos em uma vila em frente à praia, conjunto de casas muito bonitas que traziam um pouco mais de privacidade para gente, melhor do que ficar em um hotel onde tem hora para tudo e uma grande entrada e saída de gente, dessa forma podíamos curtir um lugar só nosso e ainda acordar a metros de distância das famosas águas claras.

Eu estava exausto do voo longo e cansativo, mesmo com nossa diversão. Eu só queria uma banho demorado e dormir boa parte do dia. Chegamos por volta das seis da manhã e isso ainda era cedo demais para começar as férias.

- Eu pedi que abastecessem a dispensa, imaginei que chegaríamos bem tarde, ou melhor, cedo. - Me puxou pela cintura depositando beijos em meu pescoço. - Bem-vindo ao nosso lar temporário. - Sussurrou e mordeu de leve o meu ombro.

- Só me sentirei bem-vindo quando meu corpo estiver relaxado em água quente. - Apoio minha cabeça em seu peito e mantenho os meus olhos fechados.

- Você procura bebidas e eu preparo o banho. Eu aluguei a casa mais cara daqui, deve ter coisas impressionantemente relaxantes. - Se afastou e foi explorar a casa enquanto eu fui direto verificar os armários e a geladeira.

A casa adotava uma arquitetura moderna e de inspiração toscana com telhados de terracota e exteriores suaves em tons pastéis. O quarto tinha uma cama King size e uma linda vista para o mar, vista essa que estava maravilhosa com o nascer do sol. Encontrei a bebida em um balde de gelo na geladeira, e levei para no nosso quarto onde Jungkook estava preparando um perfeito banho para nós na nossa banheira de imersão.

- Você não sabe o quanto eu sonhei com isso, eu achei que nunca mais sentiria algo assim. - Elogio sentindo o quente da água relaxar cada músculo tenso meu.

- Por que não? Achei que isso fosse algo muito comum para você, férias em Aspen, Paris. Ou estou enganado? - ele estava do outro lado da banheira.

- Quando vim para cá eu perdi alguns privilégios, na verdade enfrento as consequências de amar alguém do mesmo sexo até hoje. - Falo, mas não tenho tanta coragem assim para olhar em seus olhos. - De certa forma eu amo a minha vida, morar em Seattle me fez enxergar muitas coisas importantes em vez de ver apenas futilidades. - Sorrio tomando um vinho Rose.

- E tem algo mais que o misterioso Park Jimin tem para revelar? Você parece guardar muitos segredos, eu consigo ver todas as cicatrizes, mas não vejo as histórias delas. - falou de forma muito poética, não tinha cicatrizes físicas em meu corpo, mas muitas emocionais.

- Eu tenho um, um segredo incomum, é muito esquisito, mas não quero que você fuja e acabe com o que temos. - Apoio a taça que estava em minha mão na borda da banheira. - Mas em troca, terá que me contar um dos seus segredos também. - Estendi minha mão para um aperto, como se estivesse fechando um acordo.

- Tudo certo. - Apertou minha mão e deixou um selar ali.

- Não me faça perguntas, a maioria eu nem sei responder. A questão é que quando me viu tomar remédios no dia em que conhecemos, foi porque eu tenho uma condição rara. - Começo. - Não precisa se assustar, isso não é uma doença terminal, na verdade não vai me incomodar se eu tomar certos cuidados. - Eu não sabia como contar isso, falar em voz alta era loucura.

- Pelo amor de Deus, não enrole. - Ele estava puxando os próprios cabelos em ansiedade e nervosismo.

- Eu posso ter filhos. - Falo direto, mas logo me arrependendo porque a minha fala acaba saindo absoleta. - Merda, não é exatamente assim, eu posso gerar um bebê, como mulheres fazem, mas de um jeito diferente e pouco estudado. - Ele ficou chocado, e em seguida começou a rir, isso era uma reação normal, meus pais fizeram o mesmo quando descobriram.

- Tá me dizendo que sua barriga cresce durante 9 meses, e depois? - ele perguntava sem nem mesmo acreditar.

- Isso é uma falha no meu corpo, não deveria acontecer, por isso, é algo mais complicado, sensível e nada muito natural. Pra isso preciso de remédios, um serve como um preventivo e outro para deixar os meus hormônios de um jeito normal. Nada de mais. - Ele ainda estava chocado, mas eu já estava aliviado porque era menos um segredo que eu teria que guardar. - Ok, fim de papo, agora me conte o seu. - Tento o máximo sair desse constrangimento.

- Eu tenho um filho. - Foi a minha vez de arregalar os olhos. - Não, na verdade é meu afilhado, mas eu considero como um filho. Ele é filho da minha melhor amiga, a melhor pessoa que eu conheço teve a criança mais especial do mundo, ele se chama Austin e nessas férias eu planejei que vocês se conhecessem, quero que conheça minha outra família. - Ele falava de um jeito muito doce e era possível ver o brilho em seu olhar quando ele falou do menino. - Quando minha mãe ainda estava com o meu pai, nós não tínhamos uma relação ótima, ele detinha toda a renda e com isso ditava todas as regras, minha mãe largou o futuro na ciência por nós e ficou aturando o cara durante muitos anos. Ele era agressivo e a traia com todo o tipo de mulher, eu trabalhei desde cedo para que tivéssemos dinheiro o suficiente para o divórcio e uma vida após ele. A Dioses, o sucesso dela, salvou nossas vidas. - Seu olhar parecia perdido agora, mas ainda sim tinha orgulho em sua voz, orgulho de si.

- E ele? Não deve ter aceitado muito bem. - perguntei e ele concordou com a cabeça.

- Não, não aceitou, o divórcio se deu por uma juíza que viu os relatos e as marcas em minha mãe, conseguimos uma medida protetiva contra ele, e todo a ano eu uso o meu dinheiro para renovar essa medida. Fiquei sabendo que agora ele morava no Alasca, e tinha uma nova família. Se tornou religioso e vive uma vida muito diferente, mas nós não queremos mais ele por perto, é a única situação em que não fui capaz de perdoar. - Ele estava contando sua mais velha ferida e eu ainda assim não conseguia dizer que fui deserdado, não tenho mais irmã, mãe e principalmente pai.