Inverno de 2004
Christopher
Eu parei de gostar de datas comemorativas desde que meu irmão se foi, mas, com Dulce por perto as coisas vêm mudando consideravelmente e agora tudo parece mágico de novo.
Dulce ama festas de fim de ano. Ela tem muitas tradições que foram criadas em família e que, mesmo sem eles presentes, ela faz questão de colocar em prática. Então, por sua causa, voltei a me interessar por essa época do ano.
Ela deixa tudo mais leve e alegre. Eu sabia que sem ela minha vida ficava sem cor, e por isso, eu odiava sequer imaginar não tê-la em minha vida. Dulce era vida pura, colorida e eu fazia questão de deixá-la feliz.
O natal desse ano foi incrível. Além de decorarmos nossas casas e a casa dos meus pais juntos, organizamos todo o evento sozinhos. Dulce ainda conseguiu um milagre que a tempos não acontecia: meu pai passando a noite dessa data comemorativa em casa.
Apesar de cada um estar morando em sua casa sozinhos, dividíamos nosso tempo ficando um pouco em cada, só pra que nenhuma das duas ficassem completamente abandonada.
— Ainda não decidimos onde vamos ficar depois que nos casarmos. — Ela comentou deitada em meu peito, enquanto assistíamos a um filme de romance em seu quarto.
— Você quer ficar por aqui ou quer encontrar outro lugar? — Perguntei, acariciando seus cabelos macios e vermelhos.
— Então, eu realmente tenho um apego gigantesco com essa casa, Chris. Era dos meus avós e tem muita história. — Ela mordeu o lábio inferior. — Não sei se eu teria coragem de vendê-la.
— Podemos morar aqui, se quiser. — Eu sorri de canto, enquanto ela erguia a cabeça para me olhar. — Tenho certeza que nossa Mariana, quando a tivermos, vai amar saber que você viveu muitas histórias aqui na infância. — Falei de futuro e ela sorriu.
— Você fala sério?
— Claro que sim, Dul. — Falei sorrindo e suspirei, ansioso. — Inclusive, tem algo que eu venho pensando ultimamente. — Comprimi os lábios por alguns segundos, sabendo que ela estava prestando atenção em mim. — E se nos casássemos logo?
— Como assim, Chris? — Ela franziu a testa sem entender. — Nós vamos nos casar logo. Nosso casamento está marcado para maio.
— Não, eu digo, casar mesmo, no cartório. — Dei de ombros. — Eu quero casar logo com você, Dul e podemos fazer isso juntos, só nós dois. — Falei tocando os lábios dela com os meus.
— Não tem como ser apenas nós dois, para casarmos no cartório, precisamos de duas testemunhas. — Eu dei de ombros.
— Nós temos duas testemunhas perfeitas. Andrés e Maite. — Falei aquilo como se fosse fácil.
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No te olvides ✨
RomanceQuase 18 anos depois do desaparecimento de Christopher, seu pai acaba falecendo e deixando a empresa para sua única neta, Mariana. Dulce por ser a responsável pela menor, acaba tomando as rédeas da situação. Mas, ela não esperava que tudo isso trari...