Quase 18 anos depois do desaparecimento de Christopher, seu pai acaba falecendo e deixando a empresa para sua única neta, Mariana. Dulce por ser a responsável pela menor, acaba tomando as rédeas da situação. Mas, ela não esperava que tudo isso trari...
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Inverno de 2023
Dulce María
Virei de um lado para o outro na cama diversas vezes. Eu simplesmente não conseguia pregar o olho, mesmo que tentasse.
Daniel estava dormindo tranquilamente, mal nos falamos quando ele chegou em casa por ter chegado incrivelmente cansado depois de resolver um grande pepino de um cliente no tribunal. E tudo bem, afinal, eu realmente não estava com cabeça para pensar.
Eu aprendi a amar Dan, mas nada nunca se comparou ao meu sentimento por Christopher e agora que ele está de volta, eu me sinto num beco completamente sem saída. Para qualquer lado que eu pense em desviar, alguém vai sair machucado.
Eu não queria que existissem amores depois de Christopher, mas eu soube, no momento em que tudo aconteceu, que os próximos até poderiam ser intensos, mas nenhum seria avassalador como o nosso.
Resolvi levantar da cama com tudo o cuidado do mundo para não acordar Daniel. Eu preciso ficar um pouco sozinha e tentar afastar todos aqueles pensamentos que haviam engolido o meu sono.
Servi um copo de água e bebi devagarzinho, lembrando da conversa que havia tido com Christopher mais cedo. Aquela tinha sido a primeira vez depois que ele voltou que eu consegui enxergar aquele por quem me apaixonei perdidamente há anos atrás.
Era como se, ao descobrir que tinha uma filha, ele decidiu mudar completamente. Uma pena que não foi o suficiente para fazê-lo lembrar dos últimos acontecimentos antes do acidente.
E o que eu faria se ele conseguisse se lembrar de tudo agora? Como eu cairia em seus braços novamente depois de tantos anos? Depois de ter me casado com Daniel? Depois de ter me tornado uma mulher completamente diferente? Como as coisas poderiam ser tão fáceis?
Com certeza não seriam, e talvez isso pudesse trazer ainda mais sofrimento para todos.
Fechei os olhos e larguei o copo de água em cima da bancada da cozinha, lembrando da carta de Antônio que estava dentro do porta-luvas do carro.
Isso! É lá que deve ter algum tipo de resposta.
Coloquei os chinelos nos pés e caminhei até a garagem de casa, abrindo o carro e entrando no mesmo.
Peguei o envelope branco dentro do porta-luvas e senti minhas mãos ficarem um pouco trêmulas ao pensar o que poderia conter lá dentro. Querendo ou não, era a carta de alguém que me ajudou muito e que havia nos deixado recentemente.
Respirei fundo já com os olhos repleto de lágrimas e abri a carta, tratando de lê-la.
"Dulce querida,
Sei que se você está lendo essa carta é porque eu morri e Christopher retornou para sua vida. A única coisa que posso dizer é que eu sinto muito.