12.

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Lara.

Tomei um banho rapidinho e gelado. Tava muito aérea.

Vesti um vestidinho larguinho, e desci penteando o cabelo.

Olhei minha mãe e meu pai sentados no sofá, conversando com KN. Assim que me viram se levantaram e me abraçou.

Ágata: aí que saudades. - falou chorosa.

Eu: como tá lá ? E o índio? - retribui o abraço. - eu também estava com saudades. - choraminguei.

Vargas: o bagulho lá foi tenso. - resmungou. - Índio teve que ficar com Toddy, qualquer momento eles querem testar meu juízo.

KN: e como tá meus coroa pô? - minha mãe olhou pra ele.

Ágata: todo mundo bem. - sorriu. - amanhã vocês já podem voltar... Espero que não tenham tentado se matar.

KN: foi tranquilo. - disse sério. - cada um no teu canto, teve caô não.

Vargas: melhor assim. - encarou KN que abaixou a cabeça.

Eu: ainda tem que esperar mais um dia? - olhei pra eles.

Vargas: tem pô, paguei uma grana braba pros corrupto pra poder passar vocês. Mas só amanhã na troca de turno. - negou. - esses pau no cu.

Ágata: cedinho. - sorriu, pegando na minha mão.

Eu: tá bom. - sorri.

Vargas: juízo vocês dois pô, vão fazer besteira não. - olhei pro mesmo, fazendo careta.

Eu: de onde o senhor tira esses pensamentos férteis? - reclamei. - nós dois não tem nem que desconfiar. - fiz cara de nojo.

Ágata: é assim que começa. - murmurou.

Vargas: fala um trem desse não, Ágata. Se não eu carrego ela hoje mermo. - falou ficando puto. - só de pensar minha mão coça pra dá uns pipoco.

KN: maluco mermo. - negou. - até parece que vou querer isso aí.

Eu: isso aí? - arregalei os olhos, me estressando. - melhor que muita feiosa que tu pega.

KN: tu nem sabe dos meus corro, parceirinha. - apontou pra mim e eu revirei os olhos.

Ágata: a não, vocês dois dê uma paz. - reclamou. - toma, eu trouxe pra vocês. - entregou as sacolas do McDonald's.

Eu: por isso eu te amo muito. - beijei a bochecha dela.

Vargas: é assim mermo pô, quando cresce esquece que tem pai. Tá certo. - falou fingindo chateação.

Eu: eu também te amo, veinho. - abracei ele de lado, rindo fraco.

Vargas: sei não viu. - negou. - bora minha gata, ainda tem que resolver o bagulho do armamento.

Ágata: até amanhã, meu amor. - beijou minha testa. - cuida da minha filha, Kauan. - fez o mesmo com ele.

[..]

Depois que meus pais saíram de casa, eu nem quis olhar na cara de KN.

Bicho besta.

Lanchei no meu quarto mesmo, e pra não correr o risco, ainda deixei a porta trancada.

Deus é mais dez vezes.

Aquilo era teste de resistência. Tentação mandada diretamente do inferno pra atormentar minha alma pura.

Respirei fundo sacudindo a cabeça e afastando aqueles pensamentos insanos.

O beijo, a pegada, misericórdia. Bate na madeira todo mal que tenta se apossar da minha consciência.

Fechei os olhos tentando relaxar, mas parecia que minha mente só pensava naquele bofe. Que tentação.

Eu: tô ficando é doida. - fiz careta. - como é que fica assim? Misericórdia.

Me levantei indo até a sacada do meu quarto. Abri a janela, sentindo a brisa fria batendo no meu rosto.

Quanta coisa acontecendo, não deu tempo nem de assimilar as coisas.

Respirei fundo. Loucura demais.

Sai dali, fechando a janela e voltando pra minha cama. Vou é dormir, porque tô pensando merda demais.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹𝑒 𝒶 𝓃𝑜𝓈.   - 𝟤° 𝒯𝐸𝑀𝒫𝒪𝑅𝒜𝒟𝒜Onde histórias criam vida. Descubra agora