Quase 18 anos depois do desaparecimento de Christopher, seu pai acaba falecendo e deixando a empresa para sua única neta, Mariana. Dulce por ser a responsável pela menor, acaba tomando as rédeas da situação. Mas, ela não esperava que tudo isso trari...
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Inverno de 2023
Mariana
Faz horas que estou sentada debaixo dessa árvore tentando entender tudo o que havia acontecido.
Fechei meus olhos diversas vezes, me lembrando do sonho que eu tinha de uma vez encontrar meu pai e dizer que sou sua filha. Em nenhuma dessas versões, meu pai era um babaca.
Eu poderia sim dar o desconto por ele não se lembrar de absolutamente nada e muito menos da minha mãe, mas, isso ainda não dava o direito de ele ser um idiota, um estúpido e tratar a todos com indiferença.
Como ele poderia ser indiferente com a própria filha?
— Não me diga que você está chorando escutando alguma música do Camilo de novo. — A sombra de Peter apareceu em minha frente, e dei de ombros sem olhá-lo.
— Quem dera se eu estivesse chorando apenas por causa de uma música. — Falei secando minhas lágrimas pela vigésima vez no dia.
— Você quer falar sobre o que aconteceu? — Ele perguntou enquanto sentava ao meu lado.
— Meu pai ressuscitou dos mortos. — Eu ri pelo nariz. — Ele apareceu hoje na Licence, sem se lembrar da minha mãe. — Peter me olhou quase em choque com a informação, mas rapidamente tentou disfarçar sua expressão.
— Se ele não se lembra da sua mãe, não tem como ele saber de você, certo? — Eu balancei a cabeça e olhei para os meus pés.
— Sabe, eu sonhei muito com esse momento inúmeras vezes. Mas, em nenhuma delas, ele não sabia quem eu era. — Sorri de canto. — O pior disso tudo, é que ele está agindo estranho, tratando todo mundo mal, querendo vender a empresa do meu avô. — Franzi a testa, olhando para frente.
— E ele conseguiria vender? — Neguei com a cabeça.
— Pelo que minha mãe me disse, não. Ele quer comprar as ações dela, mas não entendeu que a maior parte é minha. — Dei de ombros. — Minha mãe não quer dizer nada sobre mim por enquanto.
— Bom, ela tem razão. Se ele está tão na defensiva, nem sequer vai acreditar na palavra dela. — Eu assenti e uma lágrima fujona escorreu pelo meu rosto. — Vamos lá, petisa. Tenta colocar um pouco de ânimo nesse corpo. — Ele disse tocando seu ombro no meu. Eu sorri de canto e o olhei.
Pronto, foi o suficiente para o meu coração disparar. Os olhos verdes de Peter eram como mágica, pois no mesmo instante em que me olhavam, eu sentia como se borboletas estivessem passeando pela minha barriga.
— Filha! — Desviei meu olhar do dele e avistei minha mãe que se aproximava. — Você está bem?
— Sim, mãe, você não precisa se preocupar. — Falei sorrindo sem mostrar os dentes. — Você está bem?