Branco nunca foi meu forte, mas eu ficava tão lindo com ele, eu tinha uma vista perfeita da janela do meu quarto, as ondas de Cayman estavam um pouco mais movimentas, talvez animada pelo dia, o tempo limpo, sem clima chuvoso como em Seattle. Ao meu lado ajeitando minha roupa estava Sara, ela vestia um lindo vestido azul, seus cabelos estavam soltos com um enfeite de flor, ela resmungava coisas como: "fique quieto", "Eu vou te furar", "Nossa você está lindo", essa eu gosto, porque eu realmente estava.
Eu segui pelo caminho de madeira, um deque montado na areia da praia para que todos pudessem andar sem afundar os sapatos na areia, havia tão pouca gente mas ainda sim parecia mágico. Toda a magia se tornou real quando vi bem no fim da passarela de pétalas de flores, o príncipe de terno azul bebê, ele batia os pés no chão nervoso e eu sentia minhas mãos suarem, as borboletas na barriga eram bem presentes e o coração acelerado me deixava aliviado. Me sentia um adolescente com seu primeiro amor.
Prata e ouro, as alianças de ouro com detalhes em prata agora enfeitavam o meu dedo, meus lábios sendo tomados amorosamente pelo único que eu queria beijar, me fazia delirar ainda mais, era impossível descrever o nível de felicidade, em números: 1000%, nos amávamos e estávamos vivendo um sonho, iniciando uma nova jornada, uma nova família.
[...]
Fui arrastado dessa vez para a noite, ainda estávamos com as mesmas roupas, andando pela beira da praia, descalços e com a blusa amarrotada, ouvindo as batidas das ondas no mar e vendo as estrelas. Em algum momento nós paramos, Jun me puxou para si e colou nossas testas, ele estava com um sorriso lindo e olhos brilhando, eu fechei meus olhos na espera de um beijo, mas ele não veio.
Diferente do que eu esperava, seus braços me soltaram, sua testa com o seu corpo se afastou, eu fiquei confuso porque em seu rosto já não estava mais o amor e a alegria de momentos atrás, pelo contrário, havia lágrimas manchando seu rosto, lágrimas de sangue.
- Por que fez isso? - perguntou, mas eu não entendia do que ele estava falando. - Gostaria de nunca ter te conhecido. - Ainda com as lágrimas perturbadoras escorrendo pelo seu rosto ele retirou suas alianças e colocou na minha mão, em um minuto ele estava aqui, no outro ele havia ido embora, como em cenas de filmes que pessoas de coração partidos entendem.
Eu estava sozinho, isso não era a primeira vez, mas porque doeu tanto? Porque eu não conseguia parar de chorar, jogado naquela areia, desejando que o mar levasse consigo toda a dor que me rasgava por dentro, por que isso havia acontecido?
[...]
- Jimin... Amor acorda, amor. - Acordei assustado com Jungkook me chamando, passei as mãos no rosto constatando que ele estava molhado. - Tá tudo bem? Você estava chorando - ele segura minhas bochechas com as duas mãos, estava preocupado, mas eu estava aliviado. Me joguei em seus braços o apertando no abraço.
- Você está aqui. - Sussurro. - Só não me deixa. - Pedi em um fio de voz, eu sei que o amanhã é incerto, que as chances são quase nulas, eu ainda quero acreditar em um milagre, que igual aos filmes o amor sempre vence.
- O que aconteceu? - indagou ainda preocupado.
- Eu te amo, e eu prometo te amar todos os dias como se eu fosse perder você. - Falo mais para mim do que para ele. Ficamos abraçados assim até que eu conseguisse dormir de novo.
[...]
Acordei e não vi ele na cama, depois do sonho eu não consegui relaxar muito bem e ainda estava apavorado, só de pensar, eu me sentia fraco. Estávamos em seu apartamento, uma cobertura enorme com uma linda vista e tons neutros.
Ouvi um barulho na cozinha e corri para lá, não por estar com medo de uma invasão, mas para encontrá-lo, ele estava fazendo suas famosas panquecas, mas isso era o que eu menos precisava agora.
A calça de moletom era a única peça de roupa que cobria seu corpo, mesmo de costas para mim, cantarolando algumas músicas aleatórias e balançando a bunda de um jeito muito suave, ele ainda me derretia, ele ainda me mostrava o Jimin que eu nunca pensei que eu poderia ser, onde os sentimentos bons estão sempre comigo, principalmente a esperança e o otimismo. Ele respirou fundo quando sentiu minhas mãos geladas pelo ar-condicionado do quarto tocarem na pele nua de sua barriga, em seguida ele começou a aumentar o volume da música que estava cantando e rebolando contra mim.
- Se sente melhor meu anjo? - se virou de frente e tomou meus lábios para si, com desejo, cuidado, paixão e amor.
— Desculpa, não devo ter deixado você dormir direito. - Escondo meu rosto em seu peito e o sinto massagear meu couro cabeludo.
- Teve algum pesadelo comigo? Com a gente? - perguntou e eu engoli seco. - De qualquer forma eu estou aqui para tranquilizá-lo, nada de ruim vai acontecer conosco, vamos ter uma vida longa e feliz, teremos filhos, nos casaremos em um campo ou praia e no fim de tudo morreremos juntos, vendo o pôr do sol da varanda da nossa casa, segurando a mão um do outro. - Olho para ele com os olhos marejados, o quanto eu andava melancólico não estava escrito, eu não tinha um dia de paz. - Não precisamos morrer se não quiser, podemos congelar nossos corpos e esperar a medicina ou só virarmos vampiros e sermos imortais a base de sangue. - Tocou em meu nariz, ele estava muito bem-humorado. - Só não vamos poder ver o sol, o lindo pôr e nascer do sol. - Ele estava pronto para me beijar quando seu celular tocou. - Pode esperar. - Declarou tomando meus lábios para si, mas por um curto período.
Seu celular logo voltou a tocar sem parar, então ele teve que me deixar ali e ir atender, eu não sabia o que ele estava falando, só ouvi "aham", "Sim", " Não, voltamos de férias agora, não tivemos tempo" "tudo bem, estou indo para aí."
E depois ele voltou, dessa vez mais apressado, me dando um beijo e dizendo que voltaria o mais rápido possível e em seguida correndo para o quarto na intenção de se arrumar.
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Contrato Visceral - JIKOOK - mpreg
FanficNo dicionário o significado de recomeçar é começar novamente depois de uma interrupção, foi isso que aconteceu com Jimin quando teve que tomar a maior decisão de sua vida, ficar e se sentir preso em um palácio confortável pelo resto da vida ou ir e...