66.

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KN.

Consciência pesada é pior que um tiro na perna.

Com o passar dos dias, eu vi o tamanho da bosta que eu tinha feito.

Todos, sem nenhuma excessão, estavam de cara virada pra mim.

Porra.

O único que ainda trocava um papo comigo, era meu coroa... Mas ainda sim, era um bagulho estranho.

Respirei fundo me olhando no espelho. Eu era um grande merda mermo, pô.

Tava com a faca e o queijo na mão, e deixei escapar. Tinha que ganhar o título de mais burro do mundo.

Eu: Lara, dá um desconto. - falei seguindo ela. A mesma parou de uma vez, e me olhou rindo.

Lara: não tô nem acreditando nisso, Kauan. - me olhou com desprezo. - um desconto? Ah cara, não fode.

Eu: você nem me ouviu. - ela negou.

Lara: vou ouvir o que? - cruzou os braços. - Ah Lara, eu não queria ter feito aquilo... E pipipi, e popopo... - gesticulou. - não me enche.

Eu: eu sei que tô errado. - a mesma franziu o cenho.

Lara: só falou o óbvio. - deu de ombros. - e se você tá tentando tirar o peso da consciência, não vai conseguir. Não, eu não te perdôo, não quero papo com você, não quero nem saber da sua existência.

Eu: pô Larinha, tá agindo na maldade. - segurei o braço dela. A mesma me olhou e ficou calada. - vai me falar que não tá com saudade do teu bandido? - a mesma me olhou e riu fraco.

Lara: me solta, cara. - puxou o braço devagar. - você deveria ter era vergonha nessa tua cara. Escroto pra caralho.

Ela nem me deu tempo pra responder e saiu dali as pressas.

Neguei, respirando fundo.

Era só merda atrás de merda. O bagulho era louco mermo.

Eu gostava daquela garota, na moral mermo? Eu nem sabia direito o que sentia por ela.

Eu sabia que era bagulho diferenciado. Mas eu não entendia muito bem.

Tô fodido mermo.

[..]

Vargas: não quero você perto da Lara. - falou sério, fumando seu baseado e olhando o movimento da favela. - não fiz nada contigo, mas se eu souber que tu tá rondando minha filha, tô ligando pra nada mais não pô.

Eu: quero me resolver com ela. - ele me olhou, cheio de deboche.

Vargas: ah meu ovo mermo, meu chapa. - negou. - tu faz aquela papagaiada toda, e acha que tá nas condições de resolver? - riu, negando. - tu tá me achando com cara de quem, caralho?

Eu: porra Vargas... - respondi. - até parece que tu nunca vacilou.

Vargas: o papo é teu, filhão. Meu papo não vem ao teu caso. A mina é minha filha, tu acha que eu vou deixar tu desonrar minha cria, e depois ficar cheio de migué pro lado dela? Se fode pra lá, parceirinho. - apontou pra mim. - te dei o papo maneiro, acata se tu quiser. Em consideração ao teu pai, não te chamei nas leis, mas se não acatar, tem teu pai pra amaciar teu lado não. - deu um tapinha no meu ombro. - não mexe no meu ninho se tu não tiver culhão pra se defender.

Nem respondi, o mesmo saiu dali, montando na motoca e saindo doido.

Minha mente tava a milhão mermo. É parceiro, perdi foi tudo.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹𝑒 𝒶 𝓃𝑜𝓈.   - 𝟤° 𝒯𝐸𝑀𝒫𝒪𝑅𝒜𝒟𝒜Onde histórias criam vida. Descubra agora