Capítulo 2

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Christopher

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Christopher

Acordar no dia seguinte foi a coisa mais difícil que eu tive que fazer. Eu não tinha dormido nada na noite anterior depois que Dulce apareceu na porta da minha casa, porque eu não conseguia tirar da minha cabeça o fato de sermos vizinhos.

Óbvio que eu sempre acordava atrasado, mas dessa vez eu tinha me superado e eu sabia que escutaria do meu pai assim que eu colocasse os pés na empresa. Ele jura que esses sermões dele fazem eu me arrepender do atraso, mas confesso que vê-lo bravo é a melhor coisa do mundo.

Natália já não estava mais em minha casa quando terminei de me arrumar, acredito que ela tinha saído para trabalhar cedo e eu nem sequer vi. Realmente estava ferrado no sono. Tudo bem, melhor assim do que ficar dando satisfação pra alguém que nem sequer é minha namorada.

Fui na maior tranquilidade do mundo para o escritório, como se não estivesse mais de 2h atrasado. Estava ansioso pra ver a cara de rabugento do meu pai, esbravejando e me chamando de incompetente. Nada é tão bom quanto deixá-lo de cara amarrada o dia todo.

Entreguei as chaves do carro para o manobrista e entrei na empresa, já subindo para o segundo andar pela escada mesmo.

— Bom dia, Alícia! — Falei sorrindo para a secretária que levantou nervosa já.

— Bom dia, Sr. Christopher. — Ela passou as mãos na saia longa. — O Sr. Uckermann está na sala lhe aguardando a algum tempo já. — Eu sorri e cocei o nariz.

— Tudo bem, Alícia. Já estou indo lá. — Falei indo até minha sala e largando minha carteira em cima da mesa. — Ele está na sala dele? — Perguntei para ela indo para o corredor novamente. Ela apenas assentiu, apressada. — Ótimo!

Caminhei até a sala dele, que ficava do outro lado do corredor. Arrumei a gravata no pescoço e coloquei o melhor sorriso debochado que eu tinha na cara, entrando na sala dele sem sequer bater. Eu sabia o quanto ele odiava aquele tipo de atitude.

— Queria me ver? — Eu disse assim que entrei, mas travei quando a ruiva que estava sentada na frente do meu pai virou o rosto. O que ela estava fazendo aqui?

— Isso são horas, Christopher? — Desviei o meu olhar do dela, que não parecia nada surpresa com aquela situação. — Você está mais de 1h atrasado.

— Eu sei. — Dei de ombros, indiferente. — Mas estou aqui, não estou? — Ele bufou de ódio e eu me segurei para não sorrir de felicidade ao vê-lo daquela forma.

— É inadmissível que o CEO de uma empresa chegue com esse tempo de atraso para uma reunião importante. — Eu ergui uma das minhas sobrancelhas e voltei a olhar para Dulce, que tinha a cabeça baixa, com certeza constrangida de estar participando daquele momento.

— Qual a importância dessa reunião? — Perguntei e ele me olhou completamente sério, ainda furioso.

— Essa é Dulce María, nossa mais nova assessora de imprensa e relações públicas. — Ele disse apontando para Dulce, que sorriu para ele sem mostrar os dentes. Era nítido que ela estava sem jeito com toda aquela situação, e eu continuava sem entender o que estava acontecendo ali. — Esse é Christopher Uckermann, meu filho e CEO da empresa. Ele vai te ajudar com todas as informações necessárias sobre a empresa quando você precisar. — Dulce me olhou e assentiu em forma de cumprimento, fiz o mesmo e segui o fluxo dela, como se não nos conhecêssemos. Não queria que meu pai se desse conta que eu e ele tínhamos um passado.

Enquanto conversávamos e passávamos para Dulce informações sobre a empresa, onde meu pai falava muito mais do que eu, parei para observá-la. Nunca antes um cabelo vermelho combinou tanto com alguém, isso com certeza poderia ser uma marca registrada dela de tão radiante que aquela cor a deixava. Ela usava uma saia azul marinho, com uma fenda ao lado que deixava em evidência uma das suas pernas. Sutil, mas o suficiente para me deixar com água na boca.

Quando a reunião chegou ao fim, ela se levantou ao meu lado e apertou a mão de meu pai, o agradecendo mais uma vez. Não sei o motivo, mas certamente tem a ver com o emprego novo dela aqui dentro.

Ela saiu, e eu aproveitei a deixa para fazer o mesmo e assim não continuar escutando as birras de meu pai.

— Por acaso isso é algum tipo de perseguição? — Dulce se virou e revirou os olhos, me olhando bem séria.

— Olha, Christopher, eu nem sequer sabia que essa era a empresa da sua família. Não fui entrevistada pelo seu pai, e nem sabia o sobrenome dele até chegar aqui e sermos apresentados. — Ela suspirou e fechou os olhos por alguns segundos. — Acredite se quiser, minha ideia era nunca mais te ver na minha vida.

— Não é o que parece. — Falei com um sorrisinho irônico, deixando-a nitidamente irritada. — Ainda acho que isso tudo foi de propósito.

— Nem nos seus sonhos! — Ela sorriu de leve, mas de forma sarcástica. — Infelizmente, tudo isso aqui é uma coincidência absurda.

— Ser minha vizinha também? — Eu ergui uma das sobrancelhas e coloquei as mãos para dentro do bolso da minha calça.

— Aquela casa foi da minha avó por muitos anos, e é minha herança. — Ela bufou. — Olha, não tenho que ficar te dando explicações para você não pensar que estou te seguindo. Pense o que você quiser, Christopher Uckermann.

— Pois vou continuar pensando que você está me seguindo, Dulce María! — Ela rolou os olhos e virou o rosto completamente irritada com toda aquela situação.

— Dulce? — Olhei na direção de quem falou aquilo, enquanto Dulce se virava para ver também. Era Daniel que havia chegado para uma reunião jurídica com meu pai.

— Daniel. — Ela disse com a voz mais tranquila, o que me causou um certo incômodo. Porque com ele, ela falava naquela voz suave e a mim metralhava a cada segundo? — Não sabia que você trabalhava aqui também.

— Também? — Ele franziu a testa e eu dei uma leve risadinha, virando o rosto pro lado. — Não trabalho aqui, na verdade, a Licence é cliente do escritório. — Dulce assentiu e fiquei curioso para saber se ela estava sorrindo para ele ou não. — E você? O que faz por aqui?

— Eu sou a nova assessora de imprensa da empresa. Na verdade, eu nem sabia que essa empresa era da família de Christopher, acabei caindo aqui de paraquedas mesmo. — Daniel me olhou com um sorrisinho folgado no rosto, o que fez meu estômago embrulhar.

— E já te atualizou das mudanças da Cidade do México desde que você foi embora daqui? — O sorriso de Daniel se abriu ainda mais e eu já sabia o que ele ia dizer. — Porque se ainda não, posso te ajudar com isso. — Rolei os olhos sem disfarçar nada.

— Claro, podemos combinar! — Ela disse e me senti incomodado mais uma vez, abaixando a cabeça e coçando a garganta.

— Acho que temos uma reunião de trabalho agora, não? — Falei olhando diretamente para Daniel, que riu sem humor.

— Sim, seu pai deve estar nos esperando. — Ele completou coçando a testa. — Bom, Dul, foi muito bom ver você. Eu te chamo para a gente sair, pode ser? — Rolei os olhos de novo, mais ainda quando vi Dulce concordar com aquela palhaçada.

— Alícia, você mostra onde Dulce vai ficar, por favor? — A secretária se levantou de onde estava e assentiu. — Aqui no andar de cima, de preferência. — Dulce me olhou com a testa franzida.

— Mas o seu pai... — Alícia tentou contestar, mas fiz questão de interromper.

— Aqui em cima, Alícia! — Ela assentiu e logo chamou Dulce para mostrar a sala para ela. Esperei Daniel entrar na sala de meu pai, para depois entrar logo atrás.

Faz algum tempo, descobri qual é esse sentimento de incômodo que eu sinto toda a vez que Dulce interage com outro cara que não sou eu, mas, sinceramente, gosto de fingir que não é isso que acontece comigo, que ela ainda não tem esse poder sobre mim. Será possível que o destino seja tão traiçoeiro de trazer ela logo pra cá?

E aí, como será que a Dulce foi parar na empresa da família do Christopher? E será que o Daniel vai mesmo dar dor de cabeça? Volto com mais assim que puder. Queria agradecer por estarem por aqui, estou amando ver os comentários de vocês. Besos da Blan ♥

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