6.

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Lara.

Comecei a tomar uma cervejinha... o tempo tava propício a isso. Um calorão.

Logo KN chegou cheio de sacolas e índio foi ajudar.

Fiquei no meu canto, caladinha só observando.

Ágata: cadê suas amigas? - encarei minha mãe, negando. - não fez amizade até hoje, Lara?

Eu: aí mãe. - fiz careta, dando um gole na cerveja.

Ágata: viver sozinha é ruim. - me olhou e eu dei de ombros. - a gente sempre precisa de alguém para conversar.

Eu: para mãe, eu não preciso. - suspirei. - tenho vocês.

Ágata: vou falar mais nada pra você. - falou seria e eu sorri de lado. - vem, vamos curtir.

A mesma me puxou para perto da churrasqueira, pra muvuquinha deles.

KN: e aí, morena.. - me olhou sorrindo, e eu senti minhas bochechas queimarem.

Agora pronto. Que porra era essa?

Bochecha queimando? Que issooooo, coisa de adolescente.

Eu: e aí, meu querido. - retribui o sorriso. Logo vi índio olhando pra nossa direção. Esse menino nao cansa.

KN: tudo tranquilo? De ressaca? - neguei. - Eu tô viu, tá maluco.

Eu: ué, bebeu mais? - ergui a sobrancelha, e ele me olhou.

KN: não pô, não consegui dormir. - disse mexendo nas carnes. - mó loucura mermo.

Eu: ah. - dei de ombros, vendo índio se aproximar. - minha cruz chegando.

Índio: desde quando vocês são amigos? - disse curioso.

KN: aí cara, tu é um pé no saco. - falou negando.

Índio: te conheço KN, e pra você tá se aproximando dela é porque tem algum bagulho envolvido. - rebateu e eu neguei, me afundando na cadeira.

KN: qual foi menó? - ergueu a sobrancelha. - e se tiver bagulho envolvido? Não fode porra.

Índio: tu não presta, irmão. - disse despreocupado. - e você não merece minha irmã. Simples.

KN: tô só te anotando, índio... Uma encheção de saco, parecendo viado. - falou puto. - se eu quiser tentar algum bagulho, vai ser com ela e não contigo. Segura a emoção, porque ela ainda tem pai e mãe. - índio encarou ele e ficou calado.

Vargas: que porra é essa? - apareceu estressado. - tô tendendo vocês dois não pô, todo dia agora? Vai se foder, porra.

Tody: tô cansadão de vocês. - se aproximou entregando uma cerveja pro meu pai.

Índio: tá suave pô, vou falar nada mais não. - disse levantando as mãos em sinal de rendição.

Eu: tô só vendo isso aí... - falei e eles me olharam. - todo dia uma picuinha nova. Tô cansada em. O que eu faço da minha vida, não diz respeito a ninguém. - meu pai ia falar. - não pai, eu tô falando... E não vem dizer que eu tô morando debaixo do seu teto, que eu devo satisfação. Tô cansada de todo mundo querer palpitar na minha vida. - me levantei, estressada.

Desde que me entendo por gente, índio parecia um sentinela na minha cola. Tudo que eu ia fazer, ou fazia, ele enchia meu saco.

Nem parecia que eu tinha voz ativa naquela merda toda. Isso que eu sou a mais velha.. mas parecia que nada adiantava.

Nem esperei o pessoal responder. Sai dali com uma lata de Heineken e subi o morro.

[..]

Eu: ihhh, descobriram meu esconderijo. - falei, vendo uma garota ali.

Xxx: não sabia que era área restrita. - se levantou assustada. - me desculpa...

Eu: relaxa.. - sorri sem mostrar os dentes. - eu venho aqui quando tô estressada, ou chateada.

Xxx: eu também. - sorriu sem jeito.

A garota era bonita. Parecia gente boa.

Ficamos um tempo em silêncio, até ela começar a falar de novo.

Xxx: você é a filha da Ágata? - encarei ela. - com o dono daqui.

Eu: sou. - disse sem animação.

Xxx: eu sabia que eles tinham uma filha, mais nunca imaginei que seria tão bonita assim. - olhei pra mesma, e neguei. - sai tantos boatos, que a gente fica até assustado.

Eu: que boatos? - encarei a mesma, curiosa.

Xxx: que você era proibida de sair de casa, que era enjoada, um monte de coisas. - riu. - povo besta...

Eu: é porque eu não dou confiança. - sorri. - Sou Lara, e você?

Xxx: Fernanda. - retribuiu o sorriso.

Eu: satisfação. - mandei piscadela.

Ficamos ali trocando uns papos aleatórios, até que parecia ser tranquilo.

Mas é aquelas né? Nunca se pode confiar.

Fernanda.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹𝑒 𝒶 𝓃𝑜𝓈.   - 𝟤° 𝒯𝐸𝑀𝒫𝒪𝑅𝒜𝒟𝒜Onde histórias criam vida. Descubra agora