Eleonor
Seis anos atrásEu só não entendi porque minha mãe está tão superprotetora comigo, eu não posso ficar até tarde patinando, não posso sair de casa nas noites do dia 30 mesmo que os cavaleiros já foram embora para suas universidades. Eles não vão vir, então eu posso patinar até às nove e ir para casa, minha mãe vai estar dormindo e posso fingir que estou obedecendo.
Por mais que eu sinta que isso é só comigo, a Rika nem mora em casa, eu queria só... não. Tudo bem, minha mãe nunca foi fã de patinação eu entendo que ela não vá nas minhas competições, ela só foi na primeira, e ainda chegou quando eu já tinha competido e me trocado.
Respiro fundo e me preparo, engoli seco e me lancei ao ar, uma, duas, três! E cai como merda no chão. Que saco, é um salto simples inferno, não preciso cair todas as vezes. Que ódio. Ouço palmas e olho. Que droga. O que ele está fazendo em Thunder Bay?
— Um triplo? Uau! — Ignoro e me coloco de pé, Ainda sinto a dor na munda e o frio mas coxas. — Você ainda usa patins vermelhos?
Engoli minha vontade de responder, não posso falar com ele. Prometi a Rika que nunca mais falaria com o Michael a não ser quando fosse preciso. Ele é dela. Os dois. Como é que ela disse mesmo?
"Você escolheu os patins, se não fosse por essa merda a gente ainda teria nosso pai, então morra com os patins e esqueça o Michael ele é meu. Você viu né? Como ele me olha. Você é feia Eleonor, magra demais, infantil de mais."
Tranco o maxilar e aperto as mãos em punhos, eu sei, eu sei, nunca olhei para ele como um garoto, nunca. Eu não gostava de falar e tirar vantagem disso. Mas a Rika viu ele me ajudando uma vez com os patins e brigamos. Foi a primeira vez que eu revidei e ela me disse aquilo. Eu matei meu pai.
Fecho os olhos e levanto uma perna e giro no meu próprio eixo e sinto a energia do gelo me prendendo em uma dimensão onde não tenho culpa e nem nada. Só eu e o gelo, meus giros aumentaram e quando paro no meio do gelo volto a não ficar zonza e começo a deslizar de costas em alta velocidade e girar como uma bailarina. Então seguro o ar dentro do meu corpo e lanço ao ar, um, dois, três, pouso quase perfeito mas torci meu tornozelo e cai sentada com uma dor insuportável no pé. Merda. Não machucou de verdade ne?
Sinto meus olhos arderam em lágrimas, não posso me machucar. Engoli minha dor e tentei me levantar mas cai denovo. Deitei no gelo e chorei com as mãos no rosto eu me machuquei, merda. Não posso competir se eu me machucar.
— Você está bem? — Abaixo a mão e vejo Michael. Aí sim eu choro. — Está doendo onde?
— Meu tornozelo. — digo soluçando. — Que merda... Dói.
Senti ele desamarrar meus patins e a dor aumentou e eu mordi os lábios até sangrar.
— está inchado. Acho que você tem que ir ao médico-
— Não, Não. — Me sento apavorada — minha mãe não pode saber. Ela não me deixou vir hoje. Vai me xingar se eu me machucar fazendo isso. Ela vai me matar.
Choro, me machuquei, não posso mais patinar. O que eu vou fazer. Minha mãe vai me matar, Rika vai me matar. Meu pai...
— Hey Elinor. — Sinto suas mãos segurando minha cabeça. — Não precisa falar com a sua mãe. Te ajudo a subir pela janela da sua casa. Amanhã você inventa uma mentira ok? Não chore.
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Corrupt: It was never me
Fanfic⚠️ Aviso ⚠️ * É um dark romance * Contém linguagem imprópria. * Gatilhos como, drogas, agressão, estupro, etc. * É para maior de dezoito anos. (o Preto) * É apológico a religião. * A cidade é fictícia, tudo é fictício. * Devil's night.(Mas não tem n...