Capítulo 1

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Inverno de 2023

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Inverno de 2023

Mariana

Eu havia perdido a única família que tinha sobrado do meu pai: meu avô.

Já se completava uma semana desde o seu enterro e eu ainda não estou conseguindo lidar muito bem com o luto.

Eu nasci em meio ao luto, como poderia saber lidar com ele como se não fosse um trauma?

Éramos incrivelmente próximos. Eu era a sua princesa, a menina dos seus olhos. Meu avô fazia todas as minhas vontades, me levava para viagens e lugares inesquecíveis, fazia o meu café da manhã favorito, me ensinava sobre engenharia e sobre a Licence. Acertava comigo tudo aquilo que havia errado com seus falecidos filhos.

Apesar de ele sempre me dizer que eu deveria escolher o que eu gosto de fazer para a faculdade, eu tinha certeza de que queria realizar seu sonho: assumir sua empresa.

Ainda tenho 17 anos, e estou no último ano da escola, mas já tenho plena certeza de que quero fazer engenharia civil. Ele que despertou esse amor em mim, e é por ele que vou realizar esse sonho.

Óbvio que, depois de alguns dias faltando aula, hoje eu não escaparia dela. Minha mãe levantou cedo só para abrir minhas janelas e deixar o sol engolir meus olhos completamente.

— Fala sério, mãe. — Resmunguei colocando a coberta no rosto. — Acordar alguém assim é assédio moral. — Minha mãe riu pelo nariz. Apesar de não vê-la, tenho certeza que ela está me olhando com as mãos na cintura.

— Mariana, você nem sabe direito o que é assédio moral. — Senti sua mão tocar minha perna. — Vamos, levante dessa cama e vá viver.

— Estudar não é viver. — Ela riu e escutei seus passos em direção à porta.

— Mas é preciso. Ou você quer ficar burra? — Seus passos se distanciaram depois dessa frase e eu tratei de tirar a coberta do rosto, bufando enquanto me espreguiçava.

Era difícil acordar e saber que depois da aula, eu não poderia pedir para o motorista me levar até a empresa para que eu pudesse almoçar com meu avô. Mas, minha mãe tinha razão, eu precisava seguir em frente.

Tirei vontade de levantar, uma que obviamente não cabia em meu corpo. Eu precisava de um bom banho, imaginando que a tristeza pudesse sim ir embora junto com a água.

Me arrumei com o uniforme completo da escola. Infelizmente era segunda-feira e eu não poderia usar calça jeans, pois só podemos fazer isso nas sextas. Há anos eu não entendo esse preconceito da CUDEC, minha escola, com a calça jeans.

Depois de arrumar minha mochila com tudo o que eu precisava, desci as escadas de casa, encontrando minha mãe, meu padrasto e ele, Peter Lanzani. O cara que, com certeza, nunca descobrirá sobre meus sentimentos por ele.

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