Capítulo 4

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Inverno de 2023

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Inverno de 2023

Mariana

A aula terminou um pouco mais cedo, e foi ótimo, até porque eu fiquei tão concentrada naquelas horas que eu sentia como se meu cérebro fosse fritar.

Lila pediu um Uber até a Licence, e fomos conversando a todo momento. Nós éramos tão próximas, que nunca deixávamos de ter assunto. 

Dessa vez, eu sabia que estávamos ignorando o resto do mundo e até mesmo nossas mensagens do celular justamente por termos ficado alguns dias sem nos ver direito.

Quando estávamos quase chegando na frente da empresa, decidi olhar meu celular e percebi que tinha algumas ligações perdidas da minha mãe.

As ignorei, pois o carro já estava estacionado na frente da empresa e não teria o porque eu ligar para ela, se poderia muito bem falar pessoalmente.

— Bom dia, Matilda. — Falei abrindo um sorriso para a secretária que ficava na portaria. — Pode avisar minha mãe que já chegamos?

— Até avisaria, querida, mas sua mãe saiu a algum tempo. Acredito que ela volte em breve se marcou com você. — Ela disse sendo simpática.

— Ah sim, tudo bem. — Dei de ombros. — Podemos esperar na sala dela?

— Claro que sim, senhorita. Pode passar! — Assenti e puxei Lila pela mão, para que caminhássemos juntas até a sala da minha mãe.

Senti meu braço doer quando bati em uma pessoa ao virar no corredor.

— Nossa, me desculpe. — Falei parando para olhar. Era uma mulher extremamente magra, com cílios grandes de boneca e sardas incrivelmente evidentes.

— Não foi nada. — Ela disse se recompondo. — Vocês não são novas demais para estarem numa empresa de construção? — Ela franziu a testa, nos olhando de cima abaixo.

— Não, eu estou... — Parei de falar no instante em que um homem muito bem vestido se aproximou da mulher.

Não pode ser! Eu devo estar ficando maluca. Como é possível que seja o meu...

— Pai? — Observei melhor o homem alto que franzia a testa para me olhar. Não pode ser ele!

— Mariana? — Escutei a voz da minha mãe se aproximar, mas não tirei os olhos dele.

— Olha, a fujona apareceu. — Ele disse olhando para minha mãe com um sorriso estranho no rosto. — Maite. — Ele disse cumprimentando a mesma apenas com um aceno.

— Como isso é possível? Eu... — Foi o que consegui dizer antes de cambalear para o lado por sentir minhas pernas bambas. Os braços de Emília me seguraram, e minha mãe correu até mim.

— Mariana! — Ela tocou meu ombro e eu pisquei algumas vezes, olhando para ele mais uma vez.

Senti meus olhos cheios de lágrimas. Era ele sim, meu pai estava ali na minha frente, diante de mim.

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