💋Uma dose Explosiva💋

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Eu fiquei ali sentado e então Eliza veio aos poucos e se sentou ao meu lado, ela parecia querer dizer alguma coisa, então eu sequer abri a minha boca. Porque há muito tempo eu tentei, há muito tempo eu insisti e mesmo sabendo do meu erro eu não recebi sequer nenhuma mensagem depois das merdas que o filho dela fez, mas eu tento deixar para lá.

- Quando Jungkook me contou que era gay eu fiquei me perguntando que eu nunca teria um neto, na época, minha cabeça era muito fechada para os outros avanços da medicina, acho que essa foi minha maior preocupação. Acabei deixando para lá porque o amor de uma mãe vai além de qualquer escolha que um filho faz, eu peço desculpas. - Permaneci em silêncio, com a cabeça abaixada brincando com minhas unhas. - Usar o meu filho não foi legal, mas em momento algum eu vi você como uma pessoa ruim, mas a questão é que Jungkook passou por muita coisa desde que nasceu e foi obrigado a entrar em muitas batalhas que ele não queria, acho que acabei sendo uma mãe superprotetora. Eu fiquei com raiva porque geralmente a gente sente quando a pessoa não presta, mas eu peço desculpas porque eu nem ao menos te dei abertura para conversa, ou lhe pedi desculpas porque Jeon fez o mesmo... - ela estava pronta para falar mais coisas, mas eu não sei se queria ouvir, parecia que agora toda a minha vida girava em torno desse assunto e dessa criança.

- Posso ser sincero Eliza? eu não quero falar desse assunto, eu estou meio cansado. Sinceramente, quando eu fiz o que fiz, eu fui crucificado por todo mundo, por você, pelo Mark, por Jungkook, Charlie e qualquer outra pessoa ao redor dessa bolha, eu tinha consciência do meu erro, eu não estava pedindo apoio de ninguém, só queria que me ouvissem, mas agora o que Jungkook fez todos parecem querer que eu o perdoe porque ele está magoado e sei lá mais o que. Eu aposto que nunca foi tocado no assunto uma volta entre mim e Jungkook naquela época. Eu não o humilhei, não o tratei como um merda ou qualquer coisa do tipo, eu só não queria mais, porque não foi uma simples traição, foi muito mais do que isso para mim. - Jogo meu cabelo para trás.

- É, tem razão. Eu não só vim pedir desculpas pelo passado, mas por agora, eu não o criei para isso e depois que ele me contou eu fiquei muito decepcionada, mas eu vi o quão arrependido ele estava, vocês dois fazem um casal muito lindo, mas eu entendo que eu não consigo ser tão imparcial quanto você queria, por isso não peço para perdoá-lo, seu coração agirá por você, é só deixar. - Pôs a mão levemente em minha barriga. - Você sempre será da família, e eu fico feliz que você seja o pai do meu primeiro neto, será bem-vindo em minha casa mesmo que não esteja com Jungkook. Foram dois vilões, duas vítimas. - Seus suspiro pesado deu fim à conversa, ela então se levantou e seguiu de volta para seu lugar.

Eu estava cansado, não só da minha rotina, mas esse assunto estava acabando comigo, quando Charlie me deu o drink que ela preparou, um mojito sem álcool, eu agradeci e subi de fininho para um dos quartos, pedi para Austin me levasse para um cômodo que eu pudesse me esconder.

- Esse é o quarto de hóspedes, quase ninguém entra aqui, é um ótimo esconderijo. - falou e eu sorri acariciando seus cabelos.

- Obrigada bebê, eu vou ficar aqui um minutinho está bem? - perguntei e ele concordou e saiu correndo corredor afora.

Fechei meus olhos e me sentei na cama, eu respirava fundo, usava a técnica que minha psiquiatra na Coreia me indicou para controlar meus nervos e evitar minhas crises, ajudava às vezes.

- Austin me contou que estava aqui, eu vim saber se você estava bem? - no meio da minha respiração eu ouvi a voz de Jungkook, então ela saiu muito mais pesada e cansada.

- Eu não quero, não quero falar sobre isso. - Sou direto.

- Tudo bem, então vamos falar de outra coisa, eu arrumei um lugar para você na área mercadológica da empresa, estará como criativo em uma das equipes de campanha, você tem boas ideias e pouca técnica, ficar lá vai te ajudar, está uns degraus a cima de um estagiário, mas abaixo de um diretor de departamento. - Fechou a porta e se encostou nela. - Só precisa ir segunda-feira e levar seus documentos e buscar o seu crachá. - Piscou para mim com um sorriso no rosto.

- Obrigada - me levantei e acariciei minha barriga, havia virado uma mania minha.

- Eu te amo. - falou. - Eu disse que iria deixar você ter seu tempo, mas eu não sei mais quanto tempo eu aguento com essa situação, você pode me perdoar por favor? Eu prometo que...

- Só hoje você já é a terceira pessoa que veio me falar desse assunto. Por que todo mundo parece que esqueceu tudo? Porra, em que momento vocês vão entender a frase "eu não quero falar sobre isso" ? - explodo, mas não chego a gritar. - Eu não estou magoado por você ter me usado, mentido para mim Jungkook, estou puto, puto porque você não se arrependeu, o fato de você estar com raiva de mim ou não confiar mais em mim não podia apagar o que fiz quando veio me procurar. Abusou de uma ferida, eu aceitei na mesma hora ir para um lugar que claramente me deixava mal, eu fiz isso por você e nada, não teve um arrependimento e pior, eu fiquei por você mesmo com toda a sua grosseria, grosseria essa que era você em um conflito de interesses entre continuar com uma birra de adolescente e fazer a coisa certa antes que as coisas ficassem piores. Sua raiva naqueles dias eram mais de você do que de mim. - O empurrei contra a porta.

- Jimin, me desculpa eu...

- Eu estou cansado de todo mundo me pedir desculpas e ninguém tentar olhar o meu lado, você não parou, e eu não sei se posso te perdoar por isso, porque doeu, doeu ver alguém que acabou comigo ao lado, alguém que dizia me amar. Você foi no enterro da minha vó, isso não foi nada respeitoso, Jungkook, usar um momento como aquele para se aproximar da minha família. Dói e eu já sabia o quanto doía em você, mas agora dói em dobro porque eu estou carregando um filho que você não queria, um filho fruto de uma mentira, de uma coisa que você fez para me enganar e me convencer, tem tantas coisas, que parece apenas piorar a situação. Um contexto maior do que um plano ruim, mas que deu muito certo. - tento segurar minhas lagrimas mas minha voz ja estava embargada.

Eu sabia que em algum momento eu teria que lidar com os reais motivos mas eu não queria que fosse hoje.

- É cansativo todo mundo ao seu redor falando o mesmo e pior é ter que ser educado e esconder que na verdade eu quero que todo mundo vá para a puta que pariu. Eu estou puto para caralho, ninguém chega e apenas pede desculpas, é sempre um desculpa por isso, mas o Jungkook... meu Deus, eu só quero paz, enfrentar tudo que eu já enfrentei naquele país e o que vou ter que enfrentar pelo resto da minha vida. Então quando eu digo que eu não quero falar sobre isso, eu queria muito que tivessem a decência de ao menos me respeitar dessa forma. - Seco as lágrimas fujonas e o empurro para longe da porta saindo dali. Eu precisava sair.

Contrato Visceral - JIKOOK - mpregOnde histórias criam vida. Descubra agora