capítulo 17

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Michael

    Puta merda.

    Não acredito que estou vendo isso depois de anos, não acredito que estou no mesmo lugar que seis anos atrás. Eleonor voltou a estar na minha vida com um chute na porta. E só me faltava que ela estivesse em Meridian para que todos os meus planos fossem para o inferno. Eu sou tão doente por ela. Que ficaria horas vendo ela no gelo, dias só vendo ela.

    Mas tenho uma vida profissional e meu jogo é em Meridian essa noite, vou ter que sair daqui a pouco, mas queria saber como se sente de volta ao inferno. Saio das sombras e desço as escadas do rinque, faço barulho de propósito e a treinadora dela me olha mais cedo que ela. Assim que ela me vê o brutamontes atrás dela se coloca entre ela e eu.

— Oi Nestha. — Digo sorrindo e desviando do cão dela. — Porque não me avisou que estava na cidade?

— O que faz aqui garoto? — Ela diz cruzando os braços.

— Não sou um garoto mais Nestha e não era quando te conheci.

— Acha que dezenove é uma idade orgulhosa? — Ela diz com escárnio. — O que faz aqui Michael Crist?

— O que acha? — Pergunto olhando para Eleonor girando no próprio eixo.

— Se afaste dela. Por enquanto. — Nestha disse se colocando na minha frente — ela tem uma competição para ganhar e um nome para herdar. Sem problemas com você.

— Eu não sou o problema aqui Nestha. — Digo caminhando até às proteções do rinque e observo ela flutuando ao som da música. — E não vejo porque você acharia isso. Só quero que ela fique bem.

— e acha que ela ficaria bem com você, suponho. — Nestha disse seriamente.

— Claro que sim. Ela sempre foi minha. — Digo apontando o dedo para ela. — você vai ver Nestha.

    Ela revira os olhos e sai do rinque com o brutamontes de antes. Volto meus olhos para Eleonor. E porra, não demora nem quinze minutos e ela já notou. Ela trava no de um salto e cai no chão, eu entendi o ódio dela, mas medo não. Eu nunca fui assustador para ela. Então esse medo dela não é minha culpa e estou curioso para saber que foi o filho da puta que deixou ela apavorada. Àquele stalker. Aposto que é ele. Como pode tentar me copiar.

    Ela patina até o portão do rinque mas eu já estava parado e impedi ela.

— o que acha que está fazendo aqui? — Meu Deus que saco eu já estou cansado dessa pergunta.

— soube que tinha uma estrelinha dourada na cidade. — Digo e ela força o portão mas eu sou mais forte que ela.

— Isso não é desculpa. — Ela diz mordendo os lábios. — Você não tem mais o que fazer?

— Tenho. — Digo abrindo o portão e pegando a mão dela. — eu sou ocupado sabia? Eu sou profissional, preciso ter um bom rendimento na NBA.

— E eu tenho que ganhar o TOF. — Ela refuta irritada sentando em uma cadeira próxima para retirar os patins mas me abaixo e começo e desatar os cadarços.

— Então somos ocupados. — Digo retirando o primeiro — Ainda gosta de patins vermelhos?

— Me dão sorte. — Sorrio, então são da sorte. — O que você quer aqui de verdade Michael?

— Você já viu a Rika? Vai ficar na sua casa? — Pergunto retirando o outro e colocando a proteção para as lâminas.

— Não vi a Rika desde que fui embora aquele dia, não vou voltar para casa. Moro em Meridian. — Ela disse franzindo a testa.

— Que sorte. — Digo colocando o all-star dela. — eu também moro em Meridian.

— Sorte para quem? — ela disse com escárnio — Você deveria parar de me ver sabia?

— Não. Ainda não entendi essa parte Elinor. — Digo e ela parece suspirar.

—  Sua canalhice é incrível. — Ela diz puxando o pé e colocando o outro com rapidez e raiva.

Me levanto e tenho a visão de cima. Ela Levanta a cabeça e me encara com raiva.

— Você deveria amadurecer. — refuto ela e ela mostra os dentes em pura provocação.

— Vai se foder. Não. Vai foder minha irmã seu canalha. Não venha mais atrapalhar meu treino. — Ela diz com raiva.

    Ela tenta levantar mas eu empurro ela de novo,  ela bate com as costa na cadeia e solta um grunhido de dor. Então lá está, os olhos em chamas, puro ressentimento.

— Primeiro, não fodo sua irmã. Segundo, vou te infernizar. E terceiro. Acho bom você não achar que eu sou o bonzinho da história, sabe...— Seguro o queixo dela e encaro a boca. — Você não é uma santa. Então vamos tirar as máscaras e sermos sincero Elinor.

— Eu te odeio.

— Sério?

— Sim. — ela diz com muita raiva.

— Estranho. — Me aproxima do rosto dela e vejo ela ficar vermelha — Acho isso excitante.

— Nojento. — ela diz.

   Deslizo minhas mãos para nuca dela e seguro com força os fios loiros dela. Me aproximo do ouvido dela e digo:

não disse isso há cinco anos. — e mordo a orelha ela

  Ela me empurra e eu saio de perto dela. Olha só, vermelha, com raiva e com pernas bem fechadinhas.

— Seu canalha. — Ela grita. — Quase arrancou minha orelha.

— Jamais arrancaria uma parte toa bonita de você querida. — Digo cruzando os braços. — Tenho um convite pra você.

— Não quero nada de você. — ela diz de pé com a bolsa no ombro.

   Quando ela está saindo. Com raiva, com dor e provavelmente escutada.

— Se não aceitar, sua casa vai queimar. — Ela trava e vira devagar para mim.

— O que?

   Caminho até ela e passo a mão pela cintura dela. E começo a andar puxando ela.

— Eu tenho um jogo hoje. Preciso provocar uma boa impressão. — digo e ela parece incrédula. — Vá no meu jogo.

— Nem fodendo.

— Vai sim. — Digo sorrindo — porque você é muito medrosa para não ir. Meu jogo começa às nove. Esteja lá. Ou sua casa vai queimar.

    Solto ela. Ela se afasta e me olha como se eu fosse um monstro. Sou, sou um monstro, e não me importo, ela deveria se importar menos. Um dia ela vai ter que estar comigo de qualquer forma então foda-se. Vejo ela entrar no carro e sair.

Pego o telefone e olho as mensagens.

   Esse filho da puta, ainda está atrás do que é meu.

Corrupt: It was never meOnde histórias criam vida. Descubra agora