46.

1.3K 150 18
                                    

Vargas.

O coração tava como? Balançado pô. Feliz mermo.

Já catei meu celular, disquei número do Saraiva. Tava só anotando ele. Desde o dia do ocorrido, o mané nunca veio atrás.

Tô ligado que ele tava na pilantragem, ainda mais depois do copo de uísque.

Saraiva: fala meu parceiro. - falou animado.

Eu: sem muito migué pro meu lado. - bufei. - vou ser curto contigo... Zé ruela num fica desfilando na minha vida por muito tempo. Tô ligado na maldade que tu agiu comigo. Se a Ágata não voltar comigo, o bagulho vai ficar doido mermo.

Saraiva: qual foi, Vargas? - falou com a voz balançada. - Não fiz nada contigo pô.

Eu: sou é homem, Saraiva. Tô no papo contigo, se eu tiver que colar nessa porra, o bagulho vai ficar bom não.

Nem deixei ele responder, desliguei logo.

Tô ligado que meu erro não justifica nada. Que eu fui mente fraca pra caralho, mas ele teve uma cota na culpa.

Aquele caralho daquela mulher também. Vaca do caralho.

Tody: ih, chupou limão foi? - apareceu me olhando.

Eu: puxa uns dados aí pô. - ele me olhou.

Tody: sou dessa vida mais não. - ficou sério e eu neguei. - qual foi?

Eu: Paola. - ele me olhou, erguendo a sobrancelha. - colava aqui, agora tá indo no timbau.

Tody: pronto... - bufou. - tá indo atrás de pilantra?

Eu: escuta porra. - ele cruzou os braços, me olhando. - ela que fez eu e Ágata terminar.

Tody: até parece que você não tava lá. - falou óbvio.

Eu: te fude pô. - passei a mão no cavanhaque. - tava drogado nessa porra. Tá achando o que? Que eu ia por livre e espontânea vontade? Ágata dava conta do recado.

Tody: sou obrigado a saber disso não. - saiu dali negando.

[..]

Tomei um banho maneiro, sai com a toalha enrolada na cintura.

Índio: ih rapaz.. - apareceu na porta. - tomando banho?

Eu: falando assim, parece que nem tomo banho nessa porra. - falei sério.

Índio: banha mermo não. - fiz careta. - vai aonde?

Eu; resolver b.o de cria. - ele me olhou desconfiado. - que foi moleque?

Tody: toma aí ó. - apareceu atrás de índio.

Índio: que isso? - olhou a pasta.

Eu: bagulho meu, índio. Tá maluco é? - falei sério e ele ergueu a sobrancelha.

Dei de ombros e catei a pasta da mão do Tody.

Eu: vou precisar de tu. - encarei Tody.

Tody: só me envolve em caô. - negou, bufando.

Vargas: quer paz? Compra uma pomba branca. - ele mandou dedo e saiu dali.

Terminei de me vesti, enquanto índio me encarava, tentando descobrir algo.

Encarei ele e dei um peteleco nele.

Índio: vou contar pa mãe. - me olhou, e eu neguei.

Eu: vai lá, boca aberta. - fechei a cara.

𝒰𝓂 𝒷𝓇𝒾𝓃𝒹𝑒 𝒶 𝓃𝑜𝓈.   - 𝟤° 𝒯𝐸𝑀𝒫𝒪𝑅𝒜𝒟𝒜Onde histórias criam vida. Descubra agora