Capítulo 47

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Outono de 2023

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Outono de 2023

Christopher

A sensação que eu tinha era que eu estava flutuando.

Dulce estava me fazendo sentir dessa forma, como se estivesse nas nuvens apenas por ter se entregado ao que estamos sentindo um pelo outro.

Quer dizer, ao o que eu estou sentindo, afinal, eu sei que com ela acontece completamente diferente.

Ao mesmo tempo que parece que estou sentindo tudo isso pela primeira vez, parece também ser a décima. É como se eu já conhecesse esse sentimento, mesmo nunca lembrando de senti-lo.

Será que deu pra entender?

Eu estava sentado no sofá de casa, cheio desses pensamentos quando Dulce apareceu vestindo uma calça preta, uma t-shirt branca, uma jaqueta de couro preto e um tênis branco.

— O que foi? — Ela perguntou assim que permaneci admirando-a por tempo demais.

— Nada, só não estou acostumado a te ver vestida assim. — Ela franziu a testa e se olhou.

— Está ruim? — Eu levantei rindo pelo nariz e me aproximei dela.

— Claro que não, Dul. Você fica linda de qualquer jeito. — Ela voltou a me olhar e abriu um sorriso.

— Obrigada! — Ela colocou o cabelo para trás da orelha. — Você pensou em algum lugar ou vamos no restaurante de sempre?

— Não sei. — Eu suspirei colocando as mãos na cintura e abaixando a cabeça. — Na verdade, eu andava um pouco pensativo nesses últimos dias sobre o fato de nunca ter visitado o túmulo do meu irmão. — Eu engoli em seco voltando a olhá-la.

— Sua mãe está no mesmo lugar que ele, se você quiser ir até lá. — Ela deu um pequeno sorriso, como se quisesse aliviar aquela situação.

— Sim, eu gostaria. — Respondi seguido de um suspiro.

— Ok! — Ela abriu um pouco mais o sorriso. — Vou pegar algumas flores no jardim lá de casa. Sempre faço isso quando vou visitá-la. — Ela disse arrumando a alça da sua bolsa e caminhando até a saída dos fundos.

— Você sempre faz isso? — Ela virou para me olhar. Eu estava um pouco surpreso.

— Sim, Chris. — Ela sorriu. — Faço isso todos os meses. Inclusive, plantei lírios no meu jardim porque sabia que eram as favoritas dela. Sempre que tiro, planto novamente.

— Ela parecia mesmo ser importante pra você. — Ela assentiu e seus olhos brilharam.

— Qualquer pessoa que é importante pra você, é importante pra mim. — Eu sorri de volta e tratei de sair logo atrás dela, até seu jardim.

Dulce colheu as flores favoritas da minha mãe com todo o cuidado do mundo, enquanto eu a observava. Eu nunca antes senti essa espécie de alívio de poder ter alguém ao meu lado, de olhar para a pessoa e pensar que ela é minha.

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