Quase 18 anos depois do desaparecimento de Christopher, seu pai acaba falecendo e deixando a empresa para sua única neta, Mariana. Dulce por ser a responsável pela menor, acaba tomando as rédeas da situação. Mas, ela não esperava que tudo isso trari...
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Inverno de 2023
Mariana
Christopher me deixou na festa que Pablo havia nos convidado. Ele disse umas frases comuns que qualquer pai diria e eu me senti até mesmo estranha. Mas, não de uma forma ruim e sim de uma forma boa, afinal, ele estava presente e cuidando de mim.
Encontrei Emília logo na entrada, onde ela tinha ficado esperando minha chegada. Conversamos sobre os últimos acontecimentos, e em seguida senti minha garganta ficar seca e fomos buscar algo para beber.
No caminho, senti meu coração apertar ao me deparar com Peter beijando Carolina em um canto da festa. Eles estavam sozinhos, em um grande amasso que fez meu estômago embrulhar.
— Droga! — Virei os rosto para não olhar mais.
— Vamos logo buscar uma bebida. — Emília disse me puxando até o bar que ficava ali perto.
— Por favor, me dê qualquer coisa que tenha álcool. — Falei para o cara de braços fortes que estava fazendo as bebidas. Ele sorriu abertamente e assentiu.
— Você vai mesmo beber? — Emília me olhou incrédula.
— Só álcool pra me fazer engolir o que eu acabei de ver. — Fiz cara de nojo. — Eu sinto que preciso seguir com a minha vida, mas parece que não consigo. — Bufei. — É difícil demais engolir o fato de que ele realmente me enxerga como uma irmã mais nova. — Senti o olho lacrimejar. — Eu fico com raiva nessas horas, porque não quero que isso faça sentido, nós não temos o mesmo sangue.
— Vocês foram criados juntos, Lali. — Emília segurou uma das minhas mãos. — É normal que ele veja você dessa forma.
— Mas eu não consigo vê-lo dessa forma, Lila. Eu não quero vê-lo dessa forma. — Engoli em seco e senti um nó se formar na minha garganta.
— Você está mesmo precisando beber bebida alcoólica, e beijar uma boca aleatória por ai. — A olhei com a testa levemente franzida e a mesma sorriu maliciosa. — E olha que maravilhoso, é uma festa da faculdade e você pode simplesmente fazer o que quiser que na segunda-feira de manhã não vai morrer de vergonha na escola.
— Você tem razão. — Falei dando de ombros e olhando para a bebida que o barman nos entregou. — Mas pra tomar esse tipo de atitude, vou ter que beber bastante.
— Acho que isso não vai ser um problema. — Lila disse erguendo seu copo em minha direção. Eu sorri e bati o meu com o dela. — Cheers!
Pisquei para minha melhor amiga antes de beber o álcool de uma vez só. Aquilo ardeu minha garganta e a boca do meu estômago no mesmo instante, mas trazendo uma sensação boa, deixando claro que era aquilo mesmo que eu estava precisando.
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Minutos depois eu estava no meio da sala de estar da casa dançando junto com Lila, Pablo e umas pessoas aleatórias. Eu ainda tinha um copo de bebida na mão, que continuava intacto enquanto eu remexia o corpo de um lado para o outro.
