𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹𝑒 𝒶 𝓃𝑜𝓈. - 𝟤° 𝒯𝐸𝑀𝒫𝒪𝑅𝒜𝒟𝒜

89.

Índio.

A mente tava a milhão. Do nada brotou várias viaturas da PM.

Lara totalmente apavorada.

Tava perto da favela, Deus que me perdoe, mais na Lara ninguém ia tocar no fiozinho de cabelo.

Mas o bagulho doido mermo era com a Nanda, minha mente tava louco pensando em como ela tava.

Eu: tem que ser rápido. - falei e ela me olhou sem entender. - bora Lara, se ajeita aí... eles vão meter tiro!

Lara: e minha barriga, índio? - falou chorando.

Eu: toma isso aqui. - entreguei um travesseiro. - ajeita aí pô, só pra não machucar... Os moleque vão te catar na entrada da favela. Vai direto pra UBS. - ela me olhou assustada.

Consegui dispistar os pau no cu, e só vi o alvoroço dos moleque pegando Lara colocando no carro e cantando pneu subindo a favela.

Meu celular começou a tocar. Que loucura.

Nem vi quem era, só atendi.

Vargas: PORRA ÍNDIO, NAO ERA ESSE A MERDA DO COMBINADO. - gritou. - ERA PRA SUBIR CARALHO, PRA SUBIR.

Eu: ia ter invasão. - falei tentando ficar calmo. - vai dá certo, paizão. Relaxa.

Vargas: Relaxa é minha pomba, Índio. - falou baixo. - vou mandar os moleque atrás, nem que seja pra capotar uns carro.

Eu: tranquilo. - ligação encerrada.

[..]

O bagulho foi frenético, quase que eu não saia vivo. Nem um sinal da maluca, coração tá a mil já pô.

Tody: ela tá em um galpão da PM. - chegou com um tablet. - na leste.

Vargas: que porra eles querem? - encarou o tablet.

Eu: de certo devem tá achando que conhece KN. - sugeri.

Vargas: por isso eles queriam Lara. - falou pensativo. - eles tão querendo mexer com gente grande, rapá.

O celular do meu pai tocou. O mesmo ergueu a sobrancelha e catou o mesmo, atendendo e pondo no auto falante.

KN: eu na voz. - falou sério. - os boato chegou aqui pô, os cuzao tão atrás do cabeça.

Vargas: que caralho. - falou bravo. - o que Lara tem a ver nessa porra?

KN: eles tão sabendo que a gente é envolvido... e que a cria é minha! Quer pegar ela pá eu abrir a boca. - falou com ódio.

Vargas: quem é o pau no cu que tá comandando esse caralho? - me olhou. - esses otário tão achando que tá mexendo com santo.

KN: Vaz. Parece que é novato, mas cheio de marrinha. - falou e os cara começaram a gritar. - vê se ajeita meu lado pô, aguento mais essa porra não. Tô indo nessa.

Meu pai desligou o celular e me olhou, e eu já neguei.

Eu: e vai fazer o que com a situação da Nanda? - ele suspirou, passando a mão no cavanhaque. - é moradora porra.

Vargas: tô ligado, caralho. Segura tua onda. - apontou pra mim. - puxa a ficha desse porra, Tody. Descobre até quantos peido ele solta no dia.

Tody: valha meu pai. - murmurou e saiu de lá.

Vargas: pega os moleque e vai buscar a mina. - encarei ele. - qual foi porra? Posso colocar minha cabeça no jogo não.

Eu: ela fez isso pra salvar a Lara. - meu pai me encarou e ergueu a sobrancelha.

Vargas: E EU TO MANDANDO FAZER O QUE, PORRA? - gritou e eu neguei. - EU QUE NÃO POSSO IR LÁ, ÍNDIO.