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KN.

Cumpri minha carga no trampo pô, pesado demais.

Vargas tinha dó não, tacava tudo na minha costa. Ainda mais que o vagabundo do índio não tava indo trampar. Sobrava pro vei aqui.

Renatin: aí irmão... - se aproximou e eu encarei ele. - tu tá piando agora?

Eu: lá virei galinha, porra? - falei sério e ele riu fraco, todo sem jeito.

Renatin: pô irmão, queria saber se tu podia fazer um corre pá mim, tá ligado? - encarei ele.

Eu: tô fazendo corre nem pra chefe, parceiro. - neguei e ele suspirou, passando a mão na cabeça. - solta teu papo logo, velhote.

Renatin: minha dona pô, pediu pra eu levar uma fralda e leite pra cria, e eu esqueci... Lembrei com ela tumultuando meu juízo. - mostrou o celular. - é só levar o cash lá, parça.

Eu: tu vem me arrumar confusão que eu te fuzilo todo, porra ruim. - falei brabo.

Renatin: vai salvar? Porra, nem sei como agradecer. - falou todo animado.

Fiquei calado, e ele tirou as nota da carteira me entregando.

Fizemos um toque e eu montei na motoca, saindo dali a mil.

Fui até a casa da dona e entreguei o bagulho. A mina tava braba mermo.

Flávia: esse renatin é um caralho mermo... - falou reclamando. - porra KN, pode ir lá comprar pra mim não? A menina tá sem.

Eu: e tu tá sem perna é? - falei sério.

Flávia: pô, só esse galho... - fez cara de cachorro sem dono. Respirei fundo pra não endoidar e sai dali doido. - O CELULAR, SEU LOUCO. - gritou mostrando o celular no chão.

Eu: SEGURA ESSA PORRA. - gritei de volta.

Fui no mercado e comprei os bagulho que ela pediu e voltei a milhão. Só queria ver minha garota.

[..]

Flávia: olha, ligou aí, eu atendi... - fechei o olho, suspirando. Já até sei. - achei que era tua mãe pô, mas a mina virou bicho.

Eu: eu pedi? - ela me olhou sem jeito. - porra Flávia, assim tu me quebra parceira.

Flávia: não fiz por mal. - justificou.

Eu: quero saber não, caralho. - encarei ela. - eu podia cobrar esse bagulho, mais tô cansado demais.. - entreguei a sacola.

Catei meu celular da mão dela e vazei pra minha goma.

Mais essa agora.

Tenho paz não, parceiro.

Estacionei a motoca e fui adentrando na goma, indo direto pro meu quarto.

Catei a toalha, tirei minha roupa e fui logo tomar uma ducha. A cabeça já tava fervendo.

Fiquei ali papo de uns 25 minutos, tem nem justificativa parceiro. Voz de mulher, assim fode meu corre mermo.

Logo agora que tamo se acertando. Aí caralho.

Sai enrolado na toalha, catei uma box preta e vesti.

Peguei uma berma, e uma camiseta, vesti.

Calcei minha Kenner, passei desodorante, hidratante e perfume. Coloquei uma correntinha de ouro, e meu relógio.

Desci e vi meu pai com minha coroa.

Ingrid: vai aonde? - me olhou.

Eu: atrás da Lara. - ela concordou. - viu ela hoje?

Ingrid: mais gente... - encarei ela. - quem vê pensa que sou fofoqueira.

Eu: quase o jornalzinho da favela, coroa. - ela mandou dedo.

Ingrid: tá no Joca. - mandei um jóia e vazei dali.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹𝑒 𝒶 𝓃𝑜𝓈.   - 𝟤° 𝒯𝐸𝑀𝒫𝒪𝑅𝒜𝒟𝒜Onde histórias criam vida. Descubra agora